FDTE volta a trabalhar com a Marinha, que está desenvolvendo o primeiro submarino de propulsão nuclear
A Amazul – Amazônia Azul Tecnologias de Defesa SA assina nesta sexta-feira, 17/3, protocolo de intenções com a FDTE – Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia, ligada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli), para formação de parcerias, intercâmbio de informações, convênios e acordos de cooperação técnico-científica dentro das áreas de atuação das duas instituições. A Amazul foi criada em 2013 com o objetivo de promover, desenvolver, transferir e manter tecnologias sensíveis às atividades do Programa Nuclear da Marinha (PNM), do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) e do Programa Nuclear Brasileiro (PNB).
A missão primordial da empresa é viabilizar o desenvolvimento do submarino de propulsão nuclear, tecnologia imprescindível para que o País exerça a soberania plena sobre as águas jurisdicionais brasileiras. Para executar seus projetos e oferecer serviços tecnológicos, a Amazul retém, atrai e capacita recursos humanos de alto nível.
Independência tecnológica
Desde 1979, a Marinha do Brasil desenvolve seu Programa Nuclear, cujo propósito é dominar a tecnologia necessária ao projeto e construção de um submarino com propulsão nuclear. O principal objetivo do programa, desenvolvido pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), é estabelecer a competência técnica nacional para projetar, construir, comissionar, operar e manter reatores do tipo Reator de Água Pressurizada – “Pressurized Water Reactor” (PWR) – e produzir o seu combustível. A tecnologia será empregada na geração de energia elétrica, quer para iluminar uma cidade, quer para propulsão naval de submarinos.
A Amazul participa dos projetos do CTMSP, como o Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (Labgene), que está sendo construído em Aramar, no município Iperó (SP). O Labgene será utilizado para validar as condições de projeto e ensaiar todas as condições de operação possíveis para uma instalação de propulsão nuclear, atuando como um protótipo em terra da propulsão do futuro submarino nuclear brasileiro.
Outros projetos estratégicos têm o apoio da Amazul, como o enriquecimento e conversão de urânio e a produção de materiais nucleares.
A Amazul também participa dos projetos a cargo da Cogesn – Coordenadoria-Geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear, como o Estaleiro e Base Naval de Itajaí (RJ), a construção de submarinos convencionais da classe Scorpène e o próprio submarino nuclear.
Na área do Programa Nuclear Brasileiro, a Amazul cooperará com o desenvolvimento de projetos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Eletronuclear, Indústrias Nucleares Brasileiras (INB) e Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep). Um dos projetos, a cargo da Cnen, é o desenvolvimento do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), equipamento voltado à pesquisa com a finalidade de produzir radioisótopos, que são a base para os radiofármacos utilizados na medicina nuclear, e fontes radioativas usadas em aplicações na indústria, na agricultura e no meio ambiente.
Apoio ao desenvolvimento
A Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE) foi instituída em 1º de dezembro de 1972, com o objetivo de promover o desenvolvimento tecnológico do Brasil. A ideia partiu de um grupo de professores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (POLI) que sentiram a necessidade de fundar uma instituição privada para realizar os projetos de pesquisa e desenvolvimento que surgiam naquela época.
A FDTE tem importância histórica para a expansão industrial do país. A referência da entidade no mercado se dá por sua capacidade em atender e satisfazer as necessidades de seus clientes, assim como pelos procedimentos adotados para que isso aconteça da melhor forma, com benefícios a todos.
A instituição é reconhecida pela importante contribuição que tem dado ao país nas questões ligadas ao seu desenvolvimento. Grandes feitos contribuíram para esse reconhecimento. Nasceu do Laboratório de Sistemas Digitais o histórico “Patinho Feio”, como foi chamado o primeiro computador brasileiro construído em 1972. Com o patrocínio da Marinha Nacional, foi desenvolvido o G10, que se tornou o segundo computador genuinamente brasileiro, também criado pela FDTE. Entre os resultados do projeto, surgiram profissionais capacitados, diversas ramificações na difusão do conhecimento e empresas nacionais para atuarem no setor.
Além da parte de projetos, a FDTE tem prestado serviços para o Brasil por meio da qualificação de estudantes e profissionais de engenharia. A colaboração da FDTE para as instituições de ensino superior, desde sua criação, tem significativo impacto, tanto para o ensino e o professor quanto para o aprendizado e o aluno. Entre os benefícios, permitiu a fixação do professor-engenheiro na universidade, o que, mesmo com a atuação desse profissional no mercado, evita o esvaziamento do corpo de professores de disciplinas aplicadas.
Esta parceria das instituições militares com universidades e centros de pesquisas civís é fundamental, isto mais o envolvimento de empresas nacionais na parte da produção
das tecnologias surgidas desta sinergia civil/militar, formam um processo completo de desenvolvimento de empresas/industrias de alta tecnologia.
Más para que o desenvolvimento tecnológico e industrial surgido deste processo tenha continuidade e crescimento é imprescindível que a demanda pelos itens de alta tecnologia produzidos por estas empresas tenham uma demanda razoável…E isto vai depender dos pedidos das forças armadas , que por sua vez, dependem de verbas
liberadas e previsões orçamentarias estáveis, não sujeitas à constantes cortes, que inviabilizam os planejamentos de longo prazo, que são característicos de todo desenvolvimento tecnológico/industrial.