O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, astronauta Marcos Pontes, se reuniu nesta terça-feira (6) com executivos da AVIBRAS Indústria Aeroespacial. Com 60 anos de experiência, a empresa aposta na parceria entre o setor público, a indústria e a academia para desenvolver o mercado espacial no país. Parte da diretoria participou da reunião de forma remota e o diretor de Relações Institucionais da empresa, Eduardo Leonetti esteve presente no ministério.
Durante sua fala Leonetti apresentou o “Programa de Incentivo ao Mercado Espacial Brasileiro – PRO ESPAÇO”. Segundo ele o projeto se inspira no PROINFA Eólica que apresentou um conjunto de iniciativas no setor que colaboraram para que o Brasil ocupe atualmente, a 7ª posição no ranking mundial de capacidade instalada de produção e energia eólica.
O PRO ESPAÇO sugere um círculo virtuoso com a capacitação, aumento de competitividade e acesso ao mercado. Previsibilidade com a criação de mercado de longo prazo. Incremento na economia com a consolidação da indústria nacional e geração de empregos, domínios de tecnologia e inovação. Além da promoção da sustentabilidade com a encomenda de serviços e produtos que geram benefícios para a sociedade.
Dentre os desafios do setor a empresa citou restrições orçamentárias, falta de financiamento, falta de demanda organizada, necessidade de programas de Estado, dentre outras. “Queremos aumentar a competitividade da indústria brasileira, assegurar o domínio de tecnologias críticas, reduzir a dependência de serviços do exterior e criar um mercado sustentável”, afirmou Leonetti.
O diretor-presidente da Avibras, João Brasil Carvalho Leite, fez questão de reforçar que o PRO ESPAÇO é um projeto da indústria. “Prevemos ações em parceria com o governo, mas essa é uma proposta de cunho privado. Existe um potencial muito grande no setor aeroespacial. E projetos como este expandem nossa capacidade de fazer pesquisas e desenvolvimento numa maneira fantástica”, declarou Leite.
Para o ministro do MCTI, a proposta da AVIBRAS chegou na hora certa. “Estamos vivendo um momento diferenciado no programa espacial brasileiro. Programas como o PRO ESPAÇO vão de encontro ao que propomos que é o fortalecimento de uma cadeia inteira de produção. Eu sempre digo que não tem como um projeto ir para frente se depender apenas do setor público. Existe a necessidade de investimentos privados em parcerias”, avaliou Pontes que ainda acrescentou a similaridade do projeto com o que o governo vem trabalhando no setor aeroespacial brasileiro.
“É isso que buscamos. O conjunto de Centro Espacial, com estrutura de lançamento, com o desenvolvimento de uma cadeia produtiva para veículos lançadores para satélites ou cargas úteis que podem ser desenvolvidas”, declarou.
Presente na reunião o secretário de Estruturas Financeiras e de Projetos do MCTI, Marcelo Meirelles, lembrou que apesar da proposta estar alinhada ao que o governo planeja é preciso haver demandas. “Temos diversos instrumentos que podem ajudar este projeto, mas é muito importante que a empresa tenha a resposta da necessidade de financiamento para qual produto ou serviço. E o mais importante, vai vender para quem”, indagou.
Também presente na reunião, o coordenador-geral de Tecnologias Estratégicas do MCTI, Ricardo Mangrich destacou que o governo vem realizando conversas com o Congresso Nacional e com o Ministério da Economia para melhorar a segurança jurídica, modernizar a legislação do setor para estimular investimentos do setor privado. “Estamos totalmente alinhados neste sentido para o setor aeroespacial não depender tanto de orçamentos públicos. Nossa intenção é trabalhar simultaneamente em três ações. Na modernização das questões regulatórias, no mapeamento das iniciativas existentes e nas estratégias do que realmente queremos para o futuro”, finalizou.
FONTE: MCTI
PRO ESPAÇO – Programa de Incentivo ao Mercado Espacial Brasileiro.
Não existe mais informações referente ao programa.
Apenas a AVIBRAS estava presente na reunião com o MCTI.
O programa trata de questões realmente importantes ao PEB, mas já começou mal.
Mas vamos analisar.
A empresa fala de “…falta de financiamento…”. Ora, a AVIBRAS obtém vários contratos a fundo peridido. Isto é normal quando tratamos de P&D. O que não é normal é tratar de forma corriqueira atrasos e problemas de entregue.
Fala também de “…falta de demanda organizada…”. Aí temos que concordar. Gestão (não gerenciamento) é uma problema crônico no setor público.
Agora, “…aumentar a competitividade da indústria brasileira…” só se for dos clientes, porque esta empresa faz lobby fortíssimo junto ao governo para evitar qualquer fomento ao mercado espacial, principalmente foguetes.
Mas a principal responsável pela situação do PEB é da própria MCTI, que mantém os vícios de governos anteriores, mantém o mesmo perfil de gestores e esquece de fomentar a indústria. É só acenar que nosso ministro corre para a AVIBRAS. Agora, outras iniciativas, como a ASB (Aliança de Startups Espaciais Brasileira), não conseguem a atenção nem do MCTI nem da AEB.
Esta empresa precisa sim ser fomentada com recursos públicos, principalmente porque tem cunho estratégico ao nosso país, mas é preciso deixar que outras empresas evoluam. Só assim que se forma o mercado. Do jeito que está, com o monopólio da AVIBRAS, a visão do setor no país continuará obtusa.
Nem sequer essa empresa entregou o motor S-50. Deveria primeiro cumprir com o contrato ou dar devida comunicação do andamento do projeto.
É isso mesmo.