Seminário ligado à IATA encerrou o terceiro dia do IBAS com uma ampla discussão sobre o futuro do transporte aéreo na região.
O Wings of Change Brazil, em parceria com a IATA (International Air Transport Association), reuniu durante o IBAS 2017 os principais executivos do setor para debater o desenvolvimento da indústria da aviação no Brasil e na América Latina.
A aviação gera mais de 4,9 milhões de empregos e contribui com US$ 153 milhões no PIB na América Latina. Com um grande potencial de expansão do mercado latino americano e um contínuo crescimento das rotas, existe a previsão de que nas próximas décadas, nove, das maiores cidades latino americanas, farão parte das 100 megacidades do mundo.
Durante a plenária, que aconteceu na manhã de sexta-feira (31), foi discutido como superar os desafios encontrados para atingir o pleno desenvolvimento na região. Cada vez mais, o papel da aviação no desenvolvimento econômico e social de cidades providas de aeroportos é discutido no mundo. É necessário aumentar a infraestrutura dos aeroportos pensando em suas conectividades, no aumento do tamanho e sofisticação das aeronaves, tudo com um bom planejamento de desenvolvimento urbano nas regiões onde os aeroportos estão inseridos.
Segundo Evanicio Costa, engenheiro chefe da Boeing, “no século passado, as cidades desenvolviam os aeroportos e agora, no século XXI, são os aeroportos que desenvolvem as cidades”.
De acordo com Elbson Quadros, Vice-Presidente da SITA para a América Latina, quando se trata de Brasil, a infraestrutura já está supersaturada: “o perfil do passageiro está mudando, ele é empoderado e deseja viagens customizadas. O autoatendimento será desenvolvido e até 2025 não existirá mais o check-in tradicional”, destaca Quadros que completa: “a regulamentação no setor traria muitas facilidades e se tirarmos algumas amarras do setor de aviação brasileiro, conseguiremos nos desenvolver”.
Eduardo Iglesias, Diretor Executivo da ALTA (Associação Latino Americana de Transporte Aéreo), destaca a importância de existir processos regulatórios para as novas tecnologias que estão por vir. “As companhias aéreas devem pensar em toda a cadeia aeroportuária, planejamento um ciclo que dure de 10 a 15 anos. Se não houver um desenvolvimento saudável, em 20 anos 50 milhões de pessoas não conseguirão viajar de avião, pois não haverá mais espaço nos aeroportos e aeronaves. Existem muitos desafios, mas também muitas oportunidades”, cita Iglesias.
Ainda segundo o diretor executivo, é essencial que exista um diálogo entre diversas áreas que estão ligadas direta e indiretamente com o ciclo aeroportuário juntamente com os governos envolvidos: “precisamos sair da nossa zona de conforto e fazer com que haja mais flexibilidade no setor de aviação”.