Na Rússia foram efetuados testes do obus de 152 mm Koalitsiya SV em que se utiliza um novo método de lançamento de projéteis. A Rússia pretende desenvolver um sistema de artilharia absolutamente novo, que permitirá eliminar o atraso qualitativo da artilharia russa, que se delineou no limiar dos séculos.
As armas termoeletroquímicas utilizam em vez de pólvora comum explosivos especiais de densidade elevada que se detonam com a ajuda de carga elétrica. Como se afirma, o projétil impulsionado no cano da arma é influenciado não apenas pela energia de gases em expansão, mas também por um impulso eletromagnético. Em resultado, é possível aumentar em 1,5 vezes o raio de alcance de uma peça de artilharia.
A Koalitsiya carateriza-se por um alto nível de automatização, o que permite reduzir consideravelmente a tripulação (possivelmente, para duas pessoas). Ao mesmo tempo, a torre será separada completamente da seção com a tripulação. A instalação dos tripulantes numa cápsula blindada separada permitirá elevar sua segurança. Como se espera, o sistema terá uma alta capacidade de tiro rápido e capacidade de atingir alvos a até 70 quilômetros. Provavelmente, a variante de lagarta seja baseada no chassis pesado russo do projeto Armata.
O projeto Koalitsiya SV é conhecido por várias caraterísticas, inclusive pelo novo princípio de lançamento de projéteis. Uma das variantes anteriores da Koalitsiya tinha dois canos de 152 mm. O sistema de dois canos de grande calibre deveria permitir à Koalitsiya atingir uma velocidade de tiro inédita e realizar o regime de tiro simultâneo de uma peça. Com este regime de tiro, projéteis lançados rapidamente um a um de uma peça e movendo-se por diferentes trajetórias, aproximam-se simultaneamente de um alvo para destruí-lo.
Segundo comunicados anteriores, foi decidido renunciar a dois canos, embora a exigência de garantir a capacidade de tiro rápido fosse mantida.
A Rússia pretende desenvolver um sistema de artilharia absolutamente novo, que permitirá eliminar o atraso qualitativo da artilharia russa, que se delineou após a desintegração da União Soviética. Os armamentos atuais do exército russo estão aquém dos melhores sistemas ocidentais, assim como as peças chinesas.
Os obuses contemporâneos chineses de 155 mm autopropulsados, tais como os PLZ-05, foram desenvolvidos com a utilização de tecnologias obtidas em resultado da cooperação com a companhia americana Space Research nos anos 80. Naquela altura, a Space Research era pioneira na construção de obuses pesados com canos prolongados e alta distância de tiro. A experiência de desenvolvimento de sistemas de artilharia foi acompanhada de êxitos na elaboração de chassis médios sob lagartas de nova geração, assim como de realizações bem-sucedidas na projeção de sistemas de comando automatizados do fogo de artilharia. Finalmente, para obuses automóveis chineses foi copiado o sistema automatizado russo de carregamento de peças de artilharia, utilizado nos obuses russos Msta-S.
O resultado é que os novos sistemas de artilharia chineses ultrapassam os análogos russos pelo grau de automatização e a distância de tiro. Pelas suas caraterísticas, os novos sistemas de artilharia chineses podem ser comparados com as melhores peças ocidentais, o que foi demostrado nos anos 2000, quando a China conseguiu vender grandes lotes de seus obuses aos Emiratos Árabes Unidos e à Arábia Saudita. Para além disso, os sistemas chineses podem utilizar projéteis de artilharia guiados russos Krasnopol, produzidos por licença. Deste modo, a Rússia tem que realizar esforços significativos para recuperar suas posição no mercado de armamentos de artilharia.
FONTE: Voz da Rússia
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Defesa Aérea & Naval