Por Paulo Mata
Na quarta-feira (25), na primeira presença como Ministro da Defesa na Comissão de Defesa Nacional, Nuno Melo revelou entre os pontos identificados como prioritários dentro da indústria de defesa, que se está “a ser concretizada da compra de uma aeronave de ataque ao solo da Embraer com tecnologia portuguesa incorporada (…) semelhante ao KC (390), que tem dado grande resultado”, no caso o A-29N Super Tucano.
Trata-se de uma aeronave monomotor a hélice, capacitada para desempenhar missões de ataque leve, reconhecimento armado, além de treino avançado de pilotos.
Segundo Nuno Melo, trata-se de “um projeto que vai ser legalmente aprovado e vai passar do plano das intenções, para a concretização política e legislativa, muito em breve, um projeto virtuoso que incorpora na aeronáutica, altamente tecnológica, muita da indústria e do conhecimento português, com vantagem em posteriores vendas, formação de pilotos, ligando a economia à Defesa”.
Quando inquirido pelo deputado Rodrigo Saraiva, sobre se Portugal correrá o risco de ficar isolado na NATO na utilização do Super Tucano, o ministro da Defesa respondeu que “a grande razão de ser da intervenção da indústria portuguesa no projeto Super Tucano, tem que ver precisamente com o contexto NATO”, concretizando que será a indústria portuguesa a habilitar a aeronave “para operar no contexto NATO”, confirmando haver já “intenções de compra de países NATO e de países que não são NATO”.
Está portanto a se referir ao modelo A-29N, anunciado pela Embraer com a assinatura do acordo entre o Estado português e a Embraer, para o desenvolvimento, produção e suporte à operação desta aeronave, pela indústria portuguesa.
Segundo a Embraer, o modelo A-29N, terá para as suas capacidades de combate uma transmissão de dados ampliada e de acordo com os padrões NATO, bem como capacidade de operação por apenas um piloto. Já para as missões de instrução, permitirá treinar com controladores aéreos de combate (JTAC -Joint Terminal Attack Controller) e em ambientes de realidade virtual, aumentada e mista.
Desde que se começou a falar da aquisição de aeronaves de asa fixa a hélice, como o Super Tucano para as Forças Armadas portuguesas, muito se tem conjeturado e especulado sobre qual o tipo de missão em que serão empegadas na Força Aérea Portuguesa. Nesse aspeto, Nuno Melo confirmou o discurso do Almirante Silva Ribeiro em 2022, enquanto Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, que relacionou este tipo de aeronave com as missões que Portugal desempenha na região do Sahel, na África, pelas Nações Unidas: “uma aeronave destas tem características ideais para operar na África, onde Portugal tem várias missões. Por causa do pó, por causa de pistas curtas e em más condições. É uma aeronave muito boa, assim identificada para operar neste tipo de cenários. Mas também em diferentes contextos, também europeus e onde Portugal tem muitas outras missões”. Dentro destes cenários é fácil de se prever que seja em missões de apoio aéreo aproximado, contrainsurgência, vigilância ou até interceptação de slow movers (aeronaves lentas).
Além disso, e tal como transcrito acima, Nuno Melo mencionou igualmente a formação de pilotos, missão para a qual o Super Tucano é adequado e para a qual foi já avaliado por pilotos portugueses.
Fica assim em aberto a possibilidade do Super Tucano ser uma frota partilhada por duas Esquadras de voo distintas (uma de Instrução e outra de Combate), da mesma forma do ocorreu com o Alpha Jet, compartilhado pelas Esquadras 103 e 301 até 2005.
A Lei de Programação Militar, revista em 2023 pelo Governo anterior, tem um orçamento de €180,5 milhões alocados ao “programa de aquisição de aeronave de apoio aproximado”, onde encaixa o Super Tucano.
Diga-se ainda que a Embraer tem até uma dúzia de Super Tucano de “cauda branca” (ie: construídos sem comprador atribuído) praticamente prontos para entrega, pelo que o programa poderá ter uma execução bastante rápida, assim que seja assinado o contrato.
FONTE: Pássaro de Ferro
Não esquecer que o reconhecimento armado inclui a patrulha da costa marítima…
Meu caro, em Fevereiro de 2020 o presidente português fez uma visita de estado à India e falou à imprensa do interesse da India pelo KC390, não imaginas os comentários publicados por brasileiros e recordo-te que na época estava em vigor um acordo da Embraer com a Boeing, como tal e já que falas na propaganda, espero bem que dê para o torto esse negócio por vários fatores; 1- O A-29 é bem mais caro do que o PC-21, ronda o dobro, como tal para treinamento é um desperdício de dinheiro e esse também não abunda. 2 – A experiência portuguesa da guerra em África diz-nos que o melhor vetor aéreo é o helicóptero https://www.youtube.com/watch?v=7ld1ntHfnZs&t=26s&ab_channel=For%C3%A7aA%C3%A9reaPortuguesa, Portugal chegou a operar 140 Aluette III. 3 – Os militares portugueses na MINUSCA são formados também por controladores aéreos que em caso de necessidade podem pedir a intervenção de calas franceses estacionados em Ndjamena, de qualquer forma os militares portugueses utilizam os helicópteros da ONU que foram disponibilizados pelo Senegal, pelo Paquistão e atualmente disponibilizados pela Tunísia. Neste vídeo também podes ver quase no fim a evacuação de um militar ferido e que no mesmo dia em que foi evacuado de helicóptero para Bangui, foi transferido para Lisboa https://www.youtube.com/watch?v=An29lWTUkns&ab_channel=Associa%C3%A7%C3%A3odeComandos, com um A-29 isto não era possível. 4 A única nação europeia que opera aviões monolugar a hélice e que não é para treinamento, é a Áustria e que não pertence à OTAN 5 – Alguém sabe qual o valor do contrato dos KC390 para a Hungria? Não ninguém sabe porque deve ser segredo lesa pátria e que me faz lembrar o antigo líder do CDS e antigo Ministro da Defesa, o atual é líder do CDS e também é Ministro da Defesa, e que comprou dois submarinos e o montante que pagou dava para comprar quatro Scorpene
Portugal está sendo o melhor garoto propaganda da EMBRAER na OTAN.
Que mais países europeus sigam Portugal.
Na minha opinião, vários países da OTAN, que compraram o F-35, irão precisar de um avião mais barato para realizar missões mais simples. Vai sair muito caro enviar um F-35 para interceptar um drone, por exemplo.
Enquanto isso o brasil quer comprar F16 usados sem capacidade BRV.
Sim, totalmente sem cabimento a FAB pensar em comprar F16 de segunda-mão para substituir os A1. Ou compra um LIFT puro sangue, ou compra um lote de 20 AT-29 para os dois esquadrões da FAB que atualmente utilizam o A1M que é capaz de fazer 90% do que estes aviões são capazes. Da mesma forma a força aeronaval poderia adquirir uma dezena de AT-29, qualificados para o apoio ao CFN e a Patrulha Naval de forma a complementar a meia-dúzia de AF-4M e manter a qualificação dos pilotos da Marinha. São decisões desse tipo que fortalecem as empresas do setor de defesa e viabilizam as vendas externas… Agora se as nossas FFAA não utilizam os equipamentos Made in Brazil, como esperar que outros países invista neles…