A nova aeronave de vigilância da Boeing, que foi enviada para o Japão no mês passado, ainda não é eficaz na caça de submarinos ou realizando reconhecimento em grandes áreas, duas das suas principais missões, diz o testador de armas do Pentágono.
Falhas no programa de US$ 35 milhões, inclui o desempenho do radar do avião, integração de sensores e de transferência de dados, escreveu Michael Gilmore, chefe do escritório de testes do Pentágono, em seu relatório anual sobre as principais armas, e que ainda está para ser lançado. Ele disse que o novo P-8A Poseidon exibiu “todas as grandes deficiências” identificadas em exercícios anteriores, quando submetidos ao stress de testes de combates realísticos, entre Setembro de 2012 a Março de 2013.
“Muitas dessas deficiências” levou Gilmore a determinar que o P-8A “não é eficaz para a missão de inteligência, vigilância e reconhecimento, e não é eficaz para busca antissubmarino em grandes áreas”, disse ele em uma seção do relatório obtido pela Bloomberg. A US Navy planeja conduzir testes adicionais para “verificar a correção de algumas deficiências”, escreveu ele.
As conclusões de Gilmore sugerem que a aeronave do programa, que é baseada em um Boeing 737-800 modificado com radar e sensores, não está pronta para implantação. Entre as suas principais missões, está o acompanhamento de submarinos chineses. Seis P-8 foram enviados ao Japão para apoiar as operações de patrulha marítima da 7ª Frota, a partir da Naval Air Facility Atsugi, como parte da estratégia dos EUA para a região da Ásia-Pacífico.
O Vice-Almirante Robert Thomas, comandante da 7 ª Frota, disse em um comunicado à imprensa em 10 de janeiro, que a aeronave “representa uma melhoria significativa”, em relação ao velho P-3 Orion, da Lockheed Martin, e completou: “proporcionando a possibilidade de detectar, rastrear e reportar mais alvos do que antes”.
13 já entregues
A Boeing, sediada em Chicago, entregou no mês passado a 13ª aeronave, de um total de de 113. A US Navy declarou em novembro que a aeronave estava pronta para a implantação de combate, depois de determinar que os critérios para a realização de patrulhas eficazes “foram totalmente atendidas”, disse por telefone a Tenente Caroline Hutcheson, porta-voz da USN. “O P-8A está pronto e nós precisamos dele no teatro de operações e continua a atender às expectativas dos comandantes da frota”, disse ela. Hutcheson disse que o gabinete de Gilmore tem “consistentemente dado destaque, tanto em áreas de guerra eficaz, bem como em recomendações para as áreas para re-visitar”. informando ainda que “A maioria dos problemas citados foram coletivamente identificados”, e a Marinha tem desenvolvido “atualizações de software para corrigir as deficiências”.
A Boeing comenta
O porta-voz da Boeing, Charles Ramey, disse em um comunicado enviado por email que ele não tinha visto o relatório de Gilmore e portanto, estaria impossibilitado de comentar. “O Feedback que recebemos até o momento é que a USN está muito contente com o desempenho do P-8A”, disse Ramey, completando: “Como sempre, a Boeing irá trabalhar lado a lado com a Marinha para apoiar todas as questões que surgirem”.
O secretário de Defesa Chuck Hagel, durante uma viagem ao Japão em outubro, elogiou “as tecnologias de ponta” do P-8A.
A porta-voz de Gilmore, Jennifer Elzea, disse que o escritório de teste concluiu que a aeronave foi eficaz em buscas em pequenas áreas, similar ao P-3C Orion que ele está substituindo. A aeronave também é eficaz na realização de “missões desarmadas de guerra antissuperfície”, e que o seu radar, e sensores de apoio, “fornecem uma busca eficaz do alvo na superfície, em qualquer tempo”, disse ela em um comunicado enviado por email.
O escritório de Gilmore também concluiu que a fuselagem é de confiança, oferecendo “melhorias significativas em termos de confiabilidade, manutenção e disponibilidade” em comparação ao P-3C, e que no geral, o sistema da Boeing “proporciona maior alcance, capacidade de carga e de velocidade”, disse ela.
O Radar da Raytheon
O relatório de Gilmore disse que testes recentes de combate realísticos, confirmaram os resultados anteriores sobre falhas no radar do P-8 e “revelou as implicações operacionais das limitações do radar para alguns alvos”. Ele disse ainda que os detalhes são classificados. A Raytheon fornece o radar de vigilância terrestre e marítima.
Deficiências com a eletrônica embarcada, para detectar o radar inimigo anti-aeronave, são “detecções de ameaças limitadas”, enquanto “degradam seriamente a capacidade de sobrevivência da aeronave em todas as principais missões”, disse o relatório. A Northrop Grumman fornece os equipamentos de “medidas de apoio eletrônicos”.
Elzea disse que a USN está realizando testes adicionais “para avaliar vários sistemas de melhorias técnicas” que serão avaliadas pelo escritório de Gilmore, assim que eles forem entregues. A Marinha tem planos para dois conjuntos de atualizações da aeronave para “melhorar a capacidade de guerra antissubmarino ao longo de vários anos” e tem desenvolvido um “plano de testes e avaliações adequados” para avaliar as melhorias, informou ela.
FONTE: Bloomberg
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Defesa Aérea & Naval
Vale lembrar que a Índia encomendou 8 deste tipo de variante para exportação (designado P-8I Neptune), a um preço de US$ 2.1 bilhões de dólares, cada aeronave tem um custo médio de cerca de US$ 220 milhões de dólares, já recebeu os dois primeiros desse lote, vamos ver o que eles irão dizer a respeito desse ” pequeno ” problema…
Compraram um abacaxi e pagaram caro.
Para um jato que voa bem mais rápido e alto, os sensores precisam ser muito mais eficientes, o que não parece ser o caso do P-8, eu não sei, mas para este tipo de missão prefiro os aviões turbohélice. O nosso P3AM não me parece estar no nível dos Orion americanos, devem ter capado ele nas principais capacidades, mas, enfim, é bom de qq maneira.
Os nossos P3AM são os melhores Orion do mundo! Os próprios americanos admitem!
Que bomba! Esse jatão custa uma FORTUNA! Os detratores da FAB terão que engolir o P3AM que está dando um banho de eficiência!