“Essa Força Aérea de 2041 é muito mais de vocês do que minha. Todos devem se empenhar nisso, estudar e aceitar a mudança. Recursos devem ser otimizados e novos conceitos precisam ser adotados”. As palavras do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, direcionadas a militares ao encerrar uma das apresentações intitulada “Olhando para o Futuro”, representam a visão do Comando em relação à reestruturação pela qual a Força está passando.
Estudos, otimização de recursos e novos conceitos são as palavras-chave do processo que pretende levar a FAB a um novo patamar até completar seus 100 anos, em 2041. “Nós temos sempre que otimizar a utilização dos recursos, independentemente de tê-los em maior ou menor quantidade”, destaca o Comandante.
Entenda
“A dispersão excessiva das unidades no território dificulta o adestramento e o gerenciamento dos recursos”, explica o Tenente-Brigadeiro Rossato.
Historicamente, seja por herança de unidades da Marinha e do Exército – que deram origem a muitas organizações da FAB –, seja pela necessidade de apoio em diversos pontos devido à pouca autonomia das antigas aeronaves, ou ainda pela posição estratégica que deveriam ocupar, as Bases Aéreas e seus esquadrões foram distribuídos em todo o território brasileiro.
Algumas unidades do Exército – chamadas Corpos de Base – foram herdadas pela FAB e, em maio de 1941, passaram a ser denominadas Bases Aéreas. Mas já no surgimento dos Corpos houve, conforme registra o livro História Geral da Aeronáutica Brasileira, “um significativo sinal de orientação doutrinária, no sentido de assegurar mobilidade às unidades aéreas para seus desdobramentos”.
O litoral do Nordeste era considerado uma região vital para os Aliados, já que por ali passavam, durante a Segunda Guerra Mundial todos os transportes marítimos destinados ao Caribe, aos Estados Unidos e, alguns, à Europa. Também era rota de todo o tráfego vindo da América do Sul, da África, das Índias ou do Pacífico.
Além disso, no início de 1942, as atenções estavam voltadas para aquela região tendo em vista as ameaças trazidas pela Segunda Guerra. Havia, segundo os historiadores, um clima de expectativa muito grande, movimentos de navios de guerra, preparo de pista e construção de aeródromos, crescente tráfego de aviões e muitas notícias de navios brasileiros e de oturas nações atacados. Foi nesse contexto que começaram a ser acionadas missões de patrulha e, portanto, tornando ainda mais necessárias as infraestruturas de apoio aos esquadrões.
Diagnóstico
Alguns dos problemas observados pelo Comando e que devem ser resolvidos, ao longo do processo de reestruturação, são a sobreposição de atividades, os processos de trabalho, a dispersão geográfica excessiva das unidades e os efetivos crescentes na área administrativa.
Parte das mudanças, portanto, é de caráter organizacional, que inclui a concentração de unidades, a redução das atividades em algumas Bases e alterações nos Comandos Aéreos Regionais e em alguns Grandes Comandos.
Perspectiva
Hoje, com o avanço na tecnologia e a maior autonomia das aeronaves, não há necessidade de manter esquadrões tão dispersos no território nacional, explica o Comandante. As missões podem ser cumpridas sem tantas paradas para abastecimento, por exemplo, e os aviões chegam mais facilmente de uma ponta a outra do País quando acionados.
Assim, algumas Bases passarão a sediar mais unidades aéreas, enquanto outras serão bastante reduzidas e servirão como pontos de apoio ou desdobramento. “Nenhuma delas será fechada porque precisamos manter nossa representatividade em pontos estratégicos, seja para o caso de necessidade de treinamentos, de grandes eventos ou para ajuda em calamidades. Então, poderemos ter Bases com dois mil militares e outras com apenas uma infraestrutura de apoio e segurança”, ressalta o Tenente-Brigadeiro Rossato.
Isso vai significar, segundo o Comandante, uma redução expressiva na utilização de recursos, chegando a menos de 20% do que é gasto hoje em algumas das organizações. Ele explica que, além da otimização dos processos administrativos, a reestruturação organizacional vai melhorar a distribuição dos efetivos, também impactando na economia de recursos.
Para manter o alto grau de operacionalidade e adestramento da Força, algumas alternativas já estão previstas, como incremento da Tecnologia de Informação e da utilização de simuladores; e uso intensivo de tecnologia de ponta, como Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT) e satélites.
Tudo isso, ressalta o Comandante da Aeronáutica, faz parte do esforço para manter a instituição sempre atualizada. “Precisamos mudar constantemente e sempre nos modernizar para não sermos superados ou ficarmos obsoletos”, acredita o Tenente-Brigadeiro Rossato.
Fonte: Agência Força Aérea, por Ten Emília Maria
Me lembrei de outra coisa e acho que vai bem neste post, todos falam aqui na vergonha que é as compras da FAB enquanto outras F.A. fazem compras de 450 mísseis a FAB compra 30 quantidade esta que não dá nem pra colocar dois mísseis em cada Gripen, bom acho que se olharmos a nossa situação na América Latina não precisamos de muito mesmo e devemos comprar pouco (mas não tão pouco assim né) mas com esta estratégia economizamos recursos com a quantidade mas devemos investir na qualidade, ou seja, em vez de comprar 450 mísseis também compra 100 mas e com a economia se escolhe o que tem de melhor no mercado para tal função e em vez de fazer compras a cada 5 ou 10 anos se faz compras a cada 2 ou 3 anos assim sempre estaremos atualizados e com uma quantidade razoável, não adianta ter 10 mil mísseis estocados prontos pra guerra se eles são muito ultrapassados é melhor ter 500 mas ser de ponta é o que eu acho e gostaria de saber a opinião dos outros apaixonados e também dos entendedores do assunto.
Hum será que entendi direito o custo em pessoal administrativo vai cair para menos de 20% do que é hoje ou seja uma economia de mais de 80%, isso é muito bom, Wellington Goes discordo com você neste seu último comentário, politica serve para negociar um conflito para evitar uma guerra já a guerra é enfrentada pelas forças armadas e por isso acho que a FAB não deve colocar bases pensando em política mas pensando em como defender da melhor maneira possível o nosso país, acho que devido ao tamanho do nosso país se tivermos uns bunkers para caso de ataque preservar aeronaves e outros suprimentos bélicos escondidos seria muito melhor e poderia ser numa base desativada, teria o mínimo de pessoal só teria que ver a estratégia pensada pelos nossos comandantes o principal é fazer mais com menos, nos adestrar bem com o que temos e atualizar logo os nossos meios, é o que eu acho uma opinião de um apaixonado pela aviação de caça.
Gelceu, acho que não me fiz entender direito. Quando digo política, digo política institucional junto ao poder político legislativo (independente se achamos que os atuais representantes sejam honestos ou corruptos) e assim apoio institucional às suas demandas, afinal o Congresso Nacional é quem autoriza o orçamento público federal.
Resumindo, política institucional e quanto mais bancadas federais defendendo os interesses da Força, mais recursos orçamentários poderá conseguir.
É o que penso.
Até mais!!!
No mais, cuidado para não cometer erros políticos nisso, afinal a FAB é uma instituição pública e quanto mais tiver presença, mais apoio político terá para manter sua estrutura. O que devem fazer, realmente, é melhor equilibrar sua presença pelas regiões e estados. Exemplo do que digo é a vontade de fechar a base de Florianópolis e transferir para Canoas o esquadrão de patrulha marítima, no meu entender um erro. Acredito que a melhor opção seria fechar Canoas e distribuir os esquadrões entre Santa Maria e Florianópolis, assim manteria o apoio político de duas bancadas federais (RS e SC) e ainda sim diminuiria os custos operacionais com estrutura e pessoal. É o que eu acho.
Até mais!!! ?
Sempre sou, fui e serei favorável a Não de meios e estrutura, mas será que vão distribuir melhor os meios ou concentrá-los mais ainda?! Somos um país continental o qual a presença física em algumas regiões se faz premente, será então que iremos avançar ou retroagir?! Não somos equivalente a um país europeu, mas ao continente inteiro.
Quer redução de gastos com pessoal?! Então reformule seu gasto com inativos, no entanto, não li, vejo, ou ouso alguém falar sobre isso. Infelismente, vejo mais do mesmo.
Até mais!!!
O Brasil tem uma extensão territorial enorme e por isso se torna complicado deixar muito dispersas as poucas aeronaves disponíveis porém mesmo sendo correta a intenção de compactar mais o lotamento dos esquadrões não pode-se de maneira nenhuma abdicar de manter a presença da força aérea principalmente nas regiões de fronteira, como bem disse o Sr. Rossato, nem que sejam apenas estações de radar e bases representativas com contingente pequeno, desde que a comunicação entre elas e o nível de operacionalidade dessas bases esteja sempre minimamente mantido para que em caso de necessidade possam ser reativadas em poucos dias
Sábias palavras as proferidas pelo TB Rossato, meus singelos parabéns a Aeronáutica pelo trabalho que vem fazendo.