Enquanto políticos se esbaldam em jatinhos da Força Aérea Brasileira (FAB), a Aeronáutica passa por delicada situação financeira, com dificuldade para tocar seus projetos. O relatório de Gestão do Comando da Força traz reclamações sobre a verba do Orçamento da União destinada ao setor em 2012.
Sem falar explicitamente em sucateamento, o texto faz referência a aeronaves obsoletas e à diminuição dos estoques de material bélico. Os militares têm se queixado de falta de dinheiro e pessoal. Tanto que até o deputado petista Nelson Pelegrino (BA), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, quer ouvir o ministro da Defesa, Celso Amorim, em agosto.
O tema é a compra dos caças para a FAB e a situação dos 12 Mirrage 2000, cujo contrato de manutenção está prestes a ser encerrado. O programa FX-2*, da Aeronáutica, está orçado em US$ 7 bilhões e prevê a aquisição de 36 caças. — O ministro poderá esclarecer sobre o cronograma das negociações, de modo a tranquilizar o país quanto à proteção permanente do seu espaço aéreo — disse Pelegrino.
Sobre o FX-2*, o Livro Branco da Defesa, que trata da situação das três Forças, diz que “o processo de seleção está concluído, aguardando a decisão governamental para prosseguir”.
Há, ainda, problemas na formação de paraquedistas. Por falta de recursos para combustível, esse grupamento está praticando menos saltos que o necessário. No relatório de 2012 sobre o Comando Geral de Apoio (Comgap), a Aeronáutica informa que recebeu menos verbas que o necessário. O Comgap é o setor que gerencia o material aeronáutico e bélico, a infraestrutura e a capacitação de pessoal.
“A falta de recursos suficientes para atender às demandas da frota da FAB tem gerado processos de retirada controlada de itens de aeronaves estocadas, para atender a meta de disponibilidade. Há aeronaves obsoletas e de elevado custo de manutenção, cuja avaliação do custo-benefício aponta para a sua desativação”, informa o relatório.
No texto, a FAB informa, ao se referir à área de Suprimento e Manutenção de Material Bélico (Sismab), que os cortes no Orçamento provocaram o replanejamento de metas, “implicando na redução da aquisição dos materiais necessários para utilização no treinamento operacional da Força” nos próximos anos.
As dificuldades foram apontadas pela Aeronáutica antes de vir à tona, este mês, o escândalo sobre o uso de aviões da FAB por autoridades. O presidente da Câmara, deputado Henrique Alves (PMDB-RN), e o ministro da Previdência, Garibaldi Alves, usaram aeronaves da Força para viajar ao Rio a fim de assistir à final da Copa das Confederações.
Já o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), usou aeronave para ir a casamento na Bahia. Pessoas de dentro da FAB dizem que as viagens das autoridades reveladas na imprensa repercutiram mal na Força.
O Decreto presidencial de 2002 diz que autoridades, como os presidentes do Senado e da Câmara e ministros, podem viajar em aviões da FAB por motivo de segurança e emergência médica, a serviço ou em deslocamentos para a cidade onde moram. O GLOBO pediu à Aeronáutica informações sobre os valores gastos com esses voos, mas a assessoria afirmou que os dados são sigilosos.
Faltam verbas para pesquisas
Faltam ainda recursos e pessoal para as pesquisas na área de Ciência e Tecnologia desenvolvidas em todas as Forças Armadas. A reclamação é de oficiais das três Forças, que participaram, no mês passado, de uma audiência da Frente Parlamentar da Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação, na Câmara.
Quem mais reclamou foi o major-brigadeiro do Ar Alvani Adão da Silva, vice-diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). Segundo ele, havia 3.422 pessoas trabalhando no DCTA em 1994. No final do ano passado, eram 2.383, quando foi aprovada no Congresso uma lei autorizando a criação de 800 cargos, que ainda estão vagos.
— É uma situação de tal gravidade que, se nada fosse feito, nós chegaríamos a 2020 com 26% daquilo que nós tínhamos em 1994 — disse Alvani.
Ele apresentou números para apontar falta de recursos para projetos como o Veículo Lançador de Satélites (VLS) e o Veículo Lançador de Microssatélites (VLM). No projeto do VLS, segundo ele, haverá um déficit de R$ 161 milhões até 2016. De 2013 a 2016, estão previstos R$ 27 milhões, diante de uma necessidade de R$ 188 milhões. No caso do VLM, fruto de parceria entre o Brasil e a Alemanha, faltarão R$ 55 milhões. De 2013 a 2017, o projeto terá R$ 50 milhões, quando são necessários R$ 105 milhões. Procurada pelo GLOBO para comentar os problemas da corporação, a FAB não quis se pronunciar.
FONTE: O Globo
NOTA do EDITOR: * ao contrário do que está informado no texto, o correto é F-X2.
Exato, você não precisa apontar nada, mas com tanta informação disponível que poderia enriquecer o texto, você aponta erro do Jornal “O Globo” sobre nomenclatura do programa, do que critiquei como forma de protesto ao padrão aqui do site. Na verdade estou pedindo mais e melhor informação a vocês ( Editores ), o que sei de grande capacidade aqui do site, daí o termo “estranheza”, e “falar por sí só” é apenas isso, o clipping. Não tem nada a acrescentar?
E veja, o Livro Branco de Defesa Nacional ( pelo menos ao que se intitula a cópia do mesmo……. ) refere-se ao plano como FX-2……………para tantas fontes que você citar existirem a nomenclatura F-X2, eu teria também tantas outras citando como FX-2………………
Sim, sim, eu ví na referencia do texto da FAB a divergência entre a nomenclatura do plano, o que não estou aceitando é sua afirmação de que o nome do plano é TAL. Vamos deixar para os leitores tirarem suas próprias conclusões, concorda?
Procure entender o construtivismo da minha crítica.
Grande abraço
Marcos Silva,
Aqui no DAN, nenhum de nós é dono da verdade, apenas apontamos aos nossos leitores, aquilo que temos como referência, pois para o O Globo, é “aceitável” informar o nome do programa “errado” mas, para nós, midia especializada, não.
Em casos como este, sob o meu ponto de vista, é desnecessário tecer qualquer tipo de comentário e como você escreveu, eu prefiro que os leitores tirem as suas próprias conclusões, sem nenhum tipo de influência da minha parte.
Pode ficar tranquilo, este espaço é democrático e todos os comentários com críticas, sugestões ou elogios, sempre serão respeitados e aceitos.
Abraços
Caro Editor, sua CORREÇÃO do nome do Programa FX vai de encontro à nomenclatura utilizada pela própria FAB, de que o projeto é FX-2 e não F-X2, veja o link:
http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?mostra=3174
E o próprio site defesaaereanaval, reconhece o programa como FX-2:
http://www.defesaaereanaval.com.br/?p=24428
Esse desencontro de nomenclatura deveria convergir para algo comum.
Mas o que me causou estranheza, foi que para um tópico tão importante, como o tema do abandono de nossa Força tão vital, o Editor apenas se refira a nomenclatura do Programa, o que inclusive, não é ponto pacífico.
Algumas outras fontes de literatura aeronáutica, citam o programa como FX2………………..
http://www.basemilitar.com.br/forum/viewtopic.php?f=3&t=4199&start=345
Marcos Silva,
Agradeço a sua observação e se o leitor olhar mais atentamente no primeiro link, da própria FAB, o texto diverge do título assim como algumas outras publicações da FAB:
13/01/2010 – 12h13 F-X2: Esclarecimentos
07/10/2009 – 16h32 Nota à imprensa – F-X2: melhorias das ofertas
24/09/2009 – 16h37 Projeto F-X2 – Esclarecimentos
15/09/2009 – 10h36 Projeto F-X2 – Esclarecimentos
27/05/2009 – 14h30 F-X2- análise das ofertas revisadas
11/05/2009 – 14h16 Nota à imprensa: F-X2 – análise das ofertas revisadas
27/05/2009 – 14h23 F-X2 – Visitas Técnicas e Voos de Avaliação
02/03/2009 – 09h27 F-X2: reuniões de esclarecimentos
03/03/2009 – 19h03 F-X2: reuniões de esclarecimentos
02/02/2009 – 08h44 Aeronáutica inicia análise das ofertas do Projeto F-X2
03/02/2009 – 12h40 Nota: Aeronáutica inicia análise das ofertas do Projeto F-X2
21/11/2008 – 16h06 Aeronáutica cumpre mais uma etapa do projeto F-X2
06/10/2008 – 14h19 Nota do Ministério da Defesa à imprensa sobre Projeto F-X2
21/11/2008 – 16h02 Comando da Aeronáutica pré-seleciona candidatos do projeto F-X2
Com relação ao nosso link, mais uma vez, trata-se de um clipping, portanto o texto , assim como o presente, não é do DAN e, porque o reproduzimos, não quer dizer que reconhecemos com a nomeclatura errada mas, mais uma vez, se observar melhor, vai perceber que a tag utilizada no post trás F-X2.
Quanto a sua “estranheza”, não preciso fazer nenhum tipo de observação sobre a atual situação da FAB, cujo texto, e muitos outros por nós postados, fala por si só.
Abraços,
EM 2009 o governo escolheu o vencedor da licitação ruim ou bom pelo menos a FAB tinha um caça em condições mais por falta de saber gerenciar a escolha virou uma bagunça todo mundo dava palpite agora ficar ai chorando pelo cantos parecendo uma noiva abandonada no altar.
Não entendo.
Se não tem dinheiro para sequer voar, os protestos contra os gastos serem visíveis nas ruas, os militares se queixando pela penúria em que estão, como é que ainda pensam em FX?
Ainda conforme o texto “Sobre o FX-2*, o Livro Branco da Defesa, que trata da situação das três Forças, diz que “o processo de seleção está concluído, aguardando a decisão governamental para prosseguir” – claramente vemos que a compra esta para sair. Ai, vemos o governo reabrindo processos de intenção de compartilhar bases aeroespaciais com os EUA, a Boeing investindo em unidades de escritórios e centros de tecnologia em Brasília, São Paulo e São José dos Campos.
Esta carta esta marcada a muito mais tempo do que podemos imaginar.
A FAB parece uma mulher que todo dia apanha do marido com medo de ser morta não da queixa na policia . No caso da FAB o governo vai mata lá de vez .