Em novembro, a Saab dará início a fase de entrega de aeronaves operacionais, com quatro aeronaves Gripen E para o Brasil e outras para a Suécia. Formas inteligentes de trabalho, tecnologias de produção inovadoras e uma estreita cooperação com os clientes foram fundamentais alcançar este importante marco do programa, que segue o cronograma acordado com os clientes brasileiros e suecos.
https://res.cloudinary.com/dkkd45ayz/image/upload/f_auto,q_auto,dpr_auto/w_6827,h_3840,c_fill,g_auto/w_2048/episerver/d01d81d8-ac22-4f8f-814a-ee89f356bfbd/39.4001210817_erk9930.jpeg
No ano passado, a empresa iniciou as entregas para o programa conjunto de testes e verificação do Gripen E. Uma aeronave monoposto está na base da Força Aérea de Malmen, em Linköping, na Suécia, e outra no Centro de Ensaios em Voo do Gripen (GFTC), localizado na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto (SP). Somados as instalações da Saab em Linköping, existem no total três locais de teste em dois países.
“No total, nove Gripen E estão prontos e voando, com outros chegando no final deste ano. A parte crítica de ensaios em voo do programa está quase completa. Agora, nos concentramos na verificação e declaração para alcançar o Certificado de Tipo Militar, no desenvolvimento tático contínuo e atividades para permitir a entrega completa do sistema de armas”, disse Mikael Olsson, head de Teste e Verificação de Voo na Saab Aeronautics.
Taxa de produção plena
A velocidade aumenta nos ensaios em voo do Gripen E e também nas instalações de produção, que alcançará a taxa de produção plena em Linköping durante o próximo ano. Cerca de 30 Gripen E estão na linha de montagem, o que significa que a Saab fabrica perto de um terço dos caças da sua atual carteira de pedidos.
“Percorremos um longo caminho e estabelecemos um processo de produção maduro em um período muito curto. Todas as nossas experiências anteriores, o uso de tecnologia de produção inovadora, os processos e métodos simplificados, incluindo o nosso pessoal, nos ajudam a chegar na taxa de produção completa no próximo ano”, contou Matti Olsson, head de Produção na Saab.
Nas instalações de produção em Linköping, brasileiros e suecos trabalham lado a lado. A montagem estrutural e final, instalação e outras atividades relacionadas à fabricação de aeronaves empregam atualmente mais de 1.000 funcionários. Antes das etapas mencionadas, há também um envolvimento substancial de fornecedores externos e oficinas internas para fabricação de detalhes relacionados à produção de peças e montagem estrutural.
Durante o desenvolvimento e fabricação do Gripen E, tecnologias e técnicas de produção líderes mundiais são utilizadas para economizar tempo e custos, tais como fabricação de aditivos (AM), usinagem de 5 eixos de alta velocidade, novo método de moldagem de metal e peças sob água com explosivos e Definição Baseada em Modelos (MBD).
Sem mais diagramas
Graças ao MBD e às novas tecnologias, o tempo de aprovisionamento e os custos de desenvolvimento e fabricação são reduzidos em 50%. Com o MBD, um modelo 3D de um produto contém todas as informações necessárias, tais como dimensões, tolerâncias, métodos de fabricação e montagem, materiais, entre outros. Com isso, a Saab concentra todos os dados em um só lugar – apresentadas em uma tela de computador, o que tem um grande impacto em toda a cadeia de desenvolvimento e produção.
“Com o MBD, todos os diagramas tradicionais são reunidos em um único modelo 3D. O resultado é uma construção mais rápida e uma qualidade muito maior do produto final. Todas as peças se encaixam sem qualquer retificação ou correção. Podemos verificar a solidez, função e disponibilidade antes de entrar na linha de produção. Todas as questões, desafios e problemas tradicionais podem ser avaliados e problemas potenciais inesperados podem ser evitados”, explicou Olsson.
Transferência extensiva de tecnologia
No Brasil, o desenvolvimento, os ensaios em voo e a produção estão ocorrendo como parte do amplo pacote de transferência de tecnologia para o país. Até o momento, mais de 260 engenheiros e técnicos, de um total de mais de 350 profissionais brasileiros, já foram treinados na Suécia.
O Centro de Projetos e Desenvolvimento do Gripen (GDDN), localizado na fábrica da Embraer, em Gavião Peixoto (SP), é o hub de transferência de tecnologia e desenvolvimento do caças Gripen no Brasil desde 2016. No local, brasileiros e suecos trabalham em aéreas como sistemas veiculares, engenharia aeronáutica, projeto de estruturas de aeronaves, integração de sistemas, aviônica, interface homem-máquina e comunicações.
O primeiro caça Gripen E chegou ao Brasil em setembro de 2020 e, desde então, participa de ensaios em voo no Centro de Ensaios em Voo do Gripen (GFTC), que faz parte do GDDN. O GFTC está totalmente integrado ao programa de testes em execução na Saab, em Linköping, desde 2017. Ele coleta, em tempo real, as informações de telemetria dos voos, de forma criptografada, que são posteriormente analisadas pelos pilotos, técnicos e engenheiros envolvidos na campanha de testes realizada no Brasil e na Suécia.
A fábrica de aeroestruturas da Saab em São Bernardo do Campo (SP) já produz quatro segmentos de aeroestruturas: o cone de cauda, os freios aerodinâmicos, o caixão das asas e a fuselagem dianteira do Gripen E. Paralelamente, os investimentos em infraestrutura e preparação da linha de produção da Embraer, em Gavião Peixoto, estão avançando. Técnicos de produção da Embraer estão na Suécia fazendo seu treinamento on-the-job e trabalhando diretamente na produção das quatro primeiras aeronaves Gripen brasileiras que estão em fase final de produção.
Benefícios mútuos
O Brasil não é o único cliente que recebe essa oportunidade. A Saab oferece a todos os clientes Gripen programas substanciais de Transferência de Tecnologia, que traz benefícios mútuos. A Finlândia tomará uma decisão até o final do ano em relação a novos aviões de combate e, para atender suas necessidades, a Saab oferece uma extensa parceria para além do Gripen e do GlobalEye.
“Para construir a Segurança de Fornecimento, manutenção, reparo e capacidade de revisão na Finlândia, estamos propondo a produção local e a montagem de aeronaves Gripen no país. A Saab vê isto como benéfico para a estratégia global de produção e, naturalmente, também prevê que a Finlândia seja integrada na nossa capacidade de montagem, produção e capacidade MRO (Manutenção, Reparo e Operações)”, disse Magnus Skogberg, diretor da Campanha Gripen para a Finlândia na Saab.
“Também oferecemos à Finlândia o estabelecimento de um centro de sistema local para o Gripen e o GlobalEye, que formará um hub para a sustentação do país e outras capacidades de desenvolvimento”, finalizou Skogberg.
05 caças Gripen no total, será muito bom para nós. Quando tivermos com 20 caças aí já pode aposentar todos os F-5
Mesmo no site da SAAB não tem explicitamente esta informação, que o primeiro Gripen F será montado na Suécia.
Tem um vídeo sobre o primeiro corte de estrutura metálica (feito em Liköping) para o primeiro Gripen F e a informação que a entrega do primeiro Gripen F se dará em 2023.
SE um Gripen F for montado na Suécia ele será um protótipo? (8 + 1) (após ele ficaria com a FAB ou a SAAB)
Ou este “protótipo” será depois validado como uma unidade operacional da FAB? (será um dos 8 F-39 F da FAB)
E uma observação de ELOGIO para a FAB:
O muito recente “fuzz mundial” pelo vídeo do primeiro J-20 Chinês com dois assentos como sendo o primeiro 5ª geração biplace e as constantes matérias sobre o desenvolvimentos de drones “Loyal wingman” mostram o acerto ABSOLUTO da FAB em exigir no programa Gripen o desenvolvimento do Gripen F.
Da mesma forma que se deu com o WAD brasileiro-israelense da AEL que acabou “SE IMPONDO” como melhor solução tecnológica e foi incorporado inclusive na versão sueca da aeronave…
EU ACREDITO que em algum ponto do futuro o Gripen F igualmente vai SE IMPOR como uma necessidade militar para a aviação militar Sueca e a Flygvapnet. E também terá que adquirir unidades de Gripen F para substituir os seus atuais Gripen D, para permitir que sejam alcançados esse novo perfil das novas missões de combate além de simples conversão operacional para as quais os Gripens D foram inicialmente projetados…
Por essas e outras que cada vez mais a escolha do Gripen em detrimento da “político etílica” se mostra cada vez mais sábia não é mesmo meu caro Giba!?
No mais espero que a FAB busque desenvolver uma variante EW do Gripen F nos mesmos moldes do EA-18G
Prezado Wiltgen: conforme citado no texto a SAAB pondera que há por volta de 90 unidades em carteira, das quais 30 encontram-se em linha de montagem (pelo menos entendi assim, pois também poderiam estar se referindo a já terem totalizado 30 % do dispêndio total em CAPEX). Como para o Brasil temos 36 unidades encokmendadas (só e infelizmente), as demais 54 unidades não atingiriam a encomenda total da Força Aérea Sueca! Com isso me parece que as tais 30 unidades são aquelas atualmente em montagem na Suécia (incluindo algumas brasileiras) e que as 90 no total seriam apenas aquelas com montagem final na Suécia. Ou seja, falta ser considerado o avanço efetivo das unidades que serão montadas no Brasil, o que inclui as unidades biplaces F39F!
Então a pergunta, reiterada, é: quanto houve de avanço físico atual na montagem final de unidades Gripen em Gavião Peixoto? Todos os dispositivos, gabaritos, ferramentas, etc, incluindo a infraestrutura necessária, estão em fase de conclusão? Há alguma unidade em testes de produção no chão de fábrica?
Outra pergunta: uma vez que na Suécia será realizada a montagem final do primeiro F39F (o que não estava inicialmente previsto, certo?) eles já tem definido os itens customizados para fabricação/montagem deste modelo biplace?
Prezado Wiltgen: o texto cita que “Cerca de 30 Gripen E estão na linha de montagem, o que significa que a Saab fabrica perto de um terço dos caças da sua atual carteira de pedidos.”
Isso significa que o total da carteira de pedidos é da ordem de 90 unidades dos quais 36 são da FAB. Uma vez que a encomenda da Suécia é superior a 54 unidades, parece-me que não estão considerando nesta quantidade as unidades que serão fabricadas/montadas no Brasil, o que incluirá os Gripen F39F. A quantas andam a fabricação das unidades brasileiros ?