É quase meio-dia quando o alarme de incêndio começa a soar no interior dos prédios da AEL Sistemas, em Porto Alegre. Felizmente, não há qualquer sinal de fogo na casa – trata-se apenas de um exercício de treinamento. De qualquer forma, o ritual é seguido à risca: um a um, os funcionários do prédio largam seus afazeres e se encaminham para as rotas preestabelecidas de saída. Fora do prédio, são levados a uma área segura sob as orientações dos brigadistas de incêndio. Tudo sem sobressaltos e na mais perfeita normalidade, a não ser por um detalhe curioso: dos cerca de 300 funcionários em fuga, mais de metade veste impecáveis jalecos brancos.
Nem todos são doutores, mestres ou laboratoristas. Mas todos eles têm em comum o fato de lidarem com um negócio de alta intensidade tecnológica e importância estratégica para o país.
Fundada em 1983, a AEL é uma das poucas empresas brasileiras que atuam no mercado de sistemas eletrônicos militares e espaciais. De suas linhas de desenvolvimento e produção saem equipamentos e softwares que ajudam a controlar aeronaves, drones, navios e até tanques de guerra. São soluções como displays de combate, radares, computadores de bordo, simuladores de guerra e sistemas optrônicos e eletro-ópticos, usados em redes de vigilância e monitoramento de fronteiras. Com um detalhe: cada produto é resultado de um projeto de longa maturação, que envolve a construção de tecnologias e soluções verdadeiramente únicas. “Para nós, não existe mercado de varejo”, resume Sérgio Horta, presidente da AEL. “O que fazemos aqui são inovações customizadas, que se aplicam a demandas muito específicas de cada cliente.”
Trata-se de um trabalho de alta complexidade, que exige conhecimento especializado, habilidade técnica e destreza manual – além de uma equipe com qualificação rara. Em uma conta rápida, Horta estima que 40% dos funcionários da AEL são engenheiros, 30% são técnicos e o restante atua nas áreas de administração e apoio. Os de jaleco, acrescenta ele, são aqueles que literalmente põem a mão na montagem de cada sistema, em áreas que envolvem desde o manuseio de placas de microeletrônica até a operação de simuladores de guerra e salas limpas. Juntos, eles formam uma verdadeira usina de inovações, com produtos que equipam alguns dos mais avançados veículos e equipamentos das forças armadas dentro e fora do Brasil.
O Super Tucano A-29, por exemplo, usado na supervisão das fronteiras e da Amazônia, conta com sistemas e serviços de manutenção da AEL. O caça F-5M da Força Aérea Brasileira (FAB) carrega um painel de acionamento de aviônicos, um display multifuncional, um computador de missão e um gravador de vídeo, entre outros equipamentos desenvolvidos pela empresa. Para treinar os pilotos do tanque Guarani, o exército brasileiro está em busca de fornecedores para um novo tipo de simulador – e, se vencer o pleito, a companhia já tem toda tecnologia necessária para desenvolvê-lo em sua sede, em um terreno contíguo ao do Aeroporto Salgado Filho, na zona norte de Porto Alegre. Isso sem contar o novo cargueiro KC-390, que traz diferentes equipamentos de navegação e processamento de dados desenhados pela AEL – entre eles, um computador de missão com alta capacidade de processamento, além de instrumentos que ampliam a chamada “consciência situacional” do piloto.
E não só isso. Quem bate à porta do prédio de engenharia da AEL – onde atua a maior parte da equipe dos jalecos – se depara com um ambiente propício à criatividade. Em uma das salas, é possível ver esboços feitos à mão de aviões e radares em quadros colocados na parede. Na entrada, há a réplica de uma bomba de gravidade, conhecida no setor de defesa como “bomba burra”. Tradicionalmente, a precisão desse tipo de artilharia era baixíssima: cabia ao piloto, enclausurado na cabine da aeronave, escolher o momento certo para soltar a carga, na esperança de que ela caísse o mais próximo possível do alvo. A AEL, porém, fabrica um acessório com pequenas asas direcionais e um computador de bordo que pode ser acoplado à bomba e corrigir sua trajetória até o destino. A solução aumenta consideravelmente a precisão do tiro – a um custo que, segundo Horta, representa apenas uma fração do que seria necessário no desenvolvimento de um míssil. “Basicamente, estamos transformando uma bomba burra em uma bomba inteligente”, resume. Muitos desses projetos ficam à vista de qualquer pessoa que ande pelo interior do departamento de engenharia da AEL. Mesmo assim, a reportagem de AMANHÃ foi impedida de fotografá-los devido aos contratos de confidencialidade mantidos entre a empresa e seus clientes.
FONTE: Revista Amanhã
Nunca vi uma pessoa expressar tanta bobeira e frases sem nenhum embasamento técnico como este que escreveu o nosso amigo Anderson f. Costa , Guaca Mole o que voçe expressou é o sentimento de todos , e inclusive dos militares , que um dia se formos contra os desejos sionistas do Estado de Israel , na hora eles fecham a fabrica e vão embora apoiados sobre tudo pelos Estados Unidos.
Concordo com o Anderson, quem conhece o setor industrial no Brasil e no mundo sabe disso.
Concordo plenamente com o Anderson! E a AEL só tem esse relativo sucesso devido não ser uma ENGESA ou AVIBRAS da vida, empresas realmente nacionais sofrem sabotagens e ingerências pra barrarem o seu desenvolvimento! Quem duvida, sinto muito, mas você ainda é muito ingênuo!!!!
A Engesa só faliu devido a inexistente política industrial do governo na época. Jamais, em qualquer país do mundo, não haveria apoio governamental para esse tipo de empresa estratégica para o país. E que falta faz a Engesa, vítima da política neoliberal.
E vero…depender de outros sempre nos deixará vulneráveis …..aí então,já viu………..
So esqueceram de mencionar que a AEL não pertence ao Brasil e sim a Elbit de Israel que detém a maior parte das ações volante.
Se um dia o brasil (que infelizmente tem tradição em apoiar ditaduras) apoiar com dinheiro ou armamentos um país que possa ameaçar Israel, tenha a certeza que nenhum projeto sairá dessa empresa quando necessário.
Sou capitalista e acredito no livre mercado, mas empresas com valor estratégico são exceção a regra e devem ter a maioria de seus acionistas/ controladores no Brasil.
Você é capitalista? Possui algum meio de produção? Alguma fábrica? Ações o suficiente para impactar a Bolsa de Valores? É dono de terras ou possui alguma produção em escala? Porque caso você não tenha nada disso você não é capitalista e sim um alienado que não sabe do que está falando. Porque capitalismo não é uma ideologia, desculpa te dizer isto.
Esses capitalistas sem Capital… e o seu inexistente livre-mercado que é regulado e manipulado pelos estoques de cerca de 300 corporações pelo mundo como a Exxon, Shell e British Petroleum, maiores beneficiadas pelas políticas de sabotagem (política conhecida como Big Stick) feitas pelos EUA que apoia a “democracia” da Arábia Saudita com seus tiranos monarcas. E é por causa desta porcaria de “fé no livre-mercado” com o seu capital internacionalizado (e sem nenhum interesse em atender nossas demandas, apenas as demandas europeias e americanas) que nenhuma indústria Brasileira consegue concorrer com as estrangeiras, dado a diversos motivos tais como a Industrialização Tardia (que só ocorreu graças a teimosia do Getúlio Vargas, seguido do ‘keynesianismo’ deturpado do JK), o desmanche feito pela privataria dos anos 90 que quebrou nossas indústrias de base, aumentou de 35% para 60% a Dívida Pública e que vem desindustrializando São Paulo. Nossas indústrias 100% nacionais nem ao menos conseguem entrar em outros mercados graças ao protecionismo e intervencionismo dos EUA e UE em todas as áreas ainda mais uma estratégica para os EUA como a militar, que movimenta toda sua economia.
Desculpa se lhe ofendi caro, mas te engana se acha que precisa ter uma compassos multinacional ou tanto dinheiro quanto Warren Buffett pra ser capitalista. Se você trabalha visando o lucro e acredita que o estado não deve ser meter nas relações entre pessoas, você também é capitalista.
Agora se acredita que o estado tem que ter garras em todos os meios de produção possíveis e imagináveis então lhe saúdo, ó Gran Lorde da Venezuela.
Falou tudo mano.