Aeronaves não-comerciais devem transportar um em cada nove visitantes estrangeiros durante a Copa do Mundo de 2014 no Brasil, segundo algumas estimativas, mas líderes do setor dizem que o país está despreparado para esse “enxame”.
Novos aeroportos, que seriam urgentemente necessários, não ficarão prontos a tempo, e os congestionamentos nos principais aeroportos continuam sem solução, disseram executivos que participaram nesta semana em São Paulo da Labace, segunda maior conferência mundial do setor da aviação.
“Os brasileiros são velocistas do último minuto. É parte da nossa cultura”, disse Eduardo Marson, presidente da Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral). “Os investimentos estão chegando muito mais devagar do que gostaríamos. É tarde demais para a maioria deles.”
Os aeroportos comerciais brasileiros já estão operando além da sua capacidade, e isso estimula a demanda por voos fretados, que são mais eficientes. A infraestrutura para os voos privados, no entanto, está em segundo plano diante da necessidade de ampliar os grandes aeroportos.
Isso significa que o Brasil, que tem a segunda maior frota mundial de aeronaves particulares, atrás apenas dos EUA, talvez precise abrir hangares e aeródromos militares para acomodar todos os jatinhos e helicópteros que chegarão para a Copa de 2014, segundo Marson.
Cerca de 3.000 jatos executivos são esperados no Brasil durante o torneio, segundo previsão da empresa United Aviation Services (UAS), de Dubai, que opera fretamentos para mais de 500 empresas de táxi aéreo.
Há três anos, na Copa da África do Sul, menos de 8 por cento dos visitantes optaram por voos privados em vez dos comerciais, mas a UAS prevê que o índice subirá para 11 por cento no Brasil em 2014, em parte por causa de uma melhora no cenário econômico global.
Marson disse que a estimativa da UAS parece bastante otimista, mas admitiu que o tráfego da aviação não-comercial durante a Copa será o maior já registrado no Brasil.
Os organizadores preveem que a Copa atrairá cerca de 600 mil visitantes internacionais para o Brasil, e que eles gastarão quase 7 bilhões de reais.