Comprado nos EUA por US$ 11 milhões e trazido ao País em 2012, “Alpha Crucis” precisa de análise para voltar ao mar
O Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP) realiza hoje um novo pregão para tentar licitar, pela segunda vez, um serviço de vistoria do navio de pesquisa “Alpha Crucis”. A embarcação está parada há oito meses no Porto de Santos, por uma combinação de problemas burocráticos e orçamentários. No primeiro pregão, realizado em 10 de julho, não houve interessados. Comprado nos Estados Unidos por US$ 11 milhões, com recursos da USP e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), e trazido ao Brasil no início de 2012, o navio precisa passar por uma inspeção de segurança. Tratase de vistoria obrigatória, pela qual todas as embarcações oceânicas desse porte precisam passar a cada cinco anos. É um processo equivalente à vistoria de um carro – que precisa ser levado a um mecânico para verificar freios, amortecedores, pneus, etc. –, com a diferença de que o navio tem 64 metros de comprimento, pesa 970 toneladas e precisa ser retirado da água (docado) para ser inspecionado a seco em um estaleiro.
Por pertencer a uma instituição pública, o trabalho só pode ser contratado via licitação. O valor do serviço não pode ser divulgado antes do pregão, mas deve ultrapassar R$ 1 milhão. O diretor do IO, Frederico Brandini, está ansioso para colocar o “Alpha Crucis” de volta em ação. Mesmo parado, o navio custa cerca de R$ 16 mil por dia, sem contar salários da tripulação e o atraso científico, associado às pesquisas que estão deixando de ser feitas. “É uma situação realmente infeliz”, diz. A última saída da embarcação foi em novembro de 2013. Mesmo que tudo corra bem no pregão de hoje, ainda levará de dois a três meses para colocar o navio na ativa. A empresa vencedora terá até 15 dias (prorrogáveis) para iniciar o serviço – e mais 50 dias para completá-lo.
Dificuldades. A falta de interessados no serviço, segundo Brandini, deve-se ao fato de que muitos estaleiros capacitados para realizar o trabalho estão com seus diques ocupados, a serviço da Petrobrás, para atender às demandas do pré-sal. “O navio está parado por causa de uma conjuntura de problemas que levaram a isso”, afirma Brandini. “Não tem nenhum culpado específico; é o sistema que faz essas coisas acontecerem. A burocracia emperra tudo; e dinheiro público acaba sendo desperdiçado por causa dessa falta de agilidade.” Uma primeira inspeção intermediária deveria ter sido feita no fim de 2013, mas o edital não ficou pronto a tempo e o dinheiro que havia sido liberado para a licitação foi recolhido pela reitoria. Na virada do ano, estourou a crise financeira da USP e o novo reitor, Marco Antonio Zago, decretou o congelamento temporário de gastos e investimentos da instituição. Assim, os recursos necessários para a licitação do navio só retornaram ao caixa do IO no fim de abril. Um novo edital foi preparado e o primeiro pregão, realizado em 10 de julho, terminou “deserto”. O instituto pode recorrer a uma cláusula da Lei de Licitações (8.666), que permite dispensar a concorrência em situações desse tipo.
Barco antecessor deve ser doado para o Uruguai
O histórico navio de pesquisa “Professor W. Besnard”, antecessor do “Alpha Crucis” na frota do Instituto Oceanográfico da USP, deverá ser doado para o Uruguai, para ser reformado e colocado de volta em atividade. “Acredito que é a melhor solução, o destino mais nobre para ele”, diz o diretor do instituto, Frederico Brandini. “Assim ele voltará a singrar os mares e a contribuir para o conhecimento do Atlântico Sul por mais alguns anos.” Construído no fim da década de 1960, com 49 metros de comprimento, o Besnard foi o “barcochefe” e ícone da oceanografia acadêmica brasileira durante 40 anos, até ser atingido por um incêndio interno, em 2008. Ele permanece encostado no Porto de Santos, aguardando uma decisão sobre o seu destino, enquanto sua estrutura se deteriorar. As possibilidades que estavam sob análise incluíam transformálo em um museu. Mas a congregação do IO optou por fazer a doação. A decisão ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Universitário da USP. / H.E.
FONTE: Estado de SP
A Marinha Uruguaia nao está interessada ,e falou bem claro, no Besnard, o Instituto de Pewsquisas Pesqueiras da Universidade também nao está interessado, pelo estado de fificilmente recuperavel, do navio, o que ja foi publicado na defensa.com. Só uma meia duzia de oceanografas graduadas na USP, da faculdade de Ciencias teima em receber este navio, mas os conselhos de marinos mercantes a respeto sao todos negativos, pois o valor de revocar o mesmo mais do que duplica o mesmo valor da Sucata em Montevidéu. Inclusive, a metade da Faculdade de Ciencias Uruguaia, cujo predio sofre graves problemas estruturais, tambem nao deseja recebe-lo. quem é que teima e porque?
O Moana Wave (Alpha Crucis) pertenceu a Universidade do Havaí e com o incêndio ocorrido
no Professor Besnard que o inutilizou a USP buscou um substituto e o que pode
ser feito foi adquirir um navio usado ao contrário do Professor Besnard que
foi encomendado pela USP à Noruega nos anos 60.
Se a USP não tem condições de manter o Alpha Crucis muito menos teria de adquirir
um navio novo !
Quem o adquiriu foi a FAPESP. A USP deveria o manter para pesquisas. Mas nem os funcionários da USP que estão fundiados com o Navio no Portão 5 de Santos estão recebendo provimentos pessoais, quidirá peças de manutenção.
O Alfa Crucis, um navio oceanográfico veio da Califórnia como uma plataforma de pesquisa avançadíssima, completamente revisada e atualizada. Chegou como “presente de grego”, como tudo estratégico que é comprado dos EUA. Ele seria peça-chave para as pesquisas acadêmicas na “Amazônia Azul”, Antártida, Rio Amazonas e até costa africana, para várias unidades da USP e de outras universidades públicas (não apenas para o Inst. Oceanográfico). Resta agora remendá-lo para as gerações futuras.
Quem tiver interesse sobre o custo de manutenção do N/Oc, acesse:
http://www.io.usp.br/images/Embarcacoes/Alpha_Crucis_CUSTO_TOTAL.pdf