Agência americana produziu relatório sobre instituto secreto agregado ao Centro Tecnológico Aeroespacial, em São José dos Campos
Por Roberto Godoy
Nos anos 80, a espionagem dos Estados Unidos estava interessada mesmo era em saber o que se fazia no secreto Instituto de Estudos Avançados, o IEAv, agregado ao então Centro Tecnológico Aeroespacial (CTA), em São José dos Campos. Uma análise da Agência de Inteligência da Defesa, uma espécie de CIA militar, vazada em 1983, trazia o título Frente ao Pentágono, um Hexágono e dizia que o plano brasileiro de construir armas nucleares passava pelas atividades desenvolvidas naquele prédio de seis faces.
O analista americano destacava a preocupação com a pesquisa para enriquecer urânio com o uso de lasers – um raro conhecimento, mais eficiente e rápido na tarefa de separar o U-235 adequado à produção do combustível dos reatores geradores de energia ou de bombas atômicas.
O documento destacava peculiaridades das instalações subterrâneas do IEAv e de um grande salão que abrigava o supercomputador Cray, único desse tipo na América Latina. Havia, sim, o plano secreto, com atribuições divididas entre os centros de investigação científica da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Era considerado paralelo ao programa nuclear oficial, de 1975, resultado de um acordo entre os governos do Brasil e da Alemanha.
Em 1988, com a extinção da estatal Nuclebrás, por determinação do ex-presidente José Sarney, a empreitada do sigilo foi regularizada. A meta da construção de artefatos explosivos acabou sendo cancelada no mesmo ano. Entretanto, a essa altura o País já dominava toda a tecnologia do ciclo do urânio. Mas não pela via do laser. O método adotado na época e ainda hoje, emprega máquinas de ultracentrifugação – que não foram citadas no documento.
A coleta de informações não era praticada apenas pela CIA, mas também por outras agências americanas e eventualmente pelos ingleses. A pauta dos curiosos envolvia as atividades de empresas como o grupo Engesa – Engenheiros Especializados S/A, por causa da sua grande desenvoltura nas ações comerciais junto a países-clientes tão diferentes quanto podiam ser naquele momento a Líbia, de Muamar Kadafi, o Iraque, de Saddam Hussein, ou o Chile, de Augusto Pinochet, além de uma constelação de forças da África e do Oriente Médio. O catálogo de produtos – blindados Cascavel, com canhão 90 mm, Urutu, e Jararaca, de reconhecimento armado; munições e propelentes – levava a definições do tipo, “tratam-se de bens militares baratos, confiáveis e de manutenção simples”.
FONTE: Estado de São Paulo
Não sofremos embargo porque eles controlam todo o programa nuclear. Nosso subnuc não terá mísseis, bwana não quer…
Enquanto isso o Brasil dorme e sempre dormirá em berço esplêndido!
E até hoje não aprendemos com os fatos históricos. Brasileiro é um burro metido a esperto.
Sempre nos espionaram e sempre foram faltais naquilo que seria dos interesses deles!Só brasileiro tolo pra achar que os estadunidenses pensam no desenvolvimento do Brasil!Tá na hora de reformar esse Estado brasileiro parasitário que está ai e fazer ele funcionar!
Por isso é interessante e salutar não “lamber as botas” de nenhum país estrangeiro. Relação comercial e de amizade é uma coisa…. mas patrimonio cultural e tecnológico (por menor e menos avançado que seja) é questão estratégica e, muitas vezes, de segurança nacional. No final do dia é cada um por si… Reflitam.
…btw, isso é questão de ESTADO, não de GOVERNO…
Surpresa vai ser o dia que sair uma notícia dizendo: instalação militar “etc e tal” brasileira NUNCA foi espionada. Se duvidar, a CIA sabe até o CPF dos amantes das esposas dos generais brasileiros.
Inteligente mesmo é a diplomacia brasileira que contorna isso tudo. O fato de não termos sofrido nenhum embargo americano pelo nosso programa nuclear “cívico-militar para fins pacífico” (seja lá o que isso significa) já é um milagre diplomático digno de entrar para os livros de história.
Saudações