Por Guilherme Wiltgen
No ano em que a Helibras comemora seus 41 anos de fundação, o seu maior sucesso de vendas, o helicóptero Esquilo, comemora uma data significativa, 40 anos de serviço ativo na Marinha do Brasil. Traçando um paralelo com a carreira de um Oficial de Marinha, seria o mesmo que dizer que o Esquilo já teria alçado ao posto de Almirante.
Em 1978, a Helibras se associou a Aerospatiale (posteriormente Eurocopter e hoje Airbus Helicopters) para montar no Brasil o AS350 Ecureuil, que teve a designação local de HB-350 Esquilo.
Em fevereiro de 1979, a Marinha do Brasil (MB) assinou contrato com a Helibras para o fornecimento de seis HB-350 Esquilo, para dotar o 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-1), passando a ser a pioneira na operação militar desta aeronave no Brasil. Deste modo, a MB teve papel de destaque no desenvolvimento da indústria de helicópteros no País.
A primeira aeronave, a N-7050, foi montada por técnicos franceses e, em dois meses, já estava pronta para voar. Na MB, o HB-350 Esquilo recebeu a designação UH-12 Esquilo, que se mantém até os dias atuais.
Em 18.06.1979, o N-7050 foi entregue à Diretoria de Aeronáutica da Marinha (DAerM) para Avaliação Operacional e inicio da qualificação do primeiro piloto. Nesta ocasião, a Helibras estava instalada, provisoriamente, no hangar X-10 do CTA (hoje DCTA), em São José dos Campos/SP. Posteriormente, foi transferida para sua sede atual, em Itajubá/MG.
Em dezembro de 1979, durante uma cerimônia na Escola Naval, o N-7050 foi recebido pela Diretoria Geral de Material da Marinha (DGMM), sendo transferido para o setor operativo. Ainda em 1979, o segundo UH-12 (N-7051) também foi recebido, sendo seguido pelos N-7052, 7053, 7054 e 7055, em fevereiro de 1980. Todas as seis aeronaves foram incorporadas ao Esquadrão HU-1.
Nesta época, o HU-1 era comandado pelo Capitão de Fragata Pedro Augusto Lynch, que teve como principal missão qualificar, em 60 dias, todos os 33 pilotos do Esquadrão no UH-12. Deve-se ressaltar a dificuldade de tal missão, pois o CF Lynch era o único Instrutor de Voo qualificado no Esquilo pela Helibras, ou seja, o único Instrutor para os 33 oficiais.
Primeiro pouso do N-7050 e 7051 no patio do Destacamento Aéreo Embarcado da Flotilha da Amazônia (DAEFLOTAM), que mais tarde se tornou o 3º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-3)
A partir daí, muitos desafios foram enfrentados pelos Esquilos do HU-1, pois como fazem parte do Esquadrão “Faz Tudo”, teriam por obrigação levar a cabo suas atribuições junto a Força Aeronaval e a Esquadra.
E assim o fizeram, conquistando a confiança dos comandantes dos meios de superfície, vindo a substituir o S-55 Whirlwind na função de “Pedro” (Guarda de Aeronaves Diurna) no NAel Minas Gerais (A 11) e posteriormente se qualificando a operar embarcado nas Fragatas da Classe Niterói e nos Contratorpedeiros.
O UH-12 também realizou o “PEDRO” a bordo do Nae São Paulo (A 12), juntamente com outra aeronave da Helibras, o UH-14 Super Puma, que realizou o “PAULO”, Guarda de Aeronaves Noturna.
O Esquilo ganha novas missões
Em 1983 o HU-1 recebeu mais três helicópteros o N-7056, 7057 e 7058 e, com a criação dos Esquadrões Distritais HU-3, HU-4 e HU-5, a MB efetuou a compra de mais quatro HB-350B (N-7078 a 7081) e sete HB-350BA (N-7082 a 7088), assim o “Tucano”, o “Gavião Pantaneiro” e o “Albatroz”, passaram a operar com a mesma aeronave de Norte a Sul do país.
No final de maio de 2004, o HU-4 substituiu seus UH-12 por três IH-6B (Bell Jet Ranger III), provenientes do 1º Esquadrão de Helicópteros de Instrução (HI-1). Durante os nove anos em que operou o Esquilo, o HU-4 acumulou 6.700 horas de voo e 734 pousos a bordo.
Em 23 de janeiro de 2012, o 1° Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-1) iniciou o deslocamento de duas aeronaves UH-12 Esquilo, a N-7052 e a N-7053, a fim de apoiar o 6º Distrito Naval e qualificar oficiais e praças do 4° Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-4) no novo modelo de aeronave, marcando assim o retorno do Esquilo às operações no Pantanal.
O UH-12 também apoiou o Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), embarcando no NapOc Barão de Teffé (H 42), sendo substituído pela versão biturbina do Esquilo (UH-13 na MB) em 1986, que realiza até os dias atuais as missões de apoio embarcado no NPo Alte. Maximiano (H 41) e no NApOc Ary Rongel (H 44).
O UH-12 Esquilo continua cumprindo a sua missão e marcando a carreira dos tripulantes que passaram pelo cockpit deste pioneiro da história recente de nossa Aviação Naval, porém, a MB necessita realizar a sua substituição por uma aeronave mais nova e tecnologicamente mais avançada, que deverá ser feito por um helicóptero de pequeno porte de emprego geral (UHP), biturbina e com full glass cockpit, que terá pela frente um missão desafiadora, a de substituir essa lenda em nossa Aviação Naval.
O N-7050, primeiro Esquilo da MB, permanece em operação até os dias atuais, servindo hoje no 5º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-5), baseado em Rio Grande (RS).
O melhor substituto para os esquilos é em minha opinião o H145 M, uma aeronave sensacional que pode ser fabricada aqui na Helibras e tem o melhor custo beneficio da categoria.
Boa tarde amigo Guilherme voce sabe se os esquilos bi turbina ainda estão operacionais 7 helicoptes?
2-Guilherme me permita um off toppic. voce sabe quando as fragatas constituiçao, Rademaker e Greenhalgh vão dar baixa?
Souto,
1) O UH-13 ainda está operacional e fazendo a OPERANTAR. Não temos mais os sete originais.
2) Não sei as datas de baixa delas.
Abs,
Acho que o EC135 deverá ser o substituto ideal para o grande guerreiro…