As manobras marítimas russo-chinesas “Cooperação Marítima 2013” terminaram esta quarta-feira com tiros de artilharia contra alvos de superfície e aéreos e uma operação de socorro a um navio em acidente condicional.
Os exercícios duraram três dias no mar do Japão, no Golfo de Pedro o Grande, com a participação de cerca de 20 contratorpedeiros oceânicos, cruzadores lança-mísseis, navios de luta antissubmarina e de apoio, bem como mais de 10 caças e helicópteros.
Trata-se do segundo evento antiterrorista desse porte levado a cabo pelos dois países. Os primeiros exercícios decorreram no verão do ano passado no mar Amarelo. Ambas as manobras causaram interesse e apreensão na Ásia e no Ocidente. Entretanto, as manobras não encerram qualquer perigo para terceiros países, anunciou à Voz da Rússia o redator-chefe da revista Natsionalnaya Oborona (Defesa Nacional), Igor Korotchenko.
“As manobras mostraram a aproximação entre os dois países e servem de elemento da estabilidade na região da Ásia-Pacífico, sem exercer qualquer pressão sobre os outros países. É um fator digno de nota por existirem muitas especulações sobre esta temática. Os dirigentes dos exercícios também se pronunciaram sobre este fato para evitar eventuais insinuações”.
Entretanto, as forças nipônicas de autodefesa e o contingente militar dos EUA no Japão procederam também a manobras conjuntas na região da ilha Hokkaido. Nesse âmbito, 16 aviões japoneses e norte-americanos, juntamente com navios de patrulha, começaram, a partir de 4 de julho, a efetuar a observação diária dos exercícios russo-chineses que decorreram a 300 km de Hokkaido. O vice-diretor do Instituto de Análise Política e Militar, Alexander Khramchikhin, declarou a esse respeito o seguinte:
“As manobras russo-chinesas tomam em linha de conta a atenção dispensada por outros Estados, nomeadamente pelos EUA e pelo Japão. A Rússia e a China demonstram poder haver entre elas uma aliança militar embora, na realidade, tal aliança não exista. A direção chinesa tem realçado que as relações com a Rússia não podem ser qualificadas como uma aliança”.
As manobras refletem, contudo, um crescimento da confiança entre a Rússia e a China na área militar e o seu interesse comum em criação de garantias para a sua segurança. O fato foi destacado ainda por Leonid Ivashov, presidente da Academia de Problemas Geopolíticos.
“Os exercícios vieram demonstrar a intenção dos dois países de defender em conjunto os seus interesses nacionais. Assiste-se a uma pressão sobre a política russa no Extremo Oriente da parte do Japão, que não deixa de ser aliado dos EUA, visto que, no seu território, se encontra um contingente militar dos EUA. Verifica-se ainda um reforço do contingente aéreo e das tropas de mísseis dos EUA nesta região, também com a ajuda do Japão. A China se sente pressionada pelo EUA e pelo Japão, ficando apreensiva com a disputa das ilhas nos mares da China Oriental e da China Meridional, bem como no estreito de Malaca, através do qual se efetua o fornecimento de hidrocarbonetos à China”.
No período de 27 de julho a 15 de agosto, na região de Chelyabinsk, estão agendados ainda os exercícios russo-chineses terrestres antiterroristas “Missão Pacífica 2013”.
FONTE: Voz da Rússia
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Defesa Aérea & Naval