Por Corey Dickstein
WASHINGTON (Reuters) – O Pentágono encerrou em silêncio um programa para treinar pilotos da Força Aérea Afegã nos Estados Unidos depois que quase metade dos participantes do curso desapareceram, de acordo com um relatório do Departamento de Defesa divulgado nesta semana.
Mais de 40 por cento dos pilotos afegãos enviados para treinar na aeronave de reconhecimento leve AC-208 Combat Caravan se ausentaram sem licença nos Estados Unidos, de acordo com um relatório trimestral do Inspetor Geral Especial para a Reconstrução do Afeganistão, ou SIGAR. O relatório, que foi divulgado na terça-feira, não detalhou precisamente quantos pilotos afegãos abandonaram o programa de treinamento, que foi realizado no Aeroporto Fort Worth Meacham, no Texas.
Uma classe de aviadores afegãos completou com sucesso o curso nos Estados Unidos, de acordo com o relatório. Duas classes subseqüentes foram suspensas. Seus pilotos – os que não desertaram – já foram mandados de volta ao Afeganistão, onde continuarão treinando aviões fabricados pela Cessna capazes de transportar mísseis Hellfire, que foram usados em combate no Iraque e no Afeganistão.
A Força Aérea dos EUA também vai acabar com outro programa de treinamento no ano que vem para os pilotos afegãos nos Estados Unidos, de acordo com o relatório. O treinamento para pilotos afegãos para pilotar a aeronave de ataque leve A-29 Super Tucano se deslocará ao Afeganistão no final de 2020, informou o SIGAR.
Esse treinamento foi realizado na Base da Força Aérea de Moody, nos arredores de Valdosta, Geórgia. Embora o programa também tenha sido afetado por deserções, o SIGAR informou que será desativado porque já foram treinados pilotos afegãos suficientes para voar naquela aeronave.
Em 2015, dois pilotos afegãos atribuídos a Moody desapareceram, lançando uma caçada. Pelo menos um dos homens desaparecidos foi encontrado mais tarde na Virgínia. Três outros soldados afegãos que foram dados como desaparecidos em 2014 de um exercício de treinamento em Cape Cod, Massachusetts, foram presos em Niagara Falls, Nova York, enquanto tentavam entrar no Canadá, disseram autoridades na época.
Esperava-se que o treinamento para pilotos afegãos no A-29 continuasse em Mazar-e-Sharif no norte do Afeganistão depois que o programa em Moody fosse concluído, informou o SIGAR.
Até fevereiro, os Estados Unidos gastaram cerca de US $ 8,4 bilhões para apoiar e desenvolver a Força Aérea Afegã, incluindo o fornecimento de 170 aeronaves, segundo a SIGAR. Até o momento, a Força Aérea Afegã tem 119 pilotos totalmente qualificados e dezenas de outros em treinamento.
FONTE: Star and Stripes
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN