Por André Pinto
Brasília (DF), 12/04/2020 – Oitenta e dois respiradores que necessitam de reparo serão transportados, pela Força Aérea Brasileira, para manutenção em diversas unidades do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). A iniciativa é resultado de parceria entre o Ministério da Defesa (MD), por meio da Secretaria de Produtos de Defesa (SEPROD), e a Confederação Nacional da Indústria (CNI). A ação também conta com o envolvimento da Chefia de Logística (CHELOG) do Ministério e faz parte da Operação COVID-19.
Conforme levantamento, a unidade do SENAI em Salvador (BA) receberá o maior número de aparelhos para conserto. Serão 32 respiradores provenientes dos estados do Maranhão, Rio de Janeiro, Amazonas e Acre, além do Distrito Federal.
Os centros que receberão os outros aparelhos estão localizados em Curitiba (PR), Manaus (AM), Natal (RN), Recife (PE), São Luiz (MA) e São Paulo (SP), além de Belo Horizonte (MG), que também receberá respiradores provenientes de Barbacena, Juiz de Fora e Lagoa Santa, no interior do estado. Nesta missão, também haverá o envolvimento do Exército e da Marinha.
A primeira ação da parceria ocorreu em 6 de abril, quando 18 equipamentos foram recolhidos pela Força Aérea Brasileira (FAB), na capital federal e em Macapá (AP), para manutenção no SENAI de Belo Horizonte (MG). As missões de transporte dos respiradores terão prosseguimento nos próximos dias. A operação é gerenciada pelo Centro de Coordenação de Logística e Mobilização (CCLM) do MD.
De acordo com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), os defeitos apresentados são variados, como: necessidade de limpeza, calibração, verificação de peças plásticas ressecadas, mangueiras ou conexões, mas o principal problema costuma ser com a bateria do equipamento. A meta é devolver os respiradores para uso em até uma semana.
Produtos ao Alcance de Todos
Em outra frente, na “COVID-19, Produtos ao Alcance de Todos” para identificar as empresas da Base Industrial de Defesa (BID) que podem fornecer equipamentos para auxiliar no combate ao vírus, 106 empresas já se cadastraram, oferecendo 404 produtos. A ação foi lançada em 27 de março e os dados foram repassados ao Ministério da Saúde, às Forças Armadas, ao Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) e ao Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS). A iniciativa também faz parte da Operação COVID-19 do Governo Federal.
O Secretário-executivo do CONASEMS, Mauro Junqueira, destacou que a ação alcançou todos os 5.570 municípios do país. Ele comentou que alguns Secretários já acionaram as empresas. “Neste momento, ainda não conseguimos saber quais as indústrias e municípios estão negociando. Mas certamente esta ação está auxiliando muito os órgãos de saúde dos municípios”, destacou.
As empresas, que compõem a Base Industrial de Defesa (BID), alteraram os seus processos produtivos, o que lhes permitiu oferecer produtos como: álcool gel, máscaras, luvas, artigos de laboratório e farmácia, respiradores automáticos e termômetros digitais a laser. As indústrias também apresentaram a capacidade de produção diária, o que abre a possibilidade de o gestor fazer um planejamento de suas necessidades.
As empresas cadastradas estão localizadas em todas as regiões do País, com maior ênfase para as regiões Sul e Sudeste. Isto proporciona maior agilidade nos processos de contratação e entrega dos produtos, atendendo as situações de urgência e emergência dos órgãos de Saúde.
Operação Covid-19
O Ministério da Defesa ativou, em 20 de março, o Centro de Operações Conjuntas, para atuar na coordenação e no planejamento do emprego das Forças Armadas no combate à Covid-19. Nesse contexto, foram ativados dez Comandos Conjuntos, que cobrem todo o território nacional, além do Comando Aeroespacial (COMAE), de funcionamento permanente. A iniciativa integra o esforço do governo federal no enfrentamento à pandemia e recebeu o nome de Operação Covid-19.
As demandas recebidas pelo Ministério da Defesa, de apoio a órgãos estaduais, municipais e outros, são analisadas e direcionadas aos Comandos Conjuntos para avaliarem a possibilidade de atendimento. De acordo com a complexidade da solicitação, podem ser encaminhadas ao Gabinete de Crise, que determina a melhor forma de atendimento.
FONTE E FOTOS: MD