“Por incrível que pareça, esse tipo de ação é frequente”, avisa o Major Ivan Fernandes Faria, oficial de operações do Esquadrão Pantera (5º/8º GAV). Somente em dezembro do ano passado, o Esquadrão Falcão (1º/8º GAV), localizado em Belém (PA), realizou dois resgates em navio em alto-mar. Em um deles, a vítima havia sofrido um acidente vascular cerebral (AVC); no outro, um tripulante filipino apresentava infecção abdominal.
No domingo (13/03), antes de iniciar a segunda fase do Exercício Carranca V, realizado a partir da Base Aérea de Florianópolis (BAFL), a unidade unidade aérea, sediada em Santa Maria (RS), finalizou mais uma etapa na formação operacional de cinco pilotos, sete tripulantes e dois resgateiros. A bordo do helicóptero H-60 Black Hawk, cada profissional executou ao menos cinco missões de resgate em convés (incluindo a execução de hi-line, técnica que permite manter navio e helicóptero em alinho para remoção de várias vítimas mais rápido).
Ao longo de quatro dias, a técnica foi treinada com apoio do Navio Patrulha Babitonga (P 63), da Marinha do Brasil, localizado até 36km da costa (20 milhas náuticas). O resgate em convés de embarcações faz parte do cronograma de treinamento de novas tripulações. “É importante não apenas para a FAB, mas para o Brasil, para quem precisa ser socorrido”, explica o major sobre a necessidade de ter profissionais atualizados. O país tem mais de 7 mil km de costa e estão sob sua responsabilidade operações de busca e salvamento até o meridiano 10 W (no meio do Oceano Atlântico).
O procedimento não é simples e requer total integração entre piloto, operador de guincho e resgateiro. “É um procedimento trabalhoso. A dificuldade está em realizar o procedimento de guincho em um local onde tudo se move”, explica o major. “Na terra, há referências fixas”, compara. Por isso, quem indica a direção, velocidade e altura ao piloto é o operador do guincho, profissional que também acompanha visualmente a localização da vítima, que normalmente está abaixo da aeronave, e o içamento de descida e subida do resgateiro.
O piloto também precisa manter o helicóptero pairando sobre a embarcação com distância de pelos menos dois metros do obstáculo mais alto. Ao descer, o resgateiro fica “pedalando” no ar para não girar e conseguir manter a direção visual do alvo a atingir.
FONTE e FOTOS: FAB