O Comando Logístico do Exército Brasileiro aprovou a Diretriz de Iniciação do Projeto de Incorporação do Modal Aéreo na Logística Militar Terrestre, na Região Amazônica, cuja finalidade é adquirir, receber e operar a aeronave modelo C-23 SHERPA, por meio do programa Foreign Military Sales (FMS), do Governo dos Estados Unidos da América.
Após 76 anos, o Exército Brasileiro (EB) voltará a possuir a capacidade de operar aeronaves de asa fixa. A reativação da aviação de asa fixa, por meio das aeronaves C-23 SHERPA, trará diversas vantagens para a Força Terrestre (F Ter).
Atualmente, no que tange ao modal de transporte aéreo, os planejamentos anuais dos Comandos de Operações Terrestre (COTER), Logístico (COLOG), Militar da Amazônia (CMA) e Militar do Norte (CMN) contemplam a realização de apoio logístico às Organizações Militares (OM) do Exército – particularmente aos Pelotões Especiais de Fronteira (PEF) – e o transporte de civis e militares em toda a Região Amazônica (R Amz), prioritariamente com a utilização das aeronaves de asa fi xa da Força Aérea Brasileira (FAB), por contratação de Empresas Civis de transporte aéreo ou aeronaves de Asa Rotativa, da própria F Ter.
Anualmente, a 12ª Região Militar (12ª RM), sediada em Manaus (AM), gasta elevados recursos com a contratação de empresas aéreas regionais civis, para o transporte de cargas e de passageiros no CMA e no CMN. Porém, constitui-se em uma solução com grandes restrições, tais como: limitada capacidade logística das aeronaves; altos custos de contratação (restritos por limitações orçamentárias vigentes); pouca disponibilidade de rotas e horários de voo que
atendam às necessidades logísticas dos Comandos de Área; restrições ao transporte de munição e líquidos inflamáveis; além do aumento da vulnerabilidade da Força com relação ao transporte de Material de Emprego Militar em aeronaves civis.
Diversas missões logísticas e administrativas têm sido cumpridas por helicópteros da Aviação do Exército (AvEx), com custo consideravelmente alto. Cerca de 30% do total das horas de voo (HV) destinadas à AvEx são empregadas em missões de Apoio Logístico e Apoio ao Combate na R Amz.
A visualização da incorporação de aeronaves de Asa Fixa no EB, com vistas a ampliar a eficiência do modal aéreo na Logística Militar Terrestre na R Amz, decorreu da oportunidade a partir do estudo realizado pelo EB das aeronaves disponibilizadas pelos Estados Unidos da América (EUA), modelo C–23 SHERPA.
Considerando o potencial de solução do problema, a partir da disponibilidade estadunidense, o Comandante Logístico determinou a realização de um estudo técnico e operacional dessas aeronaves, em novembro de 2016, cujo resultado foi consubstanciado no Relatório Técnico Preliminar, de 10 de fevereiro de 2017.
Vantagens do emprego da Aeronave C–23 SHERPA
– Por suas características técnicas, cumpre missões com vantagens operativas e com custo consideravelmente inferior ao da atual frota de helicópteros da AvEx.
– O custo da HV é muito baixo, cerca de um quarto do valor médio da HV dos atuais helicópteros da AvEx .
– Economia de HV gastas com apoio logístico pelo 4º Batalhão de Aviação do Exército (4º BAvEx).
– Superioridade na relação custo–benefício, quando comparada com outras aeronaves.
– Considerável economia de recursos, com melhor atendimento das demandas operativas da F Ter na R Amz, além de menor dependência e restrições de carga impostas pelas empresas aéreas civis.
– Aumento da disponibilidade de HV da frota de helicópteros da AvEx para missões de preparo e de emprego.
– Ampliação da capacidade operacional do CMA, do CMN e do CMO, em suas diversas missões, principalmente no emprego eventual em apoio às Agências Federais, Estaduais e Municipais, no atendimento às regiões afetadas por calamidades naturais.
– Economia nas despesas anuais em transporte aéreo pela 12ª RM (contratação de empresas aéreas civis).
– Economia de 81 a 92% no valor do quilo transportado, em relação ao transportado pelos helicópteros HM-4 Jaguar (H225M) e HM-2 BlackHawk da AvEx.
Condições impostas pelo Projeto
– A manutenção das aeronaves e a modernização do Cockpit dos seis C-23 SHERPA serão realizadas nos EUA, antes de sua entrega definitiva.
– O recebimento de seis aeronaves para as operações de Ap Log e de duas aeronaves destinadas ao suprimento (itens reparáveis), inseridas no Contrato de Suporte Logístico (CLS).
– O treinamento dos pilotos, oficiais de manutenção e mecânicos será realizado no Exército Norte-Americano.
– O fornecimento de linha de suprimento por 15 anos nas instalações do 4º BAvEx, em Manaus, e de toda a documentação técnica e ferramental da aeronave.
– O fornecimento de cinco Tanques de Translado, entre outros equipamentos específicos e CLS, por dez anos, no Brasil.
– A chegada das duas primeiras aeronaves em 2021.
A Aeronave C-23 SHERPA
Para uma aeronave de apoio logístico a ser operada na R Amz, sua confi guração de “Asa Alta”, isto é, montada acima da fuselagem, permite o pouso mais facilitado em pistas não preparadas ou com preparação deficiente, característica dessa região do País.
Possui dois motores PT6A-65AR. Esse motor é fabricado pela empresa canadense Pratt & Whitney, considerado o motor turboélice mais fabricado em toda a história.
A família de turbinas PT6A-65AR é considerada de alta confiabilidade, com o Tempo entre Revisões (Time Between Overhauls – TBO) de 6.000 horas.
Um operador americano dessas aeronaves apresentou o custo de US$ 932,00, para um esforço aéreo de 400 HV / ano, cerca de ¼ do valor médio da HV dos Helicópteros da Aviação do Exército (AvEx).
Considerando as HV empregadas pela AvEx anualmente, em logística na R Amz, o seu emprego equivaleria a apenas 20% do que é gasto com os atuais helicópteros.
Os C-23 SHERPA foram fabricados em 1983 e 1984 e enviados, nos anos de 1997 e 1998, para a cidade de Bridgeport (WV), no West Virginia Air Center (WVAC), onde cada aeronave foi militarizada (Converted to C-23B+ Sherpa) para sua utilização pelo Exército Americano. Assim, sua capacidade foi ampliada para o lançamento de cargas aéreas (airdropping), lançamento de paraquedistas e operações de evacuação aeromédica para 18 macas.
O West Virginia Air Center era operado pela Bombardier Defense Services e forneceu, na oportunidade, um CLS para as aeronaves que foram operadas pela Guarda Nacional do Exército dos Estados Unidos (USARNG) e pela Força Aérea (USAF).
O modelo ainda está em uso no Serviço Florestal Americano, com 15 aeronaves. Sua capacidade STOL (pousos e decolagens curtos) fez com que a aeronave fosse usada em diversas missões de Forças Especiais.
Com capacidade para passageiros (ou tropas), tem o seu Peso Máximo de Decolagem de 12 mil kg e a carga útil máxima é de 3,5 mil kg. Equipado com dois turboélices Pratt & Whitney Canada PT6A-65AR, de 1.062 kw cada, tem velocidade máxima de 468 km/h e de cruzeiro de 422 km/h, com alcance de 1.907km.
Para as missões logísticas na Amazônia, o C-23 SHERPA é excepcional em sua capacidade de pouso e decolagem em pistas curtas, pois pode decolar com Peso Máximo de Decolagem (PMD) numa distância de apenas 564m, sem obstáculos e superando um obstáculo vertical de 15 m, em 802m, enquanto a distância de pouso (passando sobre um obstáculo vertical de 15m) é de 586 m.
Consequências Diretas do Projeto
O Projeto resultará em ações e providências decorrentes de sua implantação, relacionadas às áreas de Doutrina, Organização, Adestramento, Material, Educação, Pessoal e Infraestrutura (DOAMEPI).
Será implantada uma Subunidade de Asa Fixa no 4º BAvEx, em Manaus (AM), responsável pela operação das aeronaves.
O emprego dos C-23 SHERPA, orgânicos da Aviação do Exército, permitirá um melhor atendimento das necessidades operacionais do EB pelo aproveitamento das características técnicas do avião em relação aos helicópteros: maior velocidade, maior capacidade de transporte, maior autonomia, menor custo de manutenção, menor custo da HV, entre outras.
O Projeto ampliará a capacidade de transporte aéreo na área amazônica e está sendo planejado com base nas Normas para Elaboração, Gerenciamento e Acompanhamento de Projetos do EB – NEGAPEB, e nos fundamentos do DOAMEPI.
As grandes distâncias entre as OM do CMA e do CMN justifi cam a utilização de meios aéreos de asa fixa pelo EB, em especial os C-23 SHERPA, que possuem alcance operacional de 1.907km, podendo apoiar, de Manaus, todos os PEF em uma única pernada de voo.
A aeronave C-23 SHERPA apresenta características de operabilidade capaz de se adequar à Amazônia e à logística humanitária.
O Exército passará a contar com uma nova capacidade logística, a partir de 2021, cujos beneficiários diretos serão os militares e suas famílias que vivem nos PEF.
FONTE: EB
FOTOS: Ilustrativas
Não se trata do mérito do artigo, comparar um meio novo com outro recuperado. Ademais, o SHERPA está muito longe da condição de sucateado.
Interessante, porém ao informar custo por hora de voo considerando capacidade de carga de 33 ton. para o C-130 (informação errada) me faz desconfiar de toda análise… custo hora é importante mas o custo hora real…
Acho excelente, só uma pena termos o 13º maior orçamento militar do mundo, a frente até de Israel, e gastarmos 82% com folha de pessoal e pensões, vivemos uma situação surreal de administração de recursos.
Não tem relação o post porém se você colocar o celular na horizontal resolve.
Que venham ! Junto com os Helis Cobras de ataque .
Complementando: pensei que haviam sido comprados apenas quatro Sherpas. Agora, sabemos oficialmente que são oito, com duas células servindo para reposição de peças.
Marujo,
Essa é a posição oficial do EB e aqui, você tem essa informação primeiro!
Abs,
Prevejo no futuro c27 Spartan , via FMS.
Se USAF desistiu desse avião por causa dos custo, pouco provável que o EB queira
Tem comentaristas que parece não compreenderem os gráficos.
De fato é uma aeronave antiga, usada até o osso pela US Army, mas que virá reformada, repintada e com novo sistema de navegabilidade, por isso só chegará em 2021. O EB não opera uma aeronave de asas fixas há 70 anos por uma decisão governamental que deixou isso com a FAB (mesma picuinha que houve entre Marinha e a FAB) e para tanto terá que adaptar também no que tange a estrutura utilizada.
Lembro que o EB testou outras aeronaves para fazer esse serviço (algumas que inclusive seriam adquiridas novas), mas apareceu essa oportunidade e porque não comprar algo que é por um preço inferior e que pode sim ajudar o EB a melhorar a capacidade de transporte logístico na região amazônica? Vemos que o Sherpa pode carregar muito mais que um Bandeirante ou um Grand Caravan. O Sherpa é feio sim, mas voa, o mesmo utiliza motores que são vastamente utilizados por outras aeronaves, sendo assim dessa parte não haverá problemas, mantendo a manutenção em dia e utilizando da melhor maneira possível creio que será um ótimo vetor para o EB, depois de acordo com a demanda e conforme for cria-se um projeto novo caso necessário.
E tem outros que não sabem que não sabem.
Se eu pegar aquele gráfico e reduzir o payload da aeronaves por duas razões básicas, e quem já operou conhece, e não deve ser o teu caso, se não terias dito tal afirmação completamente prepotente e errada no termo absoluto:
A primeira delas é o alcance, com carga paga total, e isto não acontece porque anv tem um peso máximo de decolagem que deve ser ocupado pela sua tara mais o combustível e mais a carga paga e não existe o máximo alcance com a máxima carga paga.
Em boa parte das missões ele não irá com carga total, então aquele gráfico da forma como está exposto é muito bonito para inglês ver, mas tem muitas variáveis que farão os custos flutuarem a cada missão.
]e ele não chegará somente em 2021 porque pintado e ter sua aviônica de voo substituída, mas sim porque o EB NÃO TEM DINHEIRO PARA BANCAR A OPERAÇÃO, antes do exercício fiscal de 2021, pois este tipo de trabalho em qualquer staff de manutenção não dura mais do que três meses.
Esta anv não deveria ser adquirida pelas razões que eu já citei anteriormente. Você alega que por usar PT 6, “seus problemas acabaram”, errado, de novo, motor não é o problema, os problemas serão com peças móveis de alto desgaste, bombas, atuadores, vedações específicas e uma centena de itens que deixam a anv indisponível. Vai ser uma dor de barriga daquelas.
Entendeu, ou precisa que eu faça um gráfico?????
Ok Juarez, pena que o pessoal que endossou a compra não pôde ler sua opinião né? Nem mesmo quem construiu esses gráficos que deve saber menos que você – desculpe o tom, mas se vc utilizou o mesmo contra mim, pq não lhe responder dessa maneira…
Mas levando em conta toda a situação tanto com seu conhecimento quanto os gráficos, qual seria a melhor opção para o Exército? Li abaixo que você citou o Grand Caravan, mas será que era isso que o EB precisava – mesmo o Grand Caravan passou pela análise do Exército, junto com outra anv que viria nova e no momento esqueci o nome, mas o fator decisório a favor da vinda dos Sherpas foi a rampa traseira que esses possuem, pense quão difícil seria lançar cargas via pára-quedas de um Grand Caravan. Enfim, pode ser que a realidade seja bem diferente do que a teoria, mas até por isso a vinda será de 8 Sherpas, e quem garante que alguns Grand Caravan também não possam operar também com as cores do EB?
Excelente! Pena que são apenas 6. A Instituição Exército Brasileiro sempre com projetos adequados ao tamanho da economia brasileira. Nota 10! Sem duvida estarei em 2021 na decolagem da primeira aeronave em Manaus! Para quem já serviu em um Pelotão de Fronteira sabe o valor dos Projetos dessa grandeza! Brasil acima de tudo!!! ??
Sucata americana
Mais dinheiro do contribuinte jogado fora. Não concordo com essa compra.
Seu comentário não está baseado nos fatos.
Se o custo de apoiar os PEF é muito mais alto utilizando Helicópteros, e a inclusão dessa aeronave vai baratear, o resultado é o contrário do q disse.
Então, na sua visão operar com sucata reformada é melhor que operar com equipamento novo? SDS.
Não procede a alegação de que a legislação proíbe ao Exército operar aeronaves de asa fixa por militares que não sejam da Força Aérea Brasileira
Procede sim senhor, a exceção é para as anvs de asa fixa embarcadas da MB Eu, não concordo com esta lei, mas é lei.
Não há lei que proíba a criação do. Corpo de aviação do exército com a utilização de aeronaves de asa fixa. O que há é que o Corpo de Aviação do Exército tem que regulamentar o uso de aeronaves de asa fixa e isso pode ser feito através de portaria do Ministério da Defesa a pedido do Comando do Exército.
Por causa desta infeliz Lei , que foi criada quando da criação do Ministério da Aeronautica e inspirada na Itália , onde já não dava certo , fazendo com que a Marinha Moderníssima dependente da Aeronautica Militare , tivesse sérias derrotas ao inimigo inferior , e nós aqui depois de mais de 50 anos operando Porta Aviões , não conseguimos Desenvolver uma Doutrina Aeronaval completa. Este sempre foi o País que copiou dos outros , mas tudo de errado e ruim, desde 15 de novembro de 1889. Esta Lei caiu , acabou , a Aeronauitica não tinha aviões para ela própria , mas queria monopolizar tudo , até Gaivotas de papel !
Ótima matéria.
Pelo que vi, o Grand Caravan não possui rampa traseira, confere?
Uma aeronave maior sai do que o EB quer.
Também discordo de comentários que “não há planejamento”. Há muito, mas as mudanças constantes nas conjunturas políticas e econômicas influenciam bastante.
Com a operação dessas aeronaves nos PEF, os Heli poderão apoiar bem melhor as missões de instrução e operações.
Sds
Não se trata de “querer”, mas de poder manter e operar. Esta anv teve baixíssima escala de produção, e ainda, os que o EB está adquirindo foram customizados para o US Army, e quando começar a voar não vai ter CLS que segure o rojão. A FAB aprendeu isto de forma dolorosa com a esticada na vida útil dos Bufalo.
Tiro o dedão do pé, porque:
Porque CLS ajuda, mas não faz milagre. Estas aeronaves não tem escala de produção, estas do US Army foram customizadas, são em torno de 23 se não me engano, ou seja, quando começar a necessitar de itens cativos móveis, vai ser que nem o Buffalo, quando um hélice estava custando o preço de um PT 6.
Eu, começaria com o Gran Caravan, que nós já temos manutenção por aqui e não seria necessário criar todo um staff, poderia se utilizar as empresas privadas que dão manutenção, ou o próprio PAMA, mas lamentavelmente o EB cedeu aos mercadores da morte, que estão interessados no CLS e lá adiante que se ……o contribuinte Brasileiro para pagar a conta.
Concordo.
Mais calhau para as “nossas” “forças armadas”. Aposto que a recíproca será : 1_ Alcântara ? 2_ Base permanente na tríplice fronteira ? 3_. …
Juarez, concordo plenamente. Só uma pequena correção, a expressão “um hélice”é usada para embarcações, para aeronaves é “uma hélice”.
O autor descreve muito bem todas as providências logísticas e se esqueceu de mencionar que a legislação vigente não permite que a AvEB opere aviões.
Prezado Camazano,
Obrigado pela observação e pela sua participação no DAN.
Realmente ainda falta esse decreto mas, como as duas primeiras aeronaves estão programadas para serem recebidas apenas em 2021, até lá, o respectivo decreto estará publicado e a AvEx devidamente autorizada a também operar asa-fixa.
Eu acredito que já passou da hora de acabar com esse anacronismo, estamos em pleno Século 21, não devíamos ainda discutir esse tipo de coisa…
Abraços,
Mero decreto proíbe o uso. É só o presidente querer que ele muda a legislação em 10 minutos, tal como FHC fez em 1998 para que a MB pudesse usar os A-4 .
FHC só pecou em não liberar geral de uma vez.
O quadro da hora de vôo é bem interessante, pois mostra que o valor do quilo transportado é consideravelmente menor no Caracal que no black Hawk desmentindo o que alguns “informavam”.
Desmentindo o que?
Hora de vôo do H225M: 12 mil dólares
Hora de vôo do BH: 6 mil dólares
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A Forças armadas sempre voam full no H225M pra fazer essa conta do peso valer?
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A capacidade de carga citada para o BH é interna. O espaço interno do BH é bem pequeno, se comparado ao do H225M. Não foi feito pra ser carroceiro. Foi feito pra combater.
Externamente, o BH tem capacidade de carga de 4 toneladas… Nem por isso voam com ele rebocando equipamento por aí.
Concordo que o uso de helicopteros deveria ser para a atividade fim que é o combate e não a logistica, mas agora não podemos desmerecer a informação do quadro quanto ao valor do Caracal ainda mais passado pelo EB e não fabricantes. Agora no meu post anterior escrevir sobre o preço do quilo transportado e não dá hora de vôo, por isso um helicóptero de maior porte deve-se ter sua utilização otimizada.
Bardini, você se ateve apenas sobre o custo nominal da hora voada e não sobre o custo da hora voada em relação a capacidade de carga. Pelos cálculos do EB, o BH tem o custo da hora versus sua capacidade, mais de duas vezes o valor do Jaguar (Caracal), ou seja, para cada kg transportado no BH, você está gastando US$ 5,10, enquanto que no Jaguar (Caracal) este valor é de US$ 2,10 por kg/hora de voo. A relação custo benefício está a favor do H225M e não ao S-70 (UH-60L).
Outra, em relação ao uso, o BH é usado como helicóptero de manobra, mas também utilitário. Para ter a autonomia do H225M, especialmente usando na Amazônia, o BH carece de transportar mais tanques de combustível sob asas laterais, o que acaba degradando ainda mais sua capacidade de carga. “Ah, mas o BH é um helicóptero de com DNA de combate”, sim mas como ele é utilizado no EB, um heli pé de boi (até defasado tecnologicamente em relação a outros aparelhos), seu custo operacional está acima do desejado às necessidades, ante ao que entrega. Com certeza é um helicóptero fantástico, mas para deixá-lo apto a um cenário full combat (com uma série de melhorias necessárias – glass cockipt, RWR, Chaff/Flare, etc, etc, etc…) seu custo operacional irá aumentar e consequentemente sua relação carga versus hora de voo piorar, pois mais peso será acrescentado ao helicóptero, seus novos sistemas serão mais caros e consequentemente o custo de manutenção também aumentará e ai a relação custo benefício será ainda pior em relação à necessidade do EB. Daí porque já estão planejando um novo helicóptero de manobra. Tanto para substituir os 04 BHs, quanto os 08 Cougars (H215M). Detalhe, no H225M ele já está operando de diversos destas melhorias tecnológicas em relação aos BHs.
No mais, o comparativo é até desnecessário, afinal são helicópteros de categorias diferentes, para funções diferentes.
Sim, 2 vezes o valor. No mundo mágico onde o EB opera full um H225M como carroceiro.
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Como tu vai reduzir a capacidade de carga do BH colocando tanques externamente?
O que limita a capacidade de carga dessa aeronave é o tamanho da cabine, que foi dimensionada para o combate…
Ele é capaz de levar 4,0 t externamente. Tem reserva para combustível extra.
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Esses BH vieram para cobrir uma necessidade operativa especifica… Tu sabe disso.
Cumpriram a missão e hoje estão aí, ainda entregando serviço.
E eu nem morro de “amores” pelo BH. Por mim, o EB deveria ter despachado eles e aqueles Panteras pra comprar uma aeronave nova… Mas the recauchutagem never ends.
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No mais, eu não vejo vantagem nenhum estar voando H225M por um custo que poderia muito bem pagar um Chinook, que seria muito mais útil.
Bardini, quando você acrescenta mais tanques externos, você aumenta autonomia, mas diminui capacidade de carga, ou seja, aumenta peso. Tanto é que na aviação você não acrescenta litros, mas kilos. Aumenta-se kilos em combustível, diminui na carga paga, ou seja, menos carga, ou menos soldados.
Mesmo assim, de novo, S-70, H225M e CH-47, cada um no seu quadrado. Se for para fazer comparativos, que sejam com helicópteros da mesma categoria e função, senão entraremos num debate conceitual que não chegará a lugar nenhum.
Minha opinião.
Até mais!!!
A hora de voo desses H225M é um absurdo!
Certamente poderíamos estar voando Chinook com esse custo. Seria muito mais helicóptero e não seria mais caro de comparar e manter.
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BH também é caro. Só deve compensar por conta da mecânica robusta e manutenção…
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Sherpa vale pq está vindo por uma merreca. Aí não tem como comprar com outras aeronaves.
Se não der problema pra manter, vai durar seus 15 anos. Depois, entramos em mais uma novela de substituição e começa tudo de novo. Ciclo vicioso de decisões pensando no curto prazo… Nunca vai acabar.
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Se tivesse dinheiro para investir, um mix mais interessante e que duraria mais de 30 anos, seria comprar novo C295 e Grand Caravan.
Grand Caravan é sem comentários… Melhor custo x benefício que se pode ter na faixa e atende os PEF.
C295 cobre os Pelotões de Fronteira por um custo pouco maior que o Sherpa mas sobra e muito para outras missões e necessidades. Com essas duas aeronaves o EB poderia se aproveitar da logística da FAB. Com Sherpa, é tudo novo… E vai durar pouco.
Eu vejo o C295 um avião um tanto fraco, e tem muitos C27 para pronta entrega !
Comparar H225M com CH-47 é cometer o mesmo erro de comparar S-70 com H225M, ou seja, comparar helicópteros de categorias e características operacionais diferentes. Ou seja, mesmo que o EB opere o Jaguar (Caracal, não impede que venha operar o Chinook), cada uma para missão e necessidades específicas, ambos se complementam. O que não falta é exemplo de algo semelhante mundo a fora.
Acho que devemos é deixar de lado essas comparações que mais parecem torcida organizada, se baseando em Super Trunfo.
No mais, em relação aos Sherpas, também penso igual a ti, alguns Caravans para fazer a função de ligação e C-295 para o transporte de cargas e efetivos (tropas) maiores, padronizando assim muito do treinamento e da logística de manutenção com o que já se tem na FAB. Ajuda, inclusive, em aumentar a industrialização de alguns serviços de manutenção no país. Minha opinião.
Mas já que estão vindo, que o EB faça bom uso, pois precisam e muito de suas próprias asas.
Até mais!!!
Seis aeronaves?
Aguardando uma reportagem bacana e ilustrativa como esta sobre os AH-1W plus+ do EB e da MB quando estiverem já na mesma situação do contrato dos Sherpa.
Parabéns pelo trabalho Wiltgen.
Chegar só em 2021 é sacanagem.
O prazo dilatado se justifica por ser um tipo de aeronave novo a ser operado pelo Exército. Como a reportagem diz, não se opera asa fixa no EB há mais de 70 anos. É preciso formar pilotos, pessoal de terra e adaptar o 4º BAvEx ao recebimento e operação desses novos meios.
Pode ser, mas… Sera que leva 3 anos para fazer isso? Tivessemos entrado em guerra agora, o EB levaria 3 anos tambem para resolver isso?
Pedro,
A questão não é essa, isso é planejamento para quem vive de contingenciamento de verba.
O EB está fazendo a aquisição com os dois pés no chão.
Abs,
Muito simples seria operar tbm com hidroaviões militares já que a amazonia tem muitos rios, lagoas e áreas alagadas, sobretudo, o maior rio de todos. facilitaria bastante as operações em áreas de difícil acesso e nas operações de pouso e decolagem, com baixo custo.