Por Soraia Abreu Pedrozo
A Saab, fabricante sueca dos aviões-caça Gripen NG, que substituirá a frota de 36 aeronaves da FAB (Força Aérea Brasileira) entre 2019 e 2024, confirmou que irá instalar fábrica em São Bernardo. A unidade vai gerenciar a cadeia de suprimentos e produzir partes estruturais da aeronave, como as asas do avião supersônico e as alas traseira e dianteira da fuselagem.
A localização da empresa,que chegou a ser anunciada em São Bernardo, ficou em xeque no fim do ano passado. Durante a inauguração do Centro de Desenvolvimento do Gripen NG em Gavião Peixoto, no Interior, o CEO da Saab, Hakan Buskhe, afirmou que a companhia estava verificando locais para construir a fábrica de aero-estruturas e que, apesar de São Bernardo ser o principal lugar estudado, o endereço seria anunciado apenas no começo de 2017.
“A Saab terá uma fábrica de suprimentos do programa Gripen em São Bernardo. Os detalhes estão sendo finalizados e serão anunciados no devido tempo”, afirmou a fabricante de aviões-caça após questionamento do Diário. O nome da empresa, inclusive, que era SBTA (São Bernardo Tecnologias Aeronáuticas), mudou para SAM (Saab Aeronáutica Montagens).
Na tarde de ontem, o vice-presidente de parcerias industriais da Saab Aeronáutica, Jan Germundsson, esteve em São Bernardo, na CNM (Confederação Nacional dos Metalúrgicos) da CUT (Central Única dos Trabalhadores), entidade que mantém tratados de cooperação com o Sindicato dos Metalúrgicos Suecos, o IF Metall.
Embora o encontro tenha sido a portas fechadas, o Diário teve acesso ao que foi tratado no local. Germundsson, que durante visita da equipe de reportagem às instalações da Saab na Suécia, em 2014, estimou que a fábrica de aeroestruturas deverá faturar entre US$ 40 milhões e US$ 60 milhões de cinco a sete anos (ou seja, até 2021), disse ontem que o contrato entre a empresa e a FAB (Força Aérea Brasileira), de US$ 5,4 bilhões, se trata do maior contrato na história da indústria sueca.
O vice-presidente garantiu que a SAM começará a produzir as partes estruturais em São Bernardo em 2019, quando a primeira aeronave deve ser entregue. E que ele tem boas perspectivas, já que os prazos estão dentro do cronograma – apesar do atraso de quase um ano na conclusão do convênio entre Saab e FAB, do avanço da crise econômica e da queda das taxas de juros na Europa, além das mudanças de comando nos governos municipal e federal.
Germundsson revelou que recebeu 43 propostas de localização no município da região, sendo que dez já foram visitadas e cinco estão sendo analisadas para que então seja batido o martelo, o que deve ocorrer nos próximos dois meses, depois que a FAB também aprovar o local. O investimento estimado é de US$ 150 milhões.
O executivo disse também que hoje serão entrevistados dois potenciais candidatos para o cargo de gerente geral da SAM. Ele estimou que serão gerados de 200 a 250 empregos diretos entre três e cinco anos. Isso sem contar os indiretos, resultantes dos 25 a 30 fornecedores, que pode incluir industriais da região. Segundo o vice-presidente, não faz sentido importar matéria-prima da Europa e da Suécia enquanto que se pode desenvolver cadeia nacional de suprimentos.
“Em relação ao programa de transferência de tecnologia, 150 engenheiros brasileiros estão em treinamento em Linköping, na Suécia. Outros 34 já voltaram e, até 2024, serão mais de 350 qualificados. O programa de transferência de tecnologia será entregue ao longo de cerca de dez anos e inclui ensino em sala de aula, programas de financiamento estudantil e treinamento prático durante o trabalho na Suécia”, assinalou a Saab.
Ao fim do programa, de acordo com a companhia, o objetivo é que a indústria local e a FAB dominem todo o conhecimento crítico necessário para o desenvolvimento futuro de caças. A Saab quer fazer do Brasil plataforma de exportação para países da América Latina.
FONTE: Diário do Grande ABC
Ai é a central, as empresas produzem as partes e mandam até a fabrica para ser montado, simples.
Mas não seria a AKAER, em parceria com a SAAB, que iria desenvolver e produzir parte destas estruturas?!?!
Esse negócio de fazer o Brasil, plataforma de exportação para países da América Latina, é furado…..Porque não incluem o Brasil, em futuros negócios como pode ser o da Índia e de outras nações mundo afora……América Latina, não dá né…..somente nós mesmos para acreditar em alguma coisa do gênero……..Pobre Brasil, sempre na soleira……..E olhem que sou apaixonado pelo Gripen, a escolha certa ao meu ver.