Por Celso Cunha e Leonam Guimarães
A busca por soluções para enfrentar as mudanças climáticas tem sido uma prioridade global. Esta é uma tarefa complexa que requer esforços coletivos em várias frentes. Diversas alternativas podem contribuir para mitigar as mudanças climáticas, como por exemplo a transição para energia limpa. Ou seja, investir em fontes de energia que diminuam as emissões de gases de efeito estufa. Por esta razão, a energia nuclear surge como uma alternativa promissora. Ela tem características ímpares por apresentar como vantagem ambiental a não utilização de combustíveis fósseis que provocam o aquecimento global e prejudicam o meio ambiente, gerar energia de forma contínua, sem dependência das condições ambientais, e ter grande densidade energética, ocupando espaços mínimos em relação à energia total gerada.
De acordo com estudos da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia, cerca de 80% da energia produzida mundialmente provém de combustíveis fósseis e constata que até 2050, se os esforços para zerar as emissões de gases do efeito estufa continuarem, a área territorial dedicada à produção de energia renovável deve sextuplicar.
Por este motivo, a energia nuclear desempenha um papel importante na busca por soluções sustentáveis para enfrentar as mudanças climáticas. Com suas baixas emissões de carbono, alta densidade energética, disponibilidade contínua, pequena “pegada ecológica” e avanços em segurança, a energia nuclear apresenta uma alternativa viável e promissora para reduzir o impacto ambiental causado pela geração de energia. Ao considerar a energia nuclear como parte de uma matriz energética diversificada, podemos avançar em direção a um futuro mais limpo e sustentável.
Podemos destacar inúmeras vantagens significativas da energia nuclear em relação à mitigação das mudanças climáticas. Em primeiro lugar, a energia nuclear é uma fonte de energia limpa, que não emite gases de efeito estufa (GEE) durante a geração de eletricidade. Isso significa que pode ajudar a reduzir as emissões de GEE e, portanto, contribuir para a mitigação das mudanças climáticas.
Isto porque a energia nuclear pode oferecer uma fonte confiável de energia de baixo carbono garantindo o fornecimento de energia estável e resiliente por complementar as fontes de energias renováveis, especialmente durante períodos de baixa geração de energia eólica ou solar.
Além disso, a energia nuclear é uma fonte de energia confiável e estável, que pode fornecer eletricidade 24 horas por dia, 7 dias por semana, independentemente das condições climáticas. Isso é especialmente importante em um cenário de aumento da demanda por eletricidade, como o aumento do uso de veículos elétricos.
Com relação à segurança, a energia nuclear também é confiável, por utilizar sistemas avançados e melhor supervisão regulatória e os riscos associados à energia nuclear podem ser mitigados por meio de processos adequados de gerenciamento de resíduos e descomissionamento.
Por fim, a energia nuclear é uma fonte de energia de alta densidade, o que significa que pode fornecer uma grande quantidade de energia em um espaço relativamente pequeno. Isso é particularmente importante em áreas urbanas densamente povoadas, onde o espaço é limitado.
É importante observar que a decisão de apoiar ou se opor à energia nuclear como estratégia contra a mudança climática requer uma consideração cuidadosa de vários fatores, incluindo segurança, custo, gerenciamento de resíduos e possíveis contribuições para a mitigação da mudança climática.
*Celso Cunha é presidente da ABDAN, Associação Brasileira de Desenvolvimento de Atividades Nucleares.
*Leonam Guimarães é diretor técnico da ABDAN, Associação Brasileira de Desenvolvimento de Atividades Nucleares.
Sou um forte defensor da energia nuclear, entendo que ela tem seus pontos negativos, mas estes pontos podem ser tratados.
Por exemplo, dois pontos negativos que normalmente citam é:
1 – Risco de acidente/vazamento: hoje temos tenologias e sensores mais que o suficiente para conseguir prever/simular possíveis riscos e tomar decisões antes que o mesmo ocorra, hoje conseguimos criar diversas barreiras de segurança, com materiais e tenologias que a 50 anos atrás não existia;
2 – Descarte do lixo radioativo: atualmente a forma mais viável e segura é construir num local isolado (no nordeste ou num deserto em outro país) um aterro nuclear e toda substancia que for para o aterro antes deve ser colocada em recipiente de chumbo ou outro material que isole a radioatividade, acredito que em 50 anos teremos capacidade para recolher todo esse lixo radioativo e enviar ele para ser queimado no sol.
A empresa onde trabalho ela possui um depósito de lixo radioativo num lugar isolado a 1km da fábrica, este depósito possui 25 metros de profundidade e uma parede de mais de 1 metro de espessura, todo lixo radioativo antes de ser descartado é colocado num pequeno recipiente de chumbo e outro material isolante (que não me lembro qual é), inclusive este depósito ele é fiscalizo todo ano por órgão do governo responsável pela (fiscalização CNEN).
Os pontos positivos acho que não preciso detalhar, mas seriam:
1- produzir energia 24h por dia independente do clima ou outro fator externo;
2 – Poder produzir energia em literalmente qualquer lugar/cidade do país;
3 – Diminuir a polução por CO2 da queima de combustíveis;
3 – Eliminar a destruição de grandes área para construção de hidroelétricas;
4 – Diminuir a polução visual com instalação de torres eólicas ou painéis solares(inclusive é possível construir uma usina nuclear numa instalação subterrânea, como se fosse um submarino nuclear);
A energia nuclear baseada em fissão atômica só é ecológica enquanto funcionar corretamente, sem acidentes e até a hora que a carga radioativa tem de ser trocada onde aparece “do nada” o dano do lixo/rejeito nuclear que temos que lidar e estocar por anos e séculos conforme sua natureza de decaimento radioativo…
Todo esse papo de energia ECONUCLEAR pode voltar a sumir do horizonte EM SEGUNDOS no momento que a turma Ucraniana do Zelenski furar a defesa Russa e conseguir bombardear eficazmente a usina atômica de Zaphorie
E o OCIDENTE tão preocupado com o nosso ecosistema amazônico descobrir que deu mísseis Stormshadow e canhões Ceasar para ucranianos nazistas atacarem sua própria ex-usina nuclear…
Vai ser constrangedor e ridículo…
O futuro SE CHEGAR será da energia nuclear de FUSÃO DE HIDROGÊNIO, mas ainda estamos muito longe do seu uso, mesmo que experimental…
Apareceu uma russetinha. Pensei que não vinham mais aqui.
Ambientalecos e seus delírios…
A Europa tá indo muito bem com essa onda de “descarbonização”, eles estão até reativando minas de carvão só para relembrar o quão ruim é essa forma de energia…
Não só haverá descarbonização sem a energia nuclear, como ela já está acontecendo.
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A energia nuclear é não renovável… E desde o início do ciclo de produção, até o descarte final dos resíduos, existem impactos ambientais. É bom pontuar como exemplo, o problema de que estamos desde a década de 70 armazenando lixo, pois o Brasil não viabilizou até hoje um sistema de descarte definitivo para materias radioativos. Falar em qualquer investimento nuclear sem resolver esta questão, em definitivo, é algo gravíssimo e tremendamente irresponsável.
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Além disto, a energia nuclear é completamente inviável no Brasil, em termos financeiros. Principalmente quando se apontam “soluções mágicas” para pequenas plantas de geração de energia, onde o retorno deste tipo de empreendimento é mais do que pífio.
Todo o aparato nuclear demanda a existência de um massivo investimento e controle estatal, ao passo que no caso das as energias renováveis, a explodarção é regulamentada e não só pode, como vem sendo realizada por completo pela iniciativa privada. Nos úlltimos anos a iniciativa privada realizou dezenas de bilhões de reais em investimentos neste setor. Em contraste, aquele crime lesa-pátria que chamam de Angra III, serve desde a década de 80 como lixeira, onde se realizou e ainda vai se realizar o descarte de dezenas de bilhões de reais de nosso dinheiro. Dinheiro este, que poderia ter sido empregado em soluções nucleares muito mais necessárias e prioritárias: fármacos. Onde está o RMB???
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A única justificativa plausível para a existência de sistemas de geração de energia nuclear no Brasil, é no tocante ao controle dos estoques de água, dentro de nosso grande e extremamente competitivo sistema baseado em hidrelétricas, que corresponde a mais de 50% da energia gerada, mitigando assim, problemas gerados por crises hídricas. No entanto, dentro do SIN, é possível discutir e contornar essa “plausibilidade”, com a modernização dos elementos de nossa rede e uso de energias de fontes renováveis. E é basicamente o caminho que será seguido.
Prezado Bardini: totalmente deacordo. ABs
Tão bem regulado que esses dias um vazamento de grandes proporções foi escondido do país e da mídia… E quanto aos resíduos nucleares que não são recicláveis e precisam ser enterrados? Precisamos falar sobre todos os cenários.
O Mundo tem que entender que a tecnologia nuclear so é perigosa porque a media de idade dos reatores hoje ativos de de 50!!! anos. Se juntamos a capacidade computacional atual e softwares de engenharia com certeza uma nova geração de reatores seriam varias vezes mais seguros e energeticamente eficientes. Na minha visão, apesar de leigo, e que a ONU e seus lideres deveriam montar um grupo de trabalho pra encerrar todo e qualquer reator projetado e construído antes de 2000 e ou com tecnologias conhecidamente “inseguras”.