Fabricante se comprometeu a pagar 16% do valor original às aéreas, mas aviões menores perderam mercado com alta do combustível
A Embraer SA, uma das pioneiras na indústria global de jatos regionais, corre o risco de sofrer um baque financeiro por causa de uma promessa de garantir um valor mínimo às companhias quando elas revenderem seus aviões mais velhos. “Os preços dos jatos usados estão caindo porque as aéreas evitam os modelos de 50 assentos, que eram preferidos há duas décadas”, disse Darryl Genovesi, analista da UBS, em Nova York.
Os aviões pequenos eram uma opção econômica há duas décadas. Em 1994, o preço médio do querosene de aviação era de cerca de US$ 0,53 por galão (3,78 litros). Na semana passada, esse valor era de US$ 2,97, o que dificulta distribuir os maiores custos de combustível em tão poucos assentos.
“A Embraer costuma repassar às aéreas 16% do valor original de um avião e poderia ter dificuldades para recuperar o dinheiro, disse Genovesi. “Os aviões ERJ ainda cumprem uma missão nos EUA”, disse a companhia por e-mail. “E há oportunidades em mercados secundários para as companhias aéreas regionais em mercados emergentes como a África, a Europa Oriental e a América Latina”.
No passado, a Embraer cotou modelos de 50 assentos como os da família ERJ-145 por até US$ 25 milhões, embora os compradores obtenham, normalmente, descontos. Agora, um ERJ-145 ER de 1999 possui um valor de mercado de aproximadamente US$ 2,8 milhões, segundo estimativas da consultoria de aviação Avitas.
Genovesi disse que a Embraer será responsável pela diferença entre o valor que os jatos podem conseguir atualmente e a garantia, baseada no preço de venda, fechado há anos.
Eric Hugel, analista da S&P Capital IQ Inc., disse que a Embraer não deve arcar mais do que US$ 200 milhões e US$ 300 milhões em garantias de valor residual e que as companhias que fizeram leasing também terão que injetar dinheiro nos aviões para devolvê-los sob condições específicas.
FONTE: Barsil Econômico