Por Luiz Padilha e Guilherme Wiltgen
Rio de Janeiro, 22 de Abril de 2022 – Durante as comemorações do Dia da Aviação de Caça na base Aérea de santa Cruz (BASC), no Rio de Janeiro, o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Carlos de Almeida Baptista Junior, informou que o Presidente Jair Bolsonaro autorizou a inclusão de mais 4 caças F-39E Gripen, dentro do contrato inicial. Por lei a FAB pode aumentar em até 25% seu valor, o que feito e anunciado em seu pronunciamento.
Paralelamente, se encontram em estudos a aquisição de um 2º lote (36 ou 40?) de caças F-39E Gripen, para a implantação dos caças em mais de uma base aérea. A medida vem no momento em que a Força Aérea Brasileira iniciou a desativação dos caças F-5M/F, reduzindo assim o impacto na capacidade operacional da FAB.
Depois do tradicional desfile com as velhas águias e com passagens baixas de elementos de A-29 Super Tucano e F-5M/F, era chegada a hora das estrelas do dia. Os dois caças F-39E Gripen, FAB 4101 e 4102 fizeram uma passagem baixa sobre a pista antes de pousarem pela primeira vez na BASC.
Após o corte dos motores, o Presidente da República, Jair Bolsonaro junto com o Comandante da Aeronáutica, Brigadeiro Batista Jr., realizam o batismo das aeronaves.
Imagens da Cerimônia
Prezado Padilha: ainda não ficou claro onde estes quatro novos exemplares serão montados. Gavião Peixoto ou Suécia?
Outro ponto: até onde pude ver, não foi declarado que seriam todos na versão E monoposta. Poderia haver uma unidade versão F biposta?
Serão 4 F-39E.
Acho importantíssimo este anúncio da FAB pelo MOMENTO do Programa Gripen no Brasil e no mercado internacional.
O Caiafa comparou com felicidade que o Gripen, que vem perdendo seguidas disputas nos últimos meses para o trator geopolítico F-35, encontra-se em posição similar ao Rafale a quase uma década atrás quando era operado só pela França e não conseguia vendas externas.
O programa francês se manteve VIVO com a França dobrando seu pedido inicial e reduzindo a cadência de entrega da aeronave para manter a linha de produção da Dassault aberta pelo maior tempo possível para reverter aquela situação, o que foi conseguido e HOJE o Rafale é um grande sucesso nas vendas externas.
Isso infere que Suécia e Brasil PRECISAM fazer algo similar nesta quadra inicial do programa Gripen…
Entretanto a situação da FAB depois de tanto tempo da baixa dos 32 Mirage III originais do serviço em Anápolis e das frotas dos F-5M (já com 7 baixas previstas para breve) e os AMX que tiveram seu programa de modernização reduzido, indica que até tomara a INICIATIVA de mais que dobrar seu pedido inicial com 36+4 e um PRESUMIDO segundo lote de 40 aeronaves. MAS a situação de envelhecimento da frota da FAB absolutamente IMPEDE que se pretenda propositalmente diminuir a cadência de entrega para prolongar a linha de montagem, só a carência REAL de recursos orçamentário pode impedir a FAB de atrasar o recebimento dos seus novos caças.
A situação da FAB indica inclusive que parte do primeiro lote TERÁ que ser desviada do serviço de Anápolis, mesmo que em TEORIA este primeiro lote DEVERIA restituir o Serviço dos 32 Mirage III originais de Anápolis.
Uma análise da situação atual da FAB com o aumento de mais 4 Gripen E no lote inicial e mais a baixa antecipada de 7 aeronaves F-5M, indica que depois do tempo dos 12 Mirage 2000 temporários, a rotação forçada das melhores células dos F-5M no serviço em Anápolis desde dezembro de 2013 nos últimos 8 anos foi quem cobrou este preço da baixa dos F-5M já em 2022!!!
E isto TAMBÉM indica que a introdução do Gripen E/F nos esquadrões fora de Anápolis necessariamente terão de ser iniciadas bem mais cedo do que antes poderia se prever e o cenário anterior de que todas aeronaves do primeiro lote talvez ficariam em Anápolis para restituir completamente o lote original dos Mirage III se torna de improvável para quase impossível.
Imagino pelo histórico da aviação de caça se tenha que manter Anápolis com uma frota ainda reduzida para permitir iniciar a substituição dos F-5M no RJ e no RS e com um lote aumentado de 40 unidades o mais lógico seria deixar em Anápolis inicialmente 12 aeronaves e passar em seguida 6 aeronaves para Santa Cruz e depois 6 aeronaves para Santa Maria ou Canoas para dotação inicial basicamente só aeronaves Gripen E. As aeronaves restantes do lote seriam mais 8 em Anápolis e mais 4 para os demais esquadrões a totalizar 20 em Anápolis e 10 nos dois outros esquadrões.
Dos 8 Gripen F os esquadrões do RJ e RS receberiam apenas uma unidade e 6 ficariam em Anápolis para o desenvolvimento da doutrina de uso operacional de um caça biplace que vai além da mera conversão operacional de treinamento.
O quanto ANTES a FAB formalizar um segundo lote de mais 40 aeronaves pelo menos a reposição dos 32 Mirage III e os cerca de 50 F-5M estará equacionada.
A substituição do AMX é para depois e terá de ser avaliada se poderá ou não ser feita por Gripen E/F com um terceiro lote ou se outra solução terá de ser buscada…
Do ponto de vista da nossa parceria com a Suécia posso divisar 4 pontos a considerar no futuro próximo em termos de comprometimento com o programa GRIPEN E/F:
1) Com o aumento do lote inicial e uma próxima oficialização de um segundo lote de Gripen da FAB, a Brasil DEVE exigir como contrapartida da Suécia que ela pare de MI MI MI e se fazer de distraída e FORMALIZE uma encomenda mínima de 8 aeronaves KC-390, pois não há nexo do Brasil suportar o programa da aeronave sueca e a Suécia não fazer o mesmo com o KC-390, PRINCIPALMENTE se o país realmente se associar à OTAN como agora se especula onde Suécia, Portugal e Hungria seriam operadores OTAN da aeronave Brasileira;
2) Pelo mesmo motivo da adesão da OTAN e assim passar a ser um adversário ainda mais provável da Federação Russa, a Suécia e a sua Força Aérea passam a ter a OBRIGAÇÃO MORAL MILITAR de abandonar sua postura conservadora de manter por um relativo longo tempo em serviço a sua frota de Gripen C/D “legacy” e DOBRAR seu pedido inicial de 80 Gripen E para 160 aeronaves para substituir os Gripen C/D e estar alinhado a sua nova situação de membro pleno da OTAN e igualmente fazer a SUA PARTE DE SACRIFÍCIO no lado COMERCIAL para manter a linha de produção do Gripen aberta pelo maior tempo possível até que se consigam outros países operadores para os Gripen E/F;
3) Derivada da questão acima, a substituição dos Gripen C/D e do risco OTAN de conflito com a Federação Russa, é ABSOLUTAMENTE NECESSÁRIO que como na questão do WAD da versão brasileira que se impôs à variante aviônica conservadora Sueca, a Suécia novamente deverá se CURVAR a sabedoria militar da FAB e igualmente ADOTAR a variante F Brasileira na sua força aérea, tanto por razões comerciais da
e melhorar a percepção de venda da variante F para outros países como pela razão MILITAR DE COMBATE de que a variante F conforme preconizada pela FAB será MUITO necessária em caso de engajamento Sueco OTAN mais complexo contra a aviação da Federação Russa;
4) Que o governo Brasileiro e Sueco determinem com mediana urgência se há obstáculos contratuais/governamentais por parte dos EUA para licenciamento/produção de uma versão brasileiro/sueca do LIFT Boeing-Saab T-7A Red Hawk focada para treinamento visando o treinamento avançado para o Gripen E.
OU caso não for possível ou muito difícil a liberação do projeto Boeing-SAAB para o Brasil que a SAAB desenvolva junto com a Embraer/AEL/AKAER uma segunda aeronave LIFT para o Brasil (e Suécia?) que inclua na parte brasileira um plano contingente de se fazer uma versão de combate leve do treinador (moda bem atual no mercado dos treinadores) que possa ser colocada tanto como uma OPÇÃO mais barata de substituição do AMX, como uma versão operacional LOW do Gripen E que AINDA teria sentido no TO Sul Americano do Brasil. TANTO para aumentar o tamanho da frota da FAB em números absolutos se assim for julgado necessário no futuro ou caso se enfrente um limitação orçamentária interna ou de política externa para uma expansão da Frota Gripen E/F Brasileira além das 80 aeronaves.
A FAB nunca teve 32 Mirage. Eram 16 Mirage III e posteriormente 12 Mirrage 2000C/B ativos em anapolis. A ideia de ter 36 caças concentrados ali se deve a futura reativação do esquadrão Adelphi no primeiro GDA que passara a ter 2 esquadrões de 18 aeronaves. Os 4 caças extras provavelmente irão para Santa Cruz emendando com um segundo lote de , creio eu, 32 aeronaves, sendo entao 18 para o jan bock e 18 para o pif paf. Os F-5M que restarem vão operar em Canoas no esquadrao pampa e posteriormente serão substituídos por um terceiro lote. Essa historia de 70 caças e apenas 2 lotes é balela. Basta ver que o segundo lote planejado é voltado para 1 base aerea apenas sendo que ainda temos caças em 3 bases alem de anapolis.
Eu gostaria de ver a reação (ou nota) da Saab sobre esse incremento, já que do ponto de vista comercial essa adição chama atenção do mercado para a importância dada por um cliente importante do produto – e não do seu criador.
O pessoal não entende matemática básica.
estranho 4 a mais é 11%, os outros 14% do valor vao para onde?
Vc não entendeu. Até 25%. Os 4 não significam necessariamente 25%.
E o porta aviões?