As propostas de utilização para os satélites nacionais de defesa foram apresentadas nesta sexta-feira (01/11) na Escola Superior de Guerra, no Rio de Janeiro. A atividade encerrou a Primeira Oficina de Sistema Espaciais de Defesa que reuniu cerca de 60 profissionais civis e militares de diversos órgãos do governo federal, como Agência Espacial Brasileira, o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A oficina faz parte do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), um sistema do ministério Defesa que vai atender as demandas das Forças Armadas e a programas dos demais ministérios do governo brasileiro.
Os Comandantes da Marinha, Almirante de Esquadra Julio Soares de Moura Neto, e da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Juniti Saito, representantes do ministério da Defesa, acompanharam a apresentação. Oficiais-generais do Alto Comando da Aeronáutica e das Forças Armadas também assistiram às explicações do grupo de trabalho.
A situação atual e o levantamento de necessidades não atendidas nas áreas de comunicações, observação da terra, mapeamento de informações e posicionamento foram os principais temas a nortear os trabalhos durante os quatro dias de palestras técnicas, debates e discussões em grupo entre engenheiros e técnicos da área.
Para a gerente substituta do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM) de Manaus, Solange dos Santos Costa, este passo é fundamental para o Brasil planejar como vai utilizar os satélites nacionais.
“É igual ao processo de compra de um carro. Primeiro você precisa saber dirigir para tirar o melhor proveito do produto”, compara a geóloga. Segundo ela, o evento apontou as reais necessidades do sistema sensor e mostrou a real aplicação dos recursos que serão gerados a partir do satélite. No caso da Amazônia, as imagens serão usadas na identificação de desmatamentos, extração mineral, entre outras informações que são usadas para apoiar os órgãos de inteligência.
Questão de soberania –Para o presidente da Comissão de Coordenação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE), órgão da FAB que organiza o evento, Major-Brigadeiro do Ar Carlos Vuyk de Aquino, a oficina reforça a nítida necessidade de desenvolver um sistema espacial brasileiro e autônomo. “A questão da soberania vamos alcançar quando tivermos plena autonomia sobre esse tipo de atividade”, avalia o oficial-general. Atualmente, as Forças Armadas utilizam plataformas baseadas em tecnologias internacionais.
O PESE é um sistema do ministério Defesa que vai atender as demandas das Forças Armadas e a programas dos demais ministérios do governo brasileiro. A utilização dos satélites vai proporcionar trafegar informações estratégicas com segurança e por meio de banda adequada. O programa trabalha com horizonte de 20 anos. O primeiro satélite de comunicações e defesa deve ser lançado em 2016. Segundo o oficial-general, a questão é conseguir atender todos os serviços com tecnologia nacional. “Vai ser mais lento, mas é necessário. Vamos ter condições de resolver nossos problemas com tecnologia própria”, afirma.
Saiba mais: O Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE) é um programa criado para atender necessidades estratégicas das Forças Armadas e da sociedade brasileira. A coordenação e implantação dos sistemas espaciais foi atribuída pelo Ministério da Defesa e pelo Comanda da Aeronáutica para a Comissão de Coordennação e Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE). O objetivo do PESE é prover infraestrutura espacial para ser usada estrategicamente e de modo potencializador no Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SISGAAZ), no Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON), no Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA), no Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM) e afins.
FONTE : Agência Força Aérea