Por CAITLIN M. KENNEY
WASHINGTON – O USS Harry S. Truman permanecerá no mar no Oceano Atlântico, na tentativa de proteger seus marinheiros contra o coronavírus, anunciou a Marinha na segunda-feira.
O porta-aviões, e os navios que o acompanham como parte de seu grupo de ataque, permanecerão no mar para estar prontos para serem acionados, se solicitados, de acordo com a 2ª Frota em Norfolk, Virgínia.
“O navio está entrando em um período em que precisa estar pronto para responder e ser desdobrado a qualquer momento”, disse o vice-almirante Andrew Lewis, comandante da 2ª Frota, em comunicado. “Normalmente, podemos fazer isso atracados, mas, diante da [pandemia do coronavírus], precisamos proteger nosso bem mais valioso, nosso pessoal, mantendo o navio no mar.”
A Marinha disse que continuará avaliando a situação do grupo de ataque e atualizará os marinheiros e suas famílias em cerca de três semanas.
A Marinha tem o maior número casos de coronavírus dentre as forças armadas com um total de 1.056 infectados.
O USS Theodore Roosevelt foi desviado para Guam no final de março devido a um surto do vírus a bordo do porta-aviões, que desde então infectou 589 marinheiros. A morte de um marinheiro do Roosevelt pelo vírus foi anunciada segunda-feira.
O ex-comandante do Roosevelt, capitão Brett Crozier, escreveu uma carta pedindo ajuda aos oficiais da marinha em relação ao surto a bordo do navio. O ambiente do navio, com seus corredores estreitos e acomodações compartilhadas, facilita a propagação do vírus e é impossível para a tripulação seguir as orientações de saúde dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, escreveu ele.
O Roosevelt permanece atracado em Guam enquanto a Marinha tenta controlar o surto. Cerca de 4.021 marinheiros foram transferidos do navio para a ilha.
A Marinha também tem outros dois porta-aviões que lidam com o coronavírus. O USS Nimitz (CVN 68), agora no porto de Bremerton, Washington, teve um marinheiro isolado do navio após apresentar sintomas, mas com um teste “inconclusivo” para o vírus. Outro marinheiro estava de licença no início de março, quando essa pessoa testou positivo e não voltou ao Nimitz.
O USS Ronald Reagan (CVN 76), está preparando para uma comissão a partir da Base Naval de Yokosuka no Japão, onde está em manutenção. Mais de 1.000 marinheiros do Reagan e seu grupo de ataque foram transportados para a Base Aérea de Yokota e a Base Aeronaval Naval de Atsgi na semana passada para concluir um isolamento de 14 dias antes de partirem.
O porta-voz da Marinha, tenente Samuel Boyle, disse que há um “pequeno número de casos” a bordo do Reagan, mas ele não pode dizer especificamente quantos.
A 2ª Frota é responsável pelo Truman e pelo Grupo de Ataque quando este se encontra no Oceano Atlântico. O grupo de ataque tem um total de 6.000 marinheiros, sendo o Truman com cerca de 5.000. O grupo de ataque é composto pelo Truman, um cruzador de mísseis guiados e três destróieres de mísseis guiados assim como oito esquadrões de aeronaves que compõe a ala aérea embarcada a bordo do porta-aviões, de acordo com o comandante Ashley Hockycko, porta-voz da 2ª Frota.
O Truman está voltando para os Estados Unidos após uma comissão desdobrada na 5ª Frota no Oriente Médio e na 6ª Frota no Mar Mediterrâneo, de acordo com a Marinha. O navio deixou Norfolk em novembro, depois que o restante do grupo de ataque já havia sido enviado em setembro devido a reparos de um defeito elétrico.
“Depois de concluir uma comissão bem sucedida, gostaríamos de nada mais do que nos reunir com nossos amigos e familiares”, afirmou o almirante Andrew Loiselle, comandante do Carrier Strike Group 8, em comunicado. “Reconhecemos que essas são circunstâncias únicas e a coisa responsável a fazer é garantir que possamos responder ao chamado de nossa nação e, ao mesmo tempo, garantir a saúde e a segurança de nossos marinheiros”.
Fonte: Star and Stripes
Traduzido e adaptado por: Marcio Geneve