Nota sobre a destruição do avião da VARIG no hangar do Galeão.
1 de fevereiro de 2020
Circula na imprensa imagens da destruição de um antigo avião DC-3 da Varig e inúmeras críticas à atitude dos gestores da Massa Falida e à decisão do Poder Judiciário autorizando a destruição.
O avião DC-3 da VARIG, que apresentava corrosão em 100% de seu revestimento externo, foi destruído por autorização judicial após pedido da massa falida da VARIG, que se viu em uma encruzilhada imposta pela administradora do aeroporto Galeão, onde o avião estava estacionado.
Com a cobrança do espaço que tal avião estava utilizando, a massa falida buscou solucionar o problema com o menor custo, inclusive o ofertando para o Museu Aeroespacial (MUSAL).
Após a recusa, o alto custo para manter tal avião parado levou a massa falida a requerer autorização do Poder Judiciário para destruir a aeronave.
É bom lembrar que há uma aeronave da VARIG, idêntica, no Aeroporto de Porto Alegre.
A aeronave do Sul está restaurada e aberta para visitações, conforme se pode verificar pelo site www.varigexperience.com.br.
No entanto, o que deve ser destacado nesse momento de saudosismo é que o maior patrimônio da VARIG não era seus aviões. Eram seus funcionários, sua tripulação, seus mecânicos e seus aeroviários. Essas pessoas é que criaram e desenvolveram esse apreço pela imagem da empresa Varig.
Apesar de mais de 2 mil óbitos, mais de 10 mil trabalhadores da Varig ainda estão vivos e, necessário lembrar, não receberam suas verbas rescisórias quando do encerramento das atividades da Empresa.
Esse “patrimônio” da VARIG está sendo destruído diariamente a cada falecimento.
Dessa forma, em um cenário de falência da empresa, por mais importante e representativa que possa ser, a preocupação da massa falida deve ser pagar os trabalhadores em primeiro lugar.
A VARIG deve mais de 500 milhões de reais em verbas trabalhistas não pagas ao seu principal “patrimônio”. A VARIG deve mais de 4 bilhões de reais para o Fundo de Pensão que a empresa participava (AERUS), o qual deveria garantir uma aposentadoria para seus trabalhadores.
Com isso, o custo de manter uma aeronave antiga e corroída, pagando valores altíssimos, por mero saudosismo é violentar os próprios trabalhadores da VARIG que ainda aguardam para receber integralmente suas verbas trabalhistas.
Portanto, a destruição do DC-3 da Varig, corroído e sem qualquer capacidade de utilização, não é um atentado à nossa história. Como já dito, existe um similar em Porto Alegre aberto para visitações. Porém, quem deseja mesmo reviver os tempos da “Varig” procure um funcionário da época. Ele contará sobre a dedicação dos trabalhadores para erguer uma empresa referência mundial e respeitada no mundo inteiro.
Por essa razão, o entendimento da Massa Falida e a decisão do Poder Judiciário estão corretos, pois buscaram extinguir os custos gerados pela manutenção do avião.
O que se deve buscar nesse cenário de falência é a restauração, dentro do possível, da dignidade dos trabalhadores, mediante o pagamento das verbas rescisórias ainda devidas e de valores para o Fundo de Pensão. Após tal restauração pessoal, se poderá pensar na necessidade de restaurar outras aeronaves da VARIG.
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Fotos: Facebook
Não é apenas um pedaço da história da VARIG que foi destruído, mas da aviação mundial. Pior de tudo é que nem sequer foi feito uma consulta a sociedade para tentar arrecadar fundos para o restauro da aeronave, assim como foi feito com um P47 Thunderbolt que foi restaurado com a ajuda da iniciativa privada. É uma vergonha setores da sociedade acharem irrelevante a preservação da história. Se o que importa é apenas o lado humano, então fechem os museus de escravos! A mentalidade da maioria dos brasileiros é de odiarem a história, por isso o Brasil não consegue ser o grande país que tem potencial
Quem autorizou, favor passar no RH… Matéria aqui muito mal feita. Se for pensar assim vamos fechar todos os museus do Brasil, principalmente aqueles que remetem ao passado da escravidão…
Não concordo com o texto, pois acredito que além dos funcionários da Varig, seus aviões também fazem parte de sua história, um absurdo o que foi feito, tenho certeza que outras ações poderiam ser feitas, uma pena.
Pobre e sem futuro é um povo que não respeita e preserva a sua historia!!!!!Canalhas,mil vezes!!!!!!
Bem fui funcionário da varig durante vários anos inclusive sai da empresa por causa que ali vi que a averia falência por causa disso um avião que poderia até render alguma verba fizeram isso poderiam ter vendido ou até mesmo doado a qualquer lugar de visitação ai botam pessoas incompetentes na administracao e foi asim com nossa varig que muitas alegrias me deu me devem quase duzentos mil reais e ficam ainda desperdiçando verbas esse é missão Brasil se isso foce num país de primeiro esse avião estaria até voando isso só nos traz mais tristeza.
INCRÍVEL!!!!…é a primeira palavra que me vem ao ler a matéria acima, ou seria uma desculpa por tal barbaridade????…
A próxima não seria palavra, mas uma frase: “ Mas são muito cara-de-pau!!!”
Invocar a memória dos tabalhadores para tentarem justificar este ato?!?…
Isto é o Brasil….😩
Então pela lógica desses ‘jênios’ dá mais dinheiro sucata estraçalhada – preço / kg – de uma aeronave que, no mínimo vender partes como aviônicos e motores que poderiam ser adquiridos por fanáticos de souvenirs de aviação em todo o mundo. Parabéns!
Não concordo. Justamente pelas razões apresentadas que foi de reduzir o altos custos de manutenção da aeronave é que, apesar de ter sido recusada pelo Museu Aeroespacial do Campo dos Afonsos, deveria ter sido posta a venda e o recurso assim auferido ajudar a sanar as tantas pendências. Como se vê muitas pessoas, inclusive ex-funcionário da VARIG, ou filhos de ex-funcionários que crescemos vivendo esta empresa teríamos o orgulho de investir nesse sonho. A falta de reconhecimento deste valor histórico, moral e sentimental por parte dos gestores da massa falida, do MUSAL e da justiça denota frieza e mesmo crueldade.
Já que os ex- funcionários não recebem seus devidos direitos não precisam também ver ser destruído parte do patrimônio que ajudaram a construir.
Erraram todos que contribuiram para está conclusão. Não reclamo por saudosismo, mas por desrespeito, principalmente aos ex-funcionários, seus familiares e todos que hoje ainda cultuam a empresa que não foi substituída em seus corações pelas demais que surgiram em seu lugar. Bobos, desperdiçaram recursos e conquistaram a revolta de todos.
A nota da Fentac é uma afronta à nossa inteligência. Ridícula, repetitiva em seus toscos argumentos. Fica a pergunta: a destruição absurda do DC-3 vai reverter em quanto R$ nos bolsos dos ex-funcionários da Varig? Patético. É preciso revelar o nome do irresponsável pela destruição da relíquia expondo-o ao escárnio da comunidade aeronáutica.
O Musal já tem um DC3. Na falta de um destino melhor e na urgência de desocupar o terreno, penso que o scrap foi uma decisão acertada. No mais, garantir o sustento dos ex-funcionários é o que importa. Vida que segue!!!
Amém!!! Dó eu tenho da pan air que foi destruída pelos militares em favor da Varig.
Esse é o destino
Quem não vive aviação, não sabe o que é destruírem mim.patrimonio histórico. O juiz com.palavras bonitas mandou destruir (ele não sabe nada de aviação, infelizmente, poderia se informar, mas não fez) , muitas escolas de aviação poderiam se utilizar desse avião para aulas práticas de Célula, Aviônica e GMP, os alunos iriam agradecer com certeza! Mas como disse antes , so sabe escrever coisas bonitas mas não conhece o ramo Aviação, infelizmente.
Nota: trabalhei na Varig por quase 18 anos, hoje sou Professor de Célula e GMP.
Se o principal devedor da Varig, que é governo federal, cumprisse com suas obrigações, inclusive as judiciais emanafas do STF, esta situação não teria ocorrido.
Mas é mais fácil destruir patrimônio histórico e a memória coletiva em um pais sem história e nem memória.
Os funcionários da Varig são um patrimônio imaterial que merecem todo respeito e admiração, mas isso por si só não justifica a destruição do DC-3.
A VARIG teve o fim que mereceu, depois da canalhice que fez com a Panair do Brasil, e da crueldade com seus funcionários. Lamento pelo DC-3, que merecia um destino melhor, mas a maldita VARIG QUE SE DANE!
Antonio boa tarde. Os problemas da VARIG eram vários, primeiro a Fundação Rubem Berta, a mesma no seu conselho deliberativo era uma piada, trocou o presidente da empresa várias vezes e todos tinha pouquíssima autonomia para tomarem decisão detalhe fundação essa constituída de funcionários da própria VARIG, o conselho deliberativo era incapaz de vê os novos tempos e investia em maus negócios e como a fundação proprietária da VARIG era dos funcionários os excesso de funcionários que não podiam ser demitidos era enorme a VARIG chegou no período final de sua gestão a ter os aviões “mais bem pilotados do mundo” pois existiam 26 pilotos para cada avião, haviam 200 funcionários por avião, enquanto a média do setor é de 75 funcionários isso geravam custos impossíveis de serem recuperados. Outro dos problemas da VARIG foi as politicas públicas do setor que sempre foram favoráveis a VARIG como o monopólio das viagens internacionais e de uma hora para outra foram mudadas com a quebra do monopólio a entrada no mercado de novas empresas como TAM e GOL mais eficientes e baratas de manter. As práticas governamentais também deram uma ajuda e tanto para acabarem com a VARIG, como financiamentos não liberados que poderiam ter salvado a empresa e outros boicotes aplicados, mas ai é um assunto mais delicado, já que a visão governamental na época priorizava os fundos do BNDES para credores bem mais “confiáveis”.