Por Coronel Albert Carpenter, U.S. Marine Corps Reserve (Retired)
As Instalações e Logística 2030 do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA (USMC) fornecem diretrizes para “as organizações que apoiam a projeção de poder, emprego e apoio às Forças de Prontidão do USMC”. Entre as sete funções de combate, a logística é a que determina o ritmo das operações e o alcance operacional de uma unidade. Nenhuma outra função de combate afeta mais profundamente a nossa capacidade de permanecer em espaços contestados.
A aeronave de transporte de asa fixa preferida do Corpo de Fuzileiros Navais é o Lockheed KC-130J Hercules, a versão mais recente de uma aeronave que voou pela primeira vez em 1954. Sua linha de produção é uma das mais antigas, para uma aeronave militar em qualquer lugar do mundo, e todas as versões juntas representam cerca de 21% dos aviões de transporte militar em operação em todo o mundo. A Lockheed extraiu quase tudo o que podia deste projeto turboélice de quatro motores.
Ao longo da última década, evoluíram tecnologias que agora oferecem projetos com custos de aquisição mais baixos, limites de velocidade e altitude mais elevados e custos de ciclo de vida projetados mais baixos.
O USMC tem quatro esquadrões de Hércules ativos, cujas missões incluem reabastecimento em voo, transporte de pessoal e carga, evacuações médicas, lançamento de paraquedistas e reabastecimento de emergência em zonas de pouso não preparadas.
Eles podem reabastecer helicópteros, aeronaves tiltrotor e de asa fixa em apoio a missões táticas, operações de treinamento ou transporte de tropa. Três esquadrões atingiram o seu nível de prontidão com 17 aeronaves cada, com mais um a atingi-lo no ano fiscal de 2026 e o outro no de 27. Mas comparado com outras aeronaves de transporte e reabastecimento tático, o Super Hercules é lento, tem pernas curtas e pequena capacidade de transporte de carga para os desafios que o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA espera enfrentar no futuro.
À medida que o Corpo de Fuzileiros Navais evolui, os desafios de conduzir operações em ambientes logísticos contestados aumentam significativamente. A Tabela 1 mostra como o C-130J Hercules se compara a possíveis alternativas.
A melhor opção
Entre as aeronaves atualmente operacionais na categoria de transporte tático médio, o C-27J e o C-295 são muito pequenos, muito lentos, muito limitados em capacidade e/ou muito limitados em alcance.
Outras opções, como o Airbus A400 ou o Kawasaki C-2, não desempenham exatamente as mesmas funções. A Airbus considera o A400 um avião de transporte estratégico e a aeronave da Kawasaki é muito mais pesada, tornando-a menos adequada. Ambas as aeronaves também são consideravelmente mais caras que o KC-130J ou o KC-390.
Apenas uma aeronave oferece melhorias significativas ao USMC em todas as missões, o Embraer KC-390 Millennium, que entrou em serviço na Força Aérea Brasileira em 2019 e em Portugal em 2023. Ele também foi selecionado pela República Tcheca, Hungria, Áustria e Coreia do Sul. A Holanda fez um pedido e a Embraer tem o interesse de vários outros membros da OTAN, bem como de países da África e da região Indo-Pacífico.
A aeronave será integrada no European Airlift Transport Command, o centro de comando que exerce o controle operacional da maioria das frotas de reabastecimento em voo e transporte militar de sete estados membros da União Europeia.
Com o KC-390, a Embraer se afastou do projeto típico de turboélice, embora seja aproximadamente do tamanho de um Hércules, ele tem asa alta e curvada, configuração de cauda em T e dois motores turbofan IAE V2500-E5. Com este projeto, ele pode voar a cerca de 470 nós (540 mph) e um teto operacional de cerca de 36.000 pés. A Embraer afirma que a aeronave também terá o menor custo de ciclo de vida do mercado de transporte aéreo médio. Grande parte da tecnologia vem de sistemas e conhecimentos de engenharia do negócio de Aviação Comercial da empresa, que constrói os populares aviões E-Jet de curto e médio alcance, com mais de 1.600 construídos até o momento.
Seus sistemas fly-by-wire com circuito fechado e side sticks ativas e superfícies de controle como spoilers, o KC-390 é bastante ágil em baixas velocidades. Com motores montados no alto de suas asas, a aeronave não deverá ter problemas com pistas de pouso não preparadas ou com os problemas de danos causados às hélices compostas de seis pás como o Hércules.
Os dois motores turbofan de dois eixos da International Aero Engines (IAE), em comparação com quatro turboélices no Super Hercules, oferecem desempenho significativo e benefícios econômicos, incluindo requisitos reduzidos de combustível e manutenção. Os motores da série IAE 2500 com reversores em seu projeto são instalados nas famílias de aeronaves Embraer 190 e Airbus A320, bem como no McDonnell Douglas MD-90. O Sistema de Manutenção a Bordo integrado da aeronave mantém o controle da aeronave. E o sistema de controle fly-by-wire reduz significativamente a carga de trabalho da tripulação.
Para o ressuprimento aéreo, seus avançados aviônicos permitem que a tripulação calcule um ponto de liberação com excelente precisão, enquanto o moderno cargo-handling and aerial-delivery system (CHADS) oferece liberação remota e automática de carga em voo, tanto em altas como em baixas altitudes.
Tanto a configuração interna quanto a externa da aeronave podem ser alteradas de forma rápida e fácil para facilitar diversas missões. É notável que, ao procurar um sucessor para os seus antigos C-130, o Ministério da Defesa holandês descobriu que o KC-390 era uma escolha melhor do que o C-130J.
Em setembro de 2022, a L3Harris Technologies firmou parceria com a Embraer para converter o KC-390 em um “ágil avião-tanque” que pode voar mais perto das linhas de frente em conflitos e reabastecer todos os tipos de aeronaves militares dos EUA e aliadas.
Nos termos do acordo, a L3Harris planeja desenvolver um boom de reabastecimento, para complementar o seu sistema existente (buddy stores system) e equipamento especial de comunicação militar nos aviões. A aeronave também poderia substituir os C-130 do Air Force Special Operations Command, das unidades da Guarda Nacional e dos aliados.
Como é improvável que o Departamento de Defesa e o Congresso aprovem isenções ao Buy American Act para comprar a aeronave, a L3Harris ou outro fabricante provavelmente teria que montar a aeronave em uma instalação nos EUA.
A transição para o KC-390, com sua capacidade de reconfiguração rápida para outras missões, poderia ser um multiplicador de força para o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA. Ele voa mais rápido, transporta mais carga por distâncias maiores e com menores custos de manutenção e combustível e ainda custa menos que o KC-130J. Com a sua capacidade de reabastecimento em voo, oferece capacidade de apoiar operações dispersas ao longo das vastas distâncias do Indo-Pacífico ou do Extremo Norte.
Como todo o desenvolvimento e testes já foram concluídos, e com a escala que um fabricante norte-americano traz, ele poderá entrar em produção e estar disponível para o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA já no ano fiscal de 2027.
FONTE: USNI
FOTOS: Ilustrativas
Sinto q em breve teremos uma notícia de encomenda do titio Sam pro KC-390 acabando de enterrar o Hercules, como no texto, já se extraiu o q deu da aeronave. Hora da nova geração assumir, vida longa ao KC-390😎🇧🇷
Os EUA apoiam a Ucrânia, já gastaram bilhões.
O Brasil é aliado de 1 linha da Rússia (segundo Lavrov).
O Brasil depois de Índia e China é o mais mais importante na guerra de invasão da Rússia, dando todos os elemento suficientes para essa invasão.
Eua não deveria comprar do Brasil.
As participações do KC390 em solo americano em treinamentos conjuntos e testes foram muito positivas tanto pela aeronave (que é surpreendente) e foram levas em um certo limite de dificuldade/eficiência como pelo profissionalismo dos militares da FAB, foram observados pelos militares americanos e devem ter coletado dados no limite em vários aspectos. O KC está ocupando um lugar de mercado/aliados que pertencia ao C-130 isso “incomoda”, acho que falta um teste de conflito real (quem sabe esse teste pode determinar a escolha), em termos de transporte, ações humanitárias (estamos vendo a disponibilidade do KC 390 desde a Covid/Crise na Amazônia/ Ação no RS) e capacidade de operação isso já está aprovado (FAP que o diga o KC390 de Portugal não para está sempre em operação)!!! Eu espero um contrato futuro com USAF/USMC e quem sabe com a USCG (versão especial). A Embraer podia emprestar um KC390 para os EUA utilizar (tipo “Test Driver”) – Brincadeira à parte!!!!
O certo seria os EUA comprarem o kc390,mas duvido
Se a linha for para atender só as demandas das forcas armadas do EUA, sem direito a reexportação, vai com DEUS! Mais um cliente ilustre. Agora se for nos mesmos moldes da parceria entre a Embraer e a Sierra Nevada para montar o Super Tucano, para a partir de lá eles exportaram para parceiros e aliados via FMS, é melhor irem de Kawasaki C2 ou Airbus A400 Atlas. Boa sorte!
Acredito que qualquer negociação com os americanos sobre KC 390 seria nos moldes do Super Tucano com a Sierra Nevada onde depois dessa “parceria” a Embraer não vendeu nenhum Super Tucano fabricado no Brasil para o exterior. Quem acredita que negociar o KC 390 com os Estados Unidos seria bom para o Brasil?
Então é melhor irem de Kawasaki C2 ou de A400 Atlas.
A Embraer vendeu A-29 para Filipinas e Nigeria por fora do acordo com a SNC e está negociando com o Paraguai e um país da Otan na Europa. Há uma previsão para 200 A-29 da nova versão N a serem montados na OGMA, filial da Embraer em Portugal.
Não tem nada a ver a parceria com a SNC com vendas fora dos interesses dos eua. É apenas uma questão de demanda. O A-29 é uma aeronave muito específica e nem todas as Forças Aéreas do mundo o consideram necessário em sua frota.
A parceria com a SNC foi positiva e necessária. A Embraer conseguiu vendas com isto e foram vendas diretas para o Departamento de Defesa dos eua, que repassaram as aeronaves para outros países l. É assim que eles trabalham e a Embraer teve seu lucro nisto.
Não ficou claro para mim o quantitativo de aeronaves a serem consideradas em caso de uma efetiva aquisição.
O KC 390 e o Super Tucano sao produtos de categorias distintas, que em comum possuem apenas duas coisas: sofisticacao das tecnologias embarcadas e o fato de serem os melhores de suas categorias. Só isso. Mas sao produtos totalmente distintos : Um é um cargueiro tatico a jato, capaz de transportar 26 toneladas a 992 km/h em espacos aereos de areas contestadas; o outro é uma aeronave turbo helice de ataque leve ao solo, apoio tatico e treinamento que voa a 590 km/h transportando 1.550 kg de bombas, misseis e foguetes.
Se essa ideia for pra frente, com certeza a empresa “escolhida” para ser a parceira da Embraer, sera a Boing, que vai exigir que o aviao seja montado em suas instalacoes, por seus funcionarios e que leve o seu nome. Assim, o nosso Embraer KC 390, vai ser renomeado de Boing KC 390 milenium. E alem disso, vai exigir o direito de reexportar a maquina para aliados e parceiros do EUA, via FMS.
Nas negociacoes internacionais, quem vai ter mais influencia: a Boing e o FMS ou a Embraer ?
Se eles quiserem, a EDS instala uma linha de montagem la, capacita empresas locais para fornecer insumos e componentes para atender as exigencias do 50% de conteudo nacional, mas é só para atender as demandas das forças armadas deles, não pra reexportar.
A superioridade do KC-390 sobre o C-130J é tão incontestável e as vantagens que ele entrega são tantas que até oficiais dos USMC defendem abertamente sua aquisição.
Obviamente que o lobby da L. Martin nos eua é pesadíssimo. Tem muitos militares e congressistas em sua folha de comissões. A Embraer e a L3Harris tem que trabalhar forte nisso.
Se conseguirem abrir esta porta a USAF e US Army podem se interessar também e aí as encomendas podem atingir duas, três centenas ou mais.
Esse aí é oficial da reserva. Não tem influência alguma na corporação.
Essa não é a opinião do USMC.
Se ao menos tivessem adicionados mais dois pontos para a instalação de tanques externos sob as asas, teriam expandindo a capacidade de vender a aeronave para alguns mercados mais exigentes..