Por Gabriela Paulucci da Hora Viana
Atualmente, o território Antártico tem sido palco para pesquisas que buscam simular missões em órbita, em trânsito e na superfície da Lua e de Marte. Em especial, esse movimento reflete na corrida dos países para a exploração do planeta vermelho, tanto por ser o segundo lugar mais acessível do Sistema Solar, depois da Lua, quanto por poder fornecer novas informações sobre a origem e evolução da vida terrestre.
Nesse sentido, um projeto financiado pela União Europeia denominado EDEN ISS é o principal dispositivo voltado para simular e prever o desenvolvimento de tecnologias de cultivo de alimentos relativos à agricultura espacial no território antártico. De que maneira esse projeto poderia suprir a necessidade das futuras missões espaciais em relação aos sistemas bio-regenerativos para o suporte da vida em Marte?
A ideia principal da iniciativa EDEN ISS é conduzir pesquisas em instalações de ambiente controlado em locais remotos e isolados. A intenção é explorar o desenvolvimento de Sistemas de Suporte a Vida Bio-Regenerativo (BLSS, sigla em inglês), conceito que sugere a criação das condições para a vida humana em outros planetas a partir do cultivo de plantas e, consequentemente, colheitas regulares. Além dos benefícios alimentares, esse aspecto favorece também o aspecto psicológico facilitando o convívio diário e o ambiente social quando em Marte.
Soma-se o fato ainda que, o EDEN ISS tem o objetivo de auxiliar e apoiar os objetivos do programa de voo espacial tripulado Artemis, desenvolvido pela NASA, que almeja a exploração sustentável da Lua e, eventualmente, Marte. O projeto EDEN foi lançado em 2015, e é administrado pelo Centro Aeroespacial Alemão (DLR, sigla em inglês). Em 2021, a NASA e o DLR iniciaram uma série conjunta de experiências sobre técnicas de cultivo de vegetais para uso na Lua e em Marte. Por isso, a importância do território antártico como laboratório para a exploração do espaço reflete no protagonismo da NASA nas simulações do projeto EDEN ISS que, atualmente, ocorrem na estação alemã Neumayer III.
Desse modo, projetos como o EDEN ISS são a esperança para que eventuais “colonos” de Marte também possam desfrutar de comida fresca durante seu tempo no Planeta Vermelho. Se, por um lado, a corrida para Marte tem reforçado a disputa geopolítica entre os países, por outro, tem fomentado a indústria espacial e reforçado a ânsia dos Estados em garantir um posicionamento estratégico no planeta, impulsionando o remodelamento de seus planos de investimento, especialmente no território Antártico.
FONTE: BoletimGeocorrente
Nunca apareceu nenhuma evidência inequívoca destes estudos. Sempre fica a dúvida de recursos financeiros perdidos nestes projetos.