“Repetir para aprender, criar para renovar.” (Ezra Pound)
Por Robinson Farinazzo
Durante seis anos, entre 1939 e 1945, a RAF (Royal Air Force, a Força Aérea Real da Inglaterra) enfrentou sua contraparte alemã, a Luftwaffe (Força Aérea Alemã) em luta mortal nos céus da Europa. Acabou vencendo por diversos fatores, mas eu gostaria de destacar um deles aqui hoje, que é a alternância do comando.
Neste período considerado, a Luftwaffe teve um único Comandante, o Reichsmarschall Hermann Göring, um herói condecorado da Primeira Guerra Mundial. Um dos favoritos de Hitler – o que o tornava virtualmente intocável – Göring acabou por viciar a Luftwaffe, levando-a a cometer enormes erros táticos e estratégicos, mas permaneceu no cargo até o fim.
Tivessem os alemães conduzido o assunto sob uma postura mais profissional e menos personalista, substituindo o Reichsmarschall, teriam boas chances de obter resultados mais satisfatórios.
Dito isto, podemos dizer que, em se tratando de nosso País, o normal é que, sempre que assume um comando, um Oficial de qualquer uma das três Forças Armadas regulares do Brasil (Marinha, Exército e Força Aérea), o faz sob mandato pré-fixado no quesito tempo – qual seja, tem dia marcado para começar e para acabar. E o objetivo do nosso texto de hoje é explicitar os motivos que as levam a adotar este “modus operandi”.
A primeira razão é o próprio fluxo de carreira. Há que se oferecer chances para que a maior parte dos militares em condições de comandar o faça dentro do grau hierárquico que o cargo exige. Isto proporciona às Forças Armadas a oportunidade de preparar seus oficiais num nível cada vez mais complexo no tocante à responsabilidade e mesmo no que se refere na sua adequação à importância estratégica da função que exerce para a respectiva Força.
Qual seja, usualmente, a pessoa comanda uma unidade militar cuja complexidade não lhe será estranha ao conhecimento que acumulou até aquela altura da carreira, esperando-se que desempenhe satisfatoriamente funções que serão compatíveis com a posição que ocupa na hierarquia durante o período estipulado. Terminado o mesmo, passa a vez para quem se segue e recebe novas funções, as quais na maior parte das vezes são ainda mais desafiadoras.
Histórica e estatisticamente, este sistema tem funcionado muito bem, e o aprendizado gradual (tal qual uma grande corporação) contribui para deixar em condições aperfeiçoadas os quadros de profissionais que um dia irão assumir os cargos de alta direção da Força – os postos de Oficial General. Esta trajetória guarda muita similaridade com a maneira como algumas grandes empresas preparam e treinam seus CEOs, principalmente os grandes bancos privados.
Mesmo quando já atingiu o posto de Oficial-General, o militar continua passando por rotatividade em suas funções, embora nesse caso os mecanismos de rodízio guardem outras particularidades, dado o fato de que estão condicionados à novas variáveis.
Outro fator muito importante no revezamento dos comandos é a injeção de novas idéias que o chefe que chega traz consigo. Se tiver um comportamento pró-ativo, ele vai procurar saber o que não correu tão bem na gestão de seu antecessor (e sempre tem, pois ninguém é perfeito) e, sem fazer grande alarde, melhorar o que for possível, amadurecendo no processo. Esta renovação de mentalidades é benéfica para todos.
Mas, quais as lições que esta política de trabalho oferecem para o meio civil?
Em primeiro lugar, o revezamento de dirigentes é uma opção saudável e progressista, na medida que o próprio cargo desgasta o seu ocupante e faz-se necessário substituí-lo periodicamente. Em segundo lugar, as ideias se esgotam ou se desatualizam, gerando soluções ineficazes ou de baixa eficiência, fazendo-se necessário uma oxigenação de mentalidades. E, em terceiro, mas não menos importante: é necessário abrir caminho e dar espaço a novas gerações e à formas mais diversificadas de liderança.
O Plano de carreira e o Plano corrente definem e controlam, respectivamente, o fluxo de carreira… não existe “subir no menor tempo”… isso por causa do chamado intetstício, que é o tempo mínimo em cada posto e graduação… eu, por exemplo, completarei o tempo mínimo como CF, 5 anos, em dezembro… só a partir daí, poderei ir a CMG…
Contra-exemplo: os EUA tiverem o General George Marshall entre 1939 e 1945 como Chief of Staff e o almirante King como CNO entre 42-45. Não esquecer do Almirante Nimitz, Comandante-em-Chefe da US Navy no pacífico depois de Pearl Harbor até o fim.
Para o tamanho das FAS q temos, nao precisamos de tantos 4 estrelas como o q temos. Mudancas frequentes aqui no Brasil, ja se sabe bem porque…..dar espaco para os q precisam subir no menor espaco de tempo, visto q as academias militares e outras instituicoes de ensino militar, formam centenas de oficiais todos os anos. Ai esta a formula aqui oBrasil, muito cacique e poucos indios. Todos almejam chegar ao posto pelo menos no penultimo degrau, ou seja, Coronel, q premia c polpuda aposentadoria. Se alguem frequenta um circulo militar (clube) pode constatar a enormidade de major, capitaes e coroneis reformados……….nao eh a toa q muta gente tem um amigo c esta patente. Sds
Parabéns!!
Belo artigo… Parabéns ao autor…