Helicóptero de ataque pode ser útil no combate ao tráfico de drogas e em operações contra as milícias.
Por Tatiana Russakova
O mais recente helicóptero de ataque da holding ‘Helicópteros da Rússia’, o Ka-52 Alligator, foi apresentado no Salão Internacional de Tecnologia para Defesa e Prevenção de Desastres Naturais (Sitdef), inaugurado na semana passada no Peru.
“O Ka-52 Alligator preenche todos os requisitos e características necessárias para usuários da América Latina. Serve perfeitamente para uso em terreno montanhoso e pode ser extremamente útil em operações contra as milícias e na luta contra o tráfico de drogas”, declarou a assessoria de imprensa da holding russa em nota oficial.
O modelo foi planejado para destruir tanques, equipamento militar blindado e não blindado, alvos aéreos de baixa velocidade e tropas inimigas na vanguarda da defesa e em profundidade tática, para fins de reconhecimento, de distribuição do alvo e indicação de alvos em helicópteros interativos e postos de comando das forças terrestres.
Além do Ka-52, os fabricantes russos apresentaram no Peru o helicóptero multiúso Ka-32A11BC, o promissor multifuncional Mi-171A2 e o maior helicóptero do mundo, o Mi-26.
O Ka-32A11BC é usado para combater incêndios naturais e provocados pelo homem, em trabalhos de construção e como transporte de cargas no Peru, na Colômbia, no Brasil e no Chile. Além disso, o modelo tem os melhores indicadores de capacidade de içamento de carga da sua classe e excelente manobrabilidade.
O Sitdef acontece anualmente desde 2007 em Lima, capital do Peru, e cada edição do evento atrai cerca de 40.000 visitantes de mais de 30 países.
Peru contra o crime
Em novembro do ano passado, a ‘Helicópteros da Rússia’ começou a abastecer o Ministério da Defesa do Peru com um novo lote de 24 helicópteros militares de transporte Mi-171SH, conforme contrato estabelecido com a Rosoboronexport.
Além dos helicópteros, os peruanos estão recebendo também tecnologia aeronáutica destinada a garantir a operabilidade dos veículos adquiridos, incluindo equipamento para o centro de manutenção e um simulador para treinamento de pilotos.
O Mi-171SH ajudará a manter contato com as províncias localizadas na Bacia Amazônica e nos Andes, além de ser útil em operações militares nos vales dos rios Apurímac, Ene e Mantaro para combate ao tráfico de droga, grupos terroristas e organizações envolvidas com mineração ilegal.
FONTE: Gazeta Russa via NOTIMP da FAB
Quando se compra um equipamento militar todos os países querem o melhor. Mas, o que é o melhor?
No Brasil ocorre uma situação inusitada comparada com outros países, queremos que o vendedor transfira a tecnologia do equipamento, mas comprando somente poucas dezenas. Outra coisa, e achar que mais caro é melhor.
O Apache é um bom helicóptero, mesmo sendo no seu projeto inicial a função de ataque a principal, já os marines não trocaram seus Cobras pelos Apaches de maneira alguma, pois é um ótimo heli de ataque e comprovadamente eficiente.
Em relatórios que estão acessíveis a todos na net (inclusive da concorrência feita na década de 90 na Suécia), elogia o apache no quesito armamento sensores mas o coloca com a necessidade muito grande de logística.
O Mi-28 (na época protótipo) e elogiado pelo alto índice de disponibilidade em condições atmosféricas péssimas, pesado armamento (apesar da pontaria do canhão na época não ser muito precisa, o qual foi corregido depois), facilidade e baixo índice de manutenção e baixo custo de aquisição.
Tiger e Rooivalk são caríssimos e o Mangusta ao meu ver é limitado em alguns aspectos. No Brasil temos um problema de verba, a verba da defesa é utilizada para cobrir rombos das outras pastas, devemos nos ater ao que podemos comprar e principalmente, qual o custo de manutenção (que ao meu ver é o mais importante).
Helicópteros de ataque são primordiais em um campo de batalha moderno integrado a todas as armas de um exercito moderno.
Dentro da estratégia da Avex tem espaço para os dois modelos, o Fennec artilhado para cumprir missões de reconhecimento e em locais aonde a operação de um heli orgânico de ataque não se faz necessária até pelos custos envolvidos, o que o EB não tem e não terá nos próximos cinco anos é grana para implementar os projetos.
quanto a capacidade de sobrevivência contra manpads do BH em relação ao AH 2, a assinatura térmica do BH é menor carecendo ainda da instalação dos chaff/flare.
Grande abraço
Roberto, qualquer helicóptero, repito qualquer helicóptero pode ser abatido por um SAM e por um MANPAD de ombro…portanto, como você sabe, o helicóptero de ataque não é imune a abate…
Eu de minha parte não sugeri adaptar heli civil nenhum, eu citei que qualquer helicoptero de ataque seria bem vindo para preencher a lacuna vazia da AvEx e citei alguns exemplos, mas depois eu concordei com nosso amigo RR que citou que um KW ou um Gazelle e até um Fennec pode muito bem cumprir uma missão de ataque desde que esteja configurado com os “acessórios” pertinentes a missão e em um cenário de baixa intensidade…afinal de contas como diz o ditado, “temos que amarrar o burro conforme a corda”… E realmente pode Roberto e ainda as vezes por uma fração do preço de um puro sangue.
Vou citar um exemplo, por exemplo o EB recebe uma missão para esclarecimento e ataque na selva a um grupo de narcotraficantes, sabe-se que eles tem MANPADS mas não tem sistemas de radar nem SAM de grande porte, portanto não é necessário contra medidas, o EB adapta dois S-70 com foguetes, canhão 20mm, FLIR , designador e mísseis ATAKA e parte para cima… Você acredita que um S-70 batlehawk é uma gambiarra? Você acredita que um arranjo como esse não é suficiente para essa ameaça? pense bem camarada… E ainda tem a vantagem de poder metralhar o acampamento dos cocaleiros e ainda infiltrar um pequeno grupo especial para fazer apreensão e confirmação de danos na mesma missão…
Helicópteros realmente não são imunes a MANPADS, mas não é razoável comparar o nível de proteção blindada disponibilizado por um Kiowa frente ao que oferece um AH-64. São universos diferentes.
Não afirmei que sua sugestão foi a de adotar um equipamento adaptado, mas foi uma crítica a ideia de que o uso de equipamento não especializado neste caso tenha desempenho similar ao especializado.
Meu comentário não levou em conta o envolvimento com traficantes por um motivo em simples: tráfico é assunto de polícia e apenas se torna assunto de forças armadas (que não foram criadas e treinadas para isso) quando a incompetência dos serviços públicos locais de segurança falham miseravelmente. E por esta razão também sou totalmente contra o uso das forças armadas para “ocupação” de espaços dentro de municípios brasileiros. Por que motivo não equipam adequadamente a Força Nacional, que foi criada justamente para isso? A hipótese que levantei foi contra uma força regular e com recursos, mesmo que parcos.
Eu não acho o S-70 gambiarra. Considero-o de fato inadequado para o que se propõe quanto a apoio aéreo aproximado, e isto ficou provado mais de uma vez, e em diversos cenários. O que não posso ignorar é que se criou um mercado mundial onde este equipamento é apresentado como solução para praticamente todos os problemas de apoio aéreo, o que me parece uma tremenda bobagem pois é puro marketing. A não ser que se acredite que ele possa fazer tão bem as mesmas tarefas de, por exemplo, um AH-64.
O nível de oposição que hoje forças irregulares podem erguer contra uma força regular é brutalmente superior aos disponibilizados, por exemplo, a grupos de luta pela independência de diversos países nas décadas de 1950 a 1970, o que torna este tipo de equipamento irrelevante sob meu ponto de vista. Aliás, não foi por outro motivo que o AH-1 Cobra foi construído e em sua esteira toda uma nova linha de armas.
Então não acredito em soluções como S-70 ou Esquilo armado, a menos que seja utilizado para iniciar uma doutrina ou coisa similar, que seja utilizado como meio de transição para a adoção de genuínos helicópteros de ataque. Claro é, também, que existem países que não podem arcar com os custos de possuir um helicóptero de ataque, adotando então a alternativa dos sistemas adaptados, e que não são a ideal pois na primeira oportunidade são substituídos por sistemas dedicados e é um estágio/momento pelo qual o Brasil jã passou.
E sobre o exemplo citado ao final de seu comentário, o que o S-70 faria neste hipotético ambiente que o AH-2 Sabre não faria com sobra no quesito segurança e possibilidade de sucesso? Sem falar em fatores psicológicos envolvidos (que seriam usados contra o oponente) como, por exemplo, a menor confiabilidade na eficiência do uso de MANPAD contra um AH-2 do que contra um S-70. Talvez até dissuada o oponente em usá-lo por temer realizar um tiro ineficiente e perder um ativo importante que é um MANPAD. Estas coisas também contam quando estamos comparando sistemas. Não é questão de ser o S-70 ineficiente, mas de existirem opções melhores criadas justamente para aquele tipo de situação que você cita e que nós disponibilizamos. Eu considero aeronaves como Blackhawks armas muito caras para serem desperdiçadas em apoio de fogo aproximado, colocando em risco uma excelente aeronave de transporte.
_RR_ e Topol
Discordo de seu do ponto de vista que defende a adoção de sistemas originalmente criados para o mercado civil e adaptados para uso como armamento, principalmente para situações como a do Brasil atualmente.
Quando não era possível ao país ter acesso a equipamento adequado para uso como helicóptero de ataque, a adoção de equipamento adaptado até se justificou para que se criasse doutrina ao mesmo tempo em que apoiava a indústria de armamentos local. Porem este momento passou e devemos nos guiar em busca de soluções mais específicas, deixando o improviso da generalidade para trás. É hora de darmos um passo a frente.
Sistemas adaptados como o Fenec/Esquilo, Pantera, Kiowa, entre outros, devem sua existência mais a oportunismo mercadológico do que a sua eficiência como arma. A simples visão de sodados sentados em banquinhos instalados do lado de fora da aeronave dá bem o tom do tipo de improviso aplicado a certas necessidades mal supridas no campo de batalha. E se considerarmos a importante questão da resistência a fogo vindo do solo, não será um simples assento com reforço estrutural nos fundilhos que vai garantir a sobrevivência da tripulação mesmo em cenários ditos assimétricos ou de baixa intensidade. É bom lembrar que no último ano e meio equipamentos muitíssimo especializados foram abatidos em teatros onde a defesa AA é praticamente inexistente (Mi-28 e Mi-24 no Iraque; AH-64 no Iêmem). Imaginem então um Esquilo atuando nestes locais. É mandar a tripulação para a morte como ocorreu em Mogadíscio, evento que colocou em xeque inclusive o respeitado Blackhawk por conta de uma destas improvisações de campo de batalha (e que transformam todo o cenário de um conflito), quando utilizaram RPG’s para abatê-los. E daí a instalação de uma situação dramática, descontrolada, e com a queda de toda a estrutura de planejamento/suporte ao assalto que acabou em tragédia.
Da mesma forma não concordo com a posição de que temos de nos adaptar ao cenário da América do Sul/Latina para suprirmos nossas necessidades. Isto é um erro e até a END dá o tom de que não iremos nos limitar ao teatros geográfico regional para suprirmos nossas forças armadas. E sobre isso, estou muito curioso para saber qual será a reação dos outros países da América do Sul a nossa possível aquisição de mísseis ATGM, disparados por helicópteros, para além dos ATAKA que vieram junto com os AH-2 Sabre. Para que mais ATGM? Os ATAKA não são suficientes? Existem ameaças blindadas significativas (atuais e futuras) ao Brasil vinda de seus vizinhos? Eu diria que não. As maiores forças blindadas da AS atualmente se localizam em países com os quais não fazemos fronteira: Chile e Peru. O primeiro até possui equipamento tecnologicamente relevante (Leopard 2), mas passa por problemas políticos, econômicos e diplomáticos que inviabilizam qualquer potencial aventura (e esta situação começa a afetar a disponibilidade de seus MBT); o segundo, por conta do rearmamento blindado chileno, está adquirindo a versão chinesa do T-90, mas a conta gotas e recebe fortes críticas internas quanto ao desempenho do MBT frente ao Leopard 2 chileno. Então a única situação que, sob o ponto de vista do provável teatro de envolvimento, pode ser considerada de fato para justificar a possível aquisição de helicóptero de ataque pelo Brasil é uma ação fora do continente americano e contra adversário de poder equivalente com força blindada relevante; ou participação em força de intervenção (e não necessariamente sob os auspícios da ONU) também contra força equivalente. E isto não dá para realizar usando Esquilo.
Eu sou a favor de que se adquira um helicóptero de ataque genuíno para o exército, marinha e força aérea pois todas as armas tem, dentro de suas áreas de atuação, maior ou menor necessidade deste tipo de armamento. Não é algo que se deva deixar sob responsabilidade exclusiva de uma ou outra arma.
Agora, se o Ka-64 é o melhor equipamento pode até ser discutido. O que aparece no texto é claramente uma daquelas conversas de vendedor que tenta vender seu peixe.
E também é bom que não se perca a noção de que o Exército está apenas “avaliando” as opções existentes no mercado, dentro de um processo que se estenderá até 2016 como foi noticiado. Isto não quer dizer que o equipamento vá de fato ser adquirido.
o que eu gosto no Ka-52 é a possibilidade de ejeção
É um ótimo helicóptero com certeza mas não vejo nenhum motivo especial que o torne ideal para o cenário da América Latina…
A lacuna que a AvEx tem de um bom puro sangue poderia ser preenchida por exemplo pelo ATAK Ítalo-Turco ou pelo Tigre, pelo Night Hunter ou pelo Apache da mesma forma que pelo Alligator visto que todos tem desempenho semelhantes e capacidades satisfatórias para o que se espera de um helicoptero de ataque…
E antes que, como sempre, alguém diga que a pós venda russa é ruim e que por motivo esse aparelho não seria ideal eu respondo que isso pode ser um problema de pós compra! Pois a Rússia implanta unidades de manutenção nos lugares aonde fornece bastante equipamento, vide os casos da Venezuela e do Peru, inclusive estuda a possibilidade de implantar uma unidade de manutenção no Brasil… Nos casos como da Índia em que a taxa de atrito de equipamentos russos é grande, há outras explicações…
No entanto não vejo motivos que o torne “O ideal” para nós… Nem o Mi-171, para esse serviço temos o Caracal… E nem o Mi-26 pois para transporte pesado bom mesmo seria o CH-47 .
Topol,
Creio que mesmo um helicóptero de menor porte poderia satisfazer…
Um Pantera, ou mesmo um Fennec, armado com um quarteto de mísseis anticarro, já seria suficiente para a esmagadora maioria das possibilidades de enfrentamento na AL. Basta ver o que os franceses já fizeram com o Gazelle, ou os americanos com o Kiowa…
Tem razão RR, concordo… desde que tenha uma arma organica como uma chaingun ou um GIAT, um casulo de foguetes hydra, um FLIR decente e um designador LASER para mísseis ar-sup… pode ser Ataka, Brinstone, Hellfire, já estaria ótimo.
Interessante também seria o S-70 versão WARHAWK… aí sim heim _RR_ , já pensou…
Olá Topol,
Se está sugerindo algo como o S-70 Battlehawk, concordo que seria interessante. Mas temo que seria um tanto caro. Enfim, considero-o como sendo uma adaptação para uma emergência ou uma situação específica, mas não para o dia a dia de uma unidade anti-carro ou de observação, que requer algo menor e mais discreto…
Como anda licitação do EB para hélices de ataque parece que alguns iam na Rússia avaliar o Ka-52 vão comprar mesmo ou estão indo lá só para namorar os hélices eu sou mais as russas.
O programa do Heli de ataque para o EB está em estudos e não é preciso mencionar cortes na defesa para lhe dizer que nada será decidido antes do conserto do estrago que foi feito no Brasil. O Ka-52 se minha memória não falhou, o pessoal foi voar apenas o simulador da aeronave e nada mais.
Portanto, os estudos continuam…….
mas o Mi-28 deve ser mais barato de adquirir e operar…