Pilotos da FAB fazem treinamento na Suécia e serão primeiros a voar no caça. Brasil pagou US$ 5,4 bilhões por plano que construirá 36 aeronaves.
Os dois pilotos brasileiros que estão na Suécia para aprender a voar com o caça supersônico Gripen, a nova aeronave de combate do Brasil, foram aprovados no teste da centrífuga, aguentando nove vezes a força da gravidade por 15 segundos (veja o vídeo acima).
O exame é necessário para que os capitães da Aeronáutica Gustavo de Oliveira Pascotto, de 33 anos, e Ramon Santos Fórneas, de 32 anos, possam adaptar o corpo a um caça de alta performance como o Gripen.
O caça pode fazer manobras rápidas que exigem maior pressão da força da gravidade sobre o corpo do piloto, que deve estar preparado para situações assim. A aeronave atinge mais de duas vezes a velocidade do som. O treinamento é importante para evitar desmaios durante o voo
A aprovação, realizada na terça-feira (11), permitirá que os oficiais pilotem na próxima semana o jato na base da Aeronáutica sueca em Satenas, conhecida como F7 wing, a escola dos pilotos de Gripen.
Segundo a coronel médica Kátia Alvim, Chefe da Divisão Técnica do Instituto de Medicina Aeroespacial (Imae), da Aeronáutica, o fato do piloto suportar 9 vezes a força da gravidade significa que ele passa a sentir, em certas manobras, a pressão de nove vezes o seu peso sobre seu corpo.
Os capitães são os primeiros da Força Aérea Brasileira (FAB) que aprenderão a pilotar a aeronave. O Brasil pagará US$ 5,4 bilhões (mais de R$ 13 bilhões) pela aquisição dos caças.
O contrato assinado com a indústria sueca Saab prevê a aquisição de 36 jatos, 28 deles da versão E (de um assento) e 8 da versão F (de dois assentos, para treinamento), que ainda estão em desenvolvimento e serão construídos de forma conjunta pelos dois países. A previsão é que as aeronaves cheguem ao país entre 2019 e 2025.
Fórneas e Pascotto foram escolhidos pela FAB entre mais de 100 pilotos de caça brasileiros e retornarão ao Brasil em abril de 2015, após seis meses de treinamento, para servirem de instrutores. Eles também poderão ser os primeiros pilotos a usar o Gripen no Brasil, já que o governo negocia uma estratégia temporária, que envolveria o aluguel de oito caças Gripen usados pela Aeronáutica sueca a partir de 2016 e até a chegada dos novos aviões.
Segundo o capitão Fórneas, a centrífuga é um simulador dinâmico semelhante à cabine de pilotagem (cockpit) do avião. Ela prevê a pressão que a força da gravidade faz sobre o corpo humano em altitudes maiores. As sensações do piloto são monitoradas por médicos e engenheiros do lado externo da centrífuga em uma tela de computador.
A coronel médica Kátia explica que, a medida que a gravidade aumenta, o piloto perde a visão periférica e a visão das cores, podendo levar até à perda total da visão e da consciência em voo. O exame no equipamento é necessário porque permite condicionar o piloto a reagir de maneira adequada diante da atuação da força da gravidade.
O Brasil não possui este equipamento e foi a primeira vez que pilotos nacionais passaram pelo exame. A finalidade é que ele sirva como parâmetro de preparação para a introdução de uma nova aeronave no Brasil.
Antes de irem para a Suécia, Fórneas era piloto do caça F-5, na Base Aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, e Pascotto comandou o caça francês Mirage 2000, aposentado pela FAB em dezembro de 2013, em Anápolis (GO).
O comandante da escola de formação sueca, Michael Lundquist, informa que o treinamento é essencial para que os oficiais não desmaiem durante o voo, situação chamada na fisiologia aeroespacial de G-loc, quando alta força da gravidade induz a perda de consciência do piloto, podendo levar à queda do avião. O aumento da força da gravidade ocorre na aviação de caça quando se aumenta a altitude e durante manobras rápidas entre 90 e 180 graus, em que há uma força maior sobre o corpo humano.
“O que sentimos é parecido com o que sentimos durante um voo no nosso dia a dia, mas durante o treinamento na centrífuga é mais intenso e a carga G [de gravidade] é muito alta e atingida rapidamente, além de termos que ter condições de suportá-la por até 15 segundos”, diz o capitão.
Antes do teste, os pilotos brasileiros tiveram aulas teóricas e passaram por vários exames clínicos, fisiológicos, psicológicos e também eletrocardiograma, além de teste na esteira, que verifica se estão aptos para a centrífuga. Eles aprenderam ainda técnicas corretas de respiração para suportar a força da gravidade e fizeram treinamento para utilizar a musculatura adequadamente durante o voo. Isso permite a correta oxigenação do cérebro e evita a perda de consciência.
FONTE: G1
NOTA DO EDITOR: Durante a visita que o DAN fez a Saab em 2013, conhecemos o Aeromedical and Survival Training, onde estão sendo conduzidos os testes dos nossos pilotos. Leia a matéria e conheça um pouco mais clicando AQUI
Seria interessante o NG no modo stealth, talvez um pouco maior e bi motor .
Já é hora do Brasil ter uma centrifuga. Espero que a adesão destas esteja acordada no contrato..
Saudações
Nunca entendi o pq de a FAB não te essas centrifugas pros pilotos de caça.
Os tanques do F16 Block foram incorporados em seu dorso. Ficou bonito. Bem que poderiam tê-los feitos também nos nossos A4 Skyhawk, me parecem que eles têm dorso para isso.
o dorso é para eletronica, n sei se com a atualização sera necessario tem computadores naquela parte, porem existe mais do que a quetão de espaço a ser resolvida para se instalar CFT, mas tbm a questão do sobrepeso e da resistencia da estrutura e da sustentação aerodinamica
Luíz Padilha, o bombardeiro stealth F117 Nighthawk, salvo correção, entrou em serviço em 1983 e já empregava tal tecnologia, por que um avião que ainda não está “pronto” poderia pelo menos seguir tal princípio, uma vez que é uma tendência dos aviões ditos de 5ª geração?
Eu tbm acho um erro o fato do gripen ng n ser projetado para ser um caça de 5ªG, mas sim apenas um 4ªG atualizado, porem o projeto ja esta todo pensado, transforma-lo em um caça de 5ºG seria bastante caro. Talvez o Brasil seja parceiro da Suécia em algum projeto de 5ªG pos gripen ng mas ainda assim esse hipotetico caça seria concebido ja com outros 5ªG prontos. Por isso eu creio que o melhor concorrente que o Brasil teve no FX seria o SU-35, pois junto com o Su-35 (que na minha opinião n valeria a pena vir com ToT, talvez dos motores valeria) viria a participação no projeto do Pak-fa
Ser piloto de caça de alta performance não é para qualquer um, são levados ao limite da resistência, Parabéns a estes homens.
Hahaha… Piloto da FAB pode jogar um tijolo na cabeça que não apaga!! Me lembro de uma história de um piloto da FAB que estava em um treinamento pilotando um AMX quando um Urubu atingiu o canopy, ele ficou cego instantaneamente mas mesmo assim conseguiu pousar o avião, foi um ato realmente heróico que muitos desconhecem!
Sds.
Será que o Gripen NG, pela demora do desenvolvimento e entrega a partir de 2019 terá formato diferente, como superfícies defletoras de sinais eletromagnéticos de radares, como as superfícies do F 22, F 35 etc, pois os aviões mais antigos como os F16, F18 já operam tanques conformais, alguns detalhes já foram mudados para continuarem atuais, ou o Gripen NG virá com as superfícies arredondadas como o seu antecessor mais antigo? O que seria um desperdício e, no mínimo, uma omissão tecnológica, uma vez que há tempos o seu desenvolvimento.
No F-18 foi um fiasco. Os tanques ferraram o desempenho do avião, ou seja, nem tudo que brilha é ouro.