Caças franceses estão engajados em um jogo de “gato e rato” com os russos nos céus acima dos países bálticos, enquanto a OTAN mantém um olhar atento sobre as ambições da Rússia.
Por Michel Moutot
Quatro Mirage franceses concluíram esta semana uma deployment de quatro meses na Lituânia, e as suas tripulações estiveram bem ocupadas nesse período encontrando com aviões russos em 23 ocasiões.
“Utilizamos o termo ‘interceptar’, mas é melhor dizer ‘identificar’ e ‘observar'”, disse o Tenente-Coronel Isaac Diakite à AFP na base de Siauliai, no norte da Lituânia. “Os russos têm o cuidado de permanecer no espaço aéreo internacional, voando ao longo da área do Báltico sem entrar nela, eles têm o direito de estar lá, e nós também”, disse ele. “Então nós decolamos para dar uma “olhada”, identificamos e fotografamos a aeronave para mostrar que estamos lá”.
Os aviões russos tem voando perto da fronteira norte da OTAN há vários anos e o número de voos aumentaram depois que a crise ucraniana começou em 2014. “É um jogo, uma demonstração de força para mostrar que eles estão de volta depois que sua frota passou por grande modernização”, disse o General Olivier Taprest, Comandante da Defesa Aérea francesa.
Os radares da OTAN detectam regularmente os caças Sukhoi, os aviões de transporte Antonov e os bombardeiros estratégicos de longo alcance Tupolev, que atravessam a chamada “Linha Omega”, uma linha auto-imposta pela OTAN que vem desde o norte da Noruega. Ao atravessá-la, é acionado alertas nas bases da OTAN e os aviões são enviados.
Os Tupolev foram detectados três vezes nos últimos meses de 2016, voando sobre os países Bálticos e ao oeste das Ilhas Britânicas. Um ano antes, em novembro de 2015, Tupolev’s foram registrados voando em torno da Irlanda e do outro lado do Mediterrâneo para lançar bombas na Síria, antes de voltar para a Rússia através do espaço aéreo iraniano. Isso foi feito, segundo os oficiais franceses, apenas como uma demonstração de força para os americanos. “Isso é completamente inútil do ponto de vista tático, mas enviou uma mensagem: Se você calcular a distância percorrida, mostra que podem chegar até Nova York”, disse o General Taprest.
Cães de guarda
Os caças da OTAN são mais ou menos como cães de guarda atrás de uma cerca, sem nunca realmente morder ou mesmo latir, a sua presença é para mostrar à Moscou que a aliança vai defender o espaço aéreo dos seus membros e, se aproximando dos limites, irá provocar uma reação.
O procedimento é estritamente ordenado. Os dois “interceptadores” vão primeiro voar dentro de uma distância de um quilômetro (meia milha) atrás do “Bogey” (como um avião não identificado é chamado), em seguida, um deles se move ao lado da asa do alvo a uma distância entre 300 e 50 metros. O objetivo é claro, é fazer com que o piloto saiba que está sendo vigiado. “Se for a noite, iluminaremos seu cockpit”, disse um dos pilotos franceses, identificado apenas pelo seu Callsign “Rom”.
“Às vezes, eles respondem lançando flare, às vezes não. Então nós trocamos para o piloto automático para fotografá-los, e posteriormente enviamos para o comando militar”. Se o avião russo não se desviar de seu curso e permanecer no espaço aéreo internacional, nenhuma outra ação será tomada, no entanto, se o avião entrar no espaço aéreo da OTAN, a resposta se acelera em vários passos, começando com o lançamento de um flare até disparos reais. A resposta final seria o lançamento de um míssil para abater a aeronave.
“Podemos tentar entrar em contato com o piloto russo por rádio, na freqüência de emergência aeronáutica. As vezes eles respondem. Quando os pilotos voam lado a lado, a uma distância de 50 metros, eles podem ver uns aos outros bem de perto e podem até mesmo sinalizarem mas, na maioria das vezes, eles não nos olham, têm o caminho a seguir e não se desviam dele”, acrescentou “Rom”.
FONTE: Business Insider
FOTOS: Ilustrativas
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
NOTA do EDITOR: Bogey, no jargão militar, se refere a uma aeronave não identificada, especialmente quando observada como um ponto em uma tela de radar e suspeita de ser hostil ou uma aeronave hostil reconhecida.
No concerto das nações não existem amigos, existem jogos de interesses. Se uma nação é favorável ao interesse da outra elas são amigas mas quando estes interesses são minados ou deixa de ter um grau maior de importância para um dos atores, abre as portas para os atritos e conflitos.
Temos muitos exemplos ressente , caso Irã e “comunidade ” mundial. Alemanha e espionagem dos EUA, Inglaterra e comunidade Europeia. Israel e os assentamentos na área palestina e EUA que sempre fez de conta e agora abandonaram seu amigos. Russia x Europa +EUA não são diferentes. Assim como Russia posiciona de amiguinha dos países que de dão alguma vantagem e são favoráveis aos seus interesses os EUA + Europa também comportam. Nada de novo na historia das nações, muda se a forma de de se posicionar no jogo mas o jogo é o mesmo e pelo mesmo proposito.
“THE RUSSINA BEAR IS BACK AGAIN”. Acho que esse aí ainda pensa que a URSS ainda existe e que Stalin está no comando kkkkk
A hipocrisia é dizer que a OTAN mantem um olhar atento as ambições da Russia…
Quando na VERDADE é a OTAN que tinha a ambição de avançar o mais perto da Rússia no período em que eles julgavam que a Rússia estava mais fraca.
Com as modernizações recentes (como citada na matéria) na Era Putin “THE RUSSIAN BEAR IS BACK AGAIN !”
Eles estão penas respondendo à altura as provocações constantes e ininterruptas da OTAN sobre as fronteiras russas desde o início da operação de inteligência de tomada da Ucrânia via insurreição de mídia que derrubou o governo ucraniano eleito pró-rússia…
As duas últimas fotos já são antigas, dos tempos que a França aida operava os F-1.
Estes encontros e parte da nova guerra morna que é mais cinica que a guerra fria já que nesta estava em jogo uma ideologia um estilo de vida uma visão de mundo, era a disputa para o mundo ser isso ou aquilo dependendo de quem vencesse ..Na guerra fria pelo menos era fria e se sabia o que estava em jogo e o porque de tudo aquilo, agora esta é morna sem graça sem motivo sem regras . é pura disputa de poder .
Eles testam o tempo de reação da OTAN por isso que os russo fazem essa vizita!!
A terceira foto aparenta ser uma montagem, eles estariam voando em “formação”, próximo demais, não reflete o perfil operacional de uma “interceptação”, muito estrahno, os caças estão quase colidindo …
Como disse o Tenente-Coronel: “Os russos têm o cuidado de permanecer no espaço aéreo internacional…”
Quanto a voar perto das fronteiras europeias, a OTAN faz mesma coisa nas fronteiras russas…
Em relação ao Mar Báltico não se pode esquecer que a Rússia é também uma “nação báltica”, possui litoral e dois portos importantes em suas aǵuas, em São Petersburgo e Kaliningrado. Lembrando que Kaliningrado só pode ser acessado diretamente (sem passar por território de outros países) por mar e pelo ar.
Ou seja, os russos tem além da necessidade, tem todo direito de estar no céu e nas águas do Báltico, toda esta pressão e publicidade contra sua presença lá, não passa de guerra psicológica contra a própria população europeia, no sentido de incutir “medo do urso”…
Qual o objetivo disso?
Apenas um jogo de provocações?
Porque quanto mais se aproxima, mais deixa o inimigo em alerta.
Gostei da explicação do francês. Usam o termo interceptar de forma inadequada.
Entendo interceptar como uma espécie de confronto.
Perseguir, caçar, etc.
Não apenas se aproximar e observar…
O Su-27/35 realmente impressiona pelo tamanho. Vejam que o F-1 está em primeiro plano e mesmo assim é pequeno perto do caça russo.