Uma nova e ampla fábrica em Kansas City, no Missouri, produz as entranhas mecânicas das ogivas atômicas dos Estados Unidos.
Maior que o Pentágono, cheia de equipamentos futuristas e milhares de trabalhadores, a fábrica, inaugurada em agosto, moderniza as armas envelhecidas que o país pode disparar de mísseis, bombardeiros e submarinos.
Ela faz parte de uma onda nacional de revitalização atômica que inclui planos de uma nova geração de veículos para transporte de armamentos. Um recente estudo federal calculou o preço total em US$ 1 trilhão (R$ 2,4 trilhões) nas próximas três décadas.
Essa expansão ocorre sob um presidente que fez do desarmamento um dos principais objetivos da política de defesa americana.
A ideia era que uma reconstrução modesta do complexo nuclear decadente do país acelerasse a reposição de armas, aumentando a confiabilidade do arsenal e abrindo caminho para tratados que reduziriam de maneira significativa o número de ogivas nucleares.
Em vez disso, por causa de acordos políticos e de crises geopolíticas, o governo Obama está se envolvendo em uma extensa reconstrução atômica, enquanto consegue apenas uma modesta redução de armamentos.
Com a Rússia no rumo bélico, a China pressionando com suas reivindicações territoriais e o Paquistão expandindo seu arsenal, as chances gerais para o legado de desarmamento do presidente Obama parecem cada vez mais tênues, segundo analistas.
O Congresso manifestou menos interesse nas reduções atômicas do que em parecer firme no confronto crescente entre os governos de Washington e Moscou.
“O modificador de jogo mais fundamental é a invasão da Ucrânia por Putin”, disse Gary Samore, principal assessor nuclear de Obama em seu primeiro mandato e hoje professor em Harvard. “Ela tornou politicamente impossível qualquer medida para uma redução unilateral do arsenal.”
Isso é ótimo para os “falcões”. Eles creem que os investimentos colocam os EUA em posição mais forte em caso de uma nova corrida armamentista. Na verdade, as fábricas que Obama aprovou para uma força menor de armas mais precisas e confiáveis poderia, sob outro presidente, permitir a rápida expansão do arsenal.
No final, porém, a realidade orçamentária pode ter mais força que as filosofias nucleares para conter a escalada atômica. “Não há dinheiro suficiente”, disse Jeffrey Lewis, do Instituto de Estudos Internacionais em Monterey, especialista no esforço de modernização. “Será um fracasso.”
Em relatórios abertos e secretos para o Congresso, Obama expôs seus planos de renovação atômica, cujo custo o Departamento de Orçamento do Congresso estimou em US$ 355 bilhões (R$ 852 bilhões) nos próximos dez anos. Mas esse é apenas o início.
O preço vai disparar depois de dez anos, quando mísseis, bombardeiros e submarinos feitos no século passado chegarem ao fim de suas vidas úteis e forem construídos substitutos.
O principal trabalho na fábrica de Kansas City, que substitui uma instalação mais antiga que era constantemente inundada, é prolongar a vida de uma ogiva de submarino chamada W-76, que já tem 40 anos. Aproveitando milhares de peças, os trabalhadores tentam fazê-la durar 60 anos -o triplo do planejado originalmente.
Mas, se a fábrica de Kansas City é a joia da coroa no esforço de modernização, outros projetos são o lembrete de que muitos bilhões ainda deverão ser gastos.
No Laboratório Nacional Los Alamos, no Novo México, berço da bomba atômica, planos de um novo complexo para produzir combustível de plutônio surgiram há uma década, com orçamento de US$ 660 milhões (R$ 1,58 bilhão).
Mas grupos antinucleares divulgaram detalhes embaraçosos, como a descoberta de uma falha geológica no local. O custo estimado disparou para US$ 5,8 bilhões (R$ 13,9 bilhões), e em 2012 o Obama suspendeu o projeto.
E o custo de um projeto de atualização do em Oak Ridge, no Tennessee, subiu de US$ 6,5 bilhões (R$ 15,6 bilhões) para US$ 19 bilhões (R$ 45,6 bilhões). O governo Obama suspendeu o projeto, e o laboratório está lutando para modificá-lo.
A diferença gritante entre planos de trilhões de dólares e orçamentos apertados começa a chamar a atenção de Washington.
Uma nova geração de mísseis, bombardeiros e submarinos “é impraticável”, declarou em julho um painel independente bipartidário encomendado pelo Congresso e o Departamento da Defesa. O investimento total, segundo o painel, “provavelmente sairia às custas de melhoramentos necessários nas forças convencionais”.
Em agosto, a Casa Branca anunciou que revisaria os planos de gastos atômicos, preparando-se para o pedido de orçamento do ano que vem ao Congresso, que definirá os gastos federais para o ano fiscal de 2016.
“Este é o orçamento do legado de Obama”, disse uma autoridade graduada, sob a condição do anonimato por causa da delicadeza política do tema. “É sua última chance de fazer as opções difíceis e definir prioridades.”
FONTE: THE NEW YORK TIMES
Talvez mesmo com essa renovação os EUA consigam chegar mais perto dos Russos, mas (sempre tem um MAS) , como o Dalton mencionou (com outras palavras) o cobertor está curto até lá (EUA), apesar de lá tratarem a segurança com seriedade. Talvez nem seja caso dos EUA conseguirem chegar mais perto dos Russos, e SIM FICAREM SEM PERMITIR que os Russos (ou os chineses) os alcancem ou os ultrapassem. Pois até onde sei os armamentos americanos nucleares ou convencionais ainda são superiores aos Russos e mais ainda aos Chineses. Mas os Chineses estão investindo pesado na cópia, desenvolvimento e modernização e os Russos no desenvolvimento e modernização e o pior com mais verbas (ao menos no momento) do que os Americanos.
Esse último comentário meu foi acidente de percurso, não vi que na 1ª tentativa de publicação estava tudo bem, acabei publicando ele novamente sem querer.
Em minha opinião os Norte Americanos após o colapso da União Soviética se prevaleceram como os grandes “vencedores” da guerra fria e nos anos seguintes alcançaram um grande avanço na tecnologia de guiagem de mísseis ICBMs com ogivas múltiplas como o Minuteman III e o Peace Keeper além dos submarinos estratégicos classe Ohio armados com os mísseis Trident II e os bombardeiros stealth B-2 Spirit, todos esse aparato sendo superior ao do inimigo russo, chinês paquistanês ou quem quer que fosse, ainda por cima construídos em quantidades esmagadoramente superior aos do adversário. Isso deu aos EUA um certo “tempo de folga” na corrida armamentista pois estavam bem a frente dos potenciais adversários. O problema é que os adversários não se acomodaram e não desistiram e agora estão se aproximando novamente do patamar em que os EUA se encontram, coisa que já começa a incomodar, como um piloto que está vencendo a corrida e começa ver o adversário cresecendo no retrovisor, ele naturalmente irá apressar o passo novamente.
Talvez mesmo com essa renovação os EUA consigam chegar mais perto dos Russos, mas (sempre tem um MAS) , como o Dalton mencionou (com outras palavras) o cobertor está curto até lá (EUA), apesar de lá tratarem a segurança com seriedade. Talvez nem seja caso dos EUA conseguirem chegar mais perto dos Russos, e SIM FICAREM SEM PERMITIR que os Russos (ou os chineses) os alcancem ou os ultrapassem. Pois até onde sei os armamentos americanos nucleares ou convencionais ainda são muito superiores aos Russos e mais ainda aos Chineses. Mas os Chineses estão investindo pesado na cópia e desenvolvimento e os Russos no desenvolvimento e modernização e o pior com mais verbas (ao menos no momento) do que os Americanos.
Ah, o comentário que estou respondendo anterior foi meu, não do outro Alexandre.
Grande dalton as vezes nesse site sinto falta de realismo por parte de alguns comentários,a maioria das pessoas deveria procurar se informar antes de explanarem opiniões totalmente sem sentindo…abraços.
As forças convencionais russas são muito inferiores a dos EUA
então a maior garantia que possuem é investir em armas
atômicas.
Há de se levar em conta que os submarinos estratégicos
russos por exemplo, são mais antigos que os equivalentes dos EUA então
nada mais natural que construírem primeiro os substitutos
conhecidos como classe Borey e os 3 primeiros se valeram
inclusive de parte do casco de 3 submarinos de ataque que
tiveram sua construção suspensa após a dissolução da
URSS o que barateou a construção.
Os submarinos estratégicos dos EUA só começarão a ser
retirados de serviço a partir de 2027.
Um maior investimento dos EUA em armas atômicas pode
consequentemente reduzir ainda mais as forças convencionais
então não é uma decisão fácil.
n
Talvez, a partir desta medida de renovação de seu arsenal atômico, os EUA consigam chegar mais perto da Russia.
Talvez. Quem sabe?!!!
O serviço secreto americano não estaria sabendo das intenções “PUTINESCAS” e Chinesas (por exemplo),respectivamente, bem antes da invação da Criméia? Pois do jeito que o texto está parece que Obama & Cia. foram pegos de calças na mão e agora estão correndo contra o tempo, pois somente agora estão procurando atualizar o arsenal nuclear americano que a Rússia, ATÉ ONDE SEI E LEMBRO, está atualizando faz tempo o seu arsenal nuclear. Seria somente questão de prioridades, mesmo sabendo do rumo que Rússia e China estavam tomando e que a renovação de armas nucleares ainda assim simplesmente NÃO era prioridade? Está parecendo um joguinho um tanto perigoso, NÃO ESTOU defendendo ninguém (Americano, Russo, Chinês ou seja lá quem seja). Qualquer país que tenha arsenal nuclear é perigoso, QUALQUER.
Somente corrigindo: Qualquer país é perigoso, com arsenal nuclear é mais perigoso.