Com orçamentos de defesa em queda e avanço dos drones, chega ao fim a rápida ascensão do setor de helicópteros.
Os helicópteros parecem estar por cima da carne seca. Em 20 de julho, a Lockheed Martin, maior fabricante de equipamentos de defesa dos Estados Unidos, aceitou pagar US$ 9 bilhões ao conglomerado United Technologies (UTC) por sua unidade de helicópteros Sikorsky. É o maior negócio do setor de defesa em duas décadas, mas talvez não tenha sido o mais recomendado.
Para a UTC, desfazer-se da Sikorsky é uma decisão prudente; para a Lockheed, adquiri-la é uma jogada arriscada. Cinco grandes empresas dominam os mercados civil e militar de helicópteros: Sikorsky, Airbus, Augusta Westland, Bell e Boeing. Todas elas operam em ar rarefeito, pois é improvável que a demanda por helicópteros se mantenha no patamar elevado registrado ao longo dos últimos dez anos, quando o segmento viveu um boom de vendas.
No setor de petróleo e gás, destino de mais da metade de todos os helicópteros produzidos com fins civis, já se observa um desaquecimento na demanda. Os helicópteros costumam ser usados para transportar equipamentos e funcionários para as plataformas de petróleo. O heliporto de Aberdeen, que atende o Mar do Norte, é o mais movimentado do mundo. O prolongado ciclo de preços em alta estimulou as petrolíferas a explorar novas reservas em mar alto. A baixa que teve início em meados do ano passado fez com que elas cortassem custos e desistissem de alguns projetos dispendiosos, assim como dos helicópteros que seriam utilizados em sua realização.
A Sikorsky revisou sua projeção de faturamento com aeronaves civis em 2015: a empresa, que antes contava comum crescimento entre 5% e 7% nas vendas, agora espera uma retração de até 20% em relação às vendas de 2014.
Vendas civis.
Nos países ricos, continuará sendo necessário substituir os helicópteros usados para transportar pessoas, atender emergências médicas e realizar operações de busca e resgate — serviços que também vêm se tornando cada vez mais comuns na Ásia e no Oriente Médio. Na última década, os fabricantes de helicópteros efetuaram, em média, entregas anuais de 550 unidades civis, segundo Alix Leboulanger, da consultoria Frost & Sullivan. Ao longo dos próximos dez anos, o número de entregas deve chegar a cerca de 900 unidades anuais.
A questão, diz Leboulanger, é que esses serviços são realizados por helicópteros de menor porte, cujo preço varia entre US$ 2 milhões e US$ 3 milhões, ao passo que as plataformas de petróleo são atendidas por helicópteros maiores, com preços entre US$ 10 milhões e US$ 15 milhões. A receita com vendas civis dobrou entre 2005 e 2015, chegando a US$ 6 bilhões anuais, mas deve recuar para uma média anual de US$ 5 bilhões na próxima década.
E o que dizer das unidades fabricadas com fins militares?
As vendas desse tipo de helicóptero não chegaram a passar por turbulências por conta da crise financeira, pois as forças armadas dos Estados Unidos, de longe as maiores compradoras de helicópteros do mundo, precisaram desse tipo de aeronave para conduzir operações no Iraque e no Afeganistão. Os helicópteros militares são abastecidos com inúmeros equipamentos e passam por atualizações frequentes. A Airbus calcula que essas unidades responderão por menos de metade de suas vendas de helicópteros, mas serão responsáveis por 75% das receitas que a empresa terá com esse tipo de aeronave ao longo da próxima década.
Ocorre que, nos últimos anos, os orçamentos de defesa em todo o mundo têm se mantido estáveis ou apresentam declínio. Programas de aquisição de helicópteros foram eliminados ou adiados. Segundo a Mordor Research, outra consultoria, as vendas militares devem crescer ao ritmo bastante modesto de 2,5% anuais, alcançando US$ 23 bilhões em 2020.
A Sikorsky já fornece dois terços dos helicópteros empregados pelas tropas americanas, e esse é seu maior atrativo para a Lockheed, que tem muitos negócios com o setor de defesa de vários países e talvez imagine que a presença da Sikorsky em sua carteira a ajudará a abocanhar mais contratos nos Estados Unidos. As exportações podem aumentar à medida que as forças armadas de países em desenvolvimento queiram se modernizar. Mas será preciso enfrentar tanto suas concorrentes nos países ricos, como os russos e os indianos, que fabricam aeronaves menos avançadas em termos tecnológicos, mas de preço mais em conta.
A Lockheed, que também produz aeronaves não tripuladas, talvez conseguisse administrar melhor a desordem que os drones certamente provocarão, se começasse a oferecer aeronaves com e sem assento para piloto. Helicópteros menores, usados na apuração de notícias, em atividades de mapeamento e na agricultura, já vêm sendo substituídos por drones, cujo custo é muito menor. Antes executadas por helicópteros, agora são comuns as operações de reconhecimento e missões de reabastecimento com aeronaves não tripuladas. A boa notícia para as fabricantes de helicópteros é que o transporte de passageiros com aeronaves não tripuladas ainda é um futuro distante. Nem por isso é hora de relaxar.
FONTE: Estado de São Paulo
alguem já viajou num VANT teleguiado? enquanto alguem não viajar…..os helicopteros ainda voarão……pq são…guiados…..simples…….
Uma coisa é certa, VANTs como o Fire Scout ou o Shiebel S-100 podem realizar muitas tarefas pertinentes aos helicópteros reduzindo sua necessidade para tarefas simples… mas de maneira alguma podem substituí-los, e sim poupá-los.
O mercado so diminuiu as compras por helicpteros por que muitas dessas empresas ja renovaram suas frotas e agora esperam lucros para manter suas aquisicoes….natural o mercado se aquecer de tempos em tempos com lancamentos e atualizacoes para substituicao ou complemento..e diminuir um tempo depois, com empresas e forças militares ja com suas frotas completas…quanto aos drones, vaai demorar muito e muito pra substituir homens por completo em seu interior, principalmente em salvamentos e transportes…um pouco de equivoco, tecnologias nao prontas e uma visao talvez prematura
Coma ameaça de Hackers e terrorismo (Cyberterrorismo) apostar todas as fichas nesse negócio de automação nos meios de transporte é insensato!
Reportagem sem calça,os helicópteros irão conviver com os vant normalmente, isso é natural. os livros de papel estão ai até hoje, houve época que alguns tiveram a audácia de dizer que eles acabariam frente as modernidades trazidas pela informática !
Este é um cenário negativo montado como um castelo da cartas em que a “fundação” são os conceitos da supremacia dos drones e no “fato” do desaquecimento da exploração de petróleo em alto-mar pela baixa recente do petróleo:
Duas GRANDES BOBAGENS…
Primeiro os drones tem uma deficiência CONGÊNITA que a tecnologia atual sequer começou a ARRANHAR o problema que IMPEDE absolutamente o tipo de substituição total e absoluta proposto pelo simples fato que não é POSSÍVEL um tráfego aéreo total ou majoritariamente de DRONES pelo simples FATO que os drones não possuem qualquer consciência do tráfego de outros drones a sua volta e mesmo que dotado destas capacidades técnicas (além da tecnologia atual e que sua implementação aumentarão TANTO o seu custo que será MAIS BARATO colocar um ser humano no controle. A diferença de CUSTO de um drone com consciência espacial de um piloto humano seria irrisória ou negativa. E mesmo que dotado desta tecnologia, o atraso de comando e de reação do operador humano remoto o tornará intrinsicamente mais lento e perigoso.
Claro você pode pode usar IA(Inteligência Artificial) para superar esta outra dificuldade (e substituir até o operador remoto) mas o custo vai a estratrosfera e você estará mais próximo do cenário do Exterminador do Futuro, coisa que coincidente tem sido debatida agora em relação ao pedido mil cientistas e especialistas em robótica de proibição de drones armados com IA.
A outra abobrinha é o preço do petróleo baixo, quase todo mundo deveria saber que o preço do petróleo está tão baixo por uma guerra econômica capitaneada pelos EUA e seus estoques estratégicos de petróleo e a Arábia Saudita para fustigar a Rússia e o Irã.
O problema iraniano está QUASE resolvido pelo menos do ponto de vista americano e o problema russo mais cedo ou mais tarde se assenta e a possibilidade da Arábia Saudita continuar SOZINHA dilapidando suas reservas vendendo petróleo a preço tão baixo e desta maneira suicida é remota ou no pior cenário suas reservas não são infinitas e já pararam de crescer faz tempo.
A LM tem bala para passar esta fase provisória e lucrar MUITO com helicópteros da Sikorsky depois que o mercado de DRONES cair na REAL e o “GÁS” do dumping Saudita no preço do petróleo perder a força…
Para variar a análise do Estado de São Paulo é rasteira na sua fundamentação e míope na visão a longo prazo.
Duas grandes bobagens: 1) Não faz sequer ideia de como um drone funciona.
2) Leitura completamente equivocada do mercado de energia, dos players e seus interesses.