Por Luiz Padilha
2022 ainda nem chegou, mas as expectativas para conhecer o vencedor da disputa entre a Saab e a Lockeed Martin é enorme. As empresas disputam um contrato de 15 a 19 bilhões de dólares canadenses (CAD), algo próximo a 90 bilhões de reais, o que pelo valor já demonstra ser uma competição duríssima.
No início, haviam na competição para substituir os 88 caças F/A-18 Hornet, o Lockheed Martin F-35A, o Saab Gripen E, o F / A-18E / F Super Hornet da Boeing, o consórcio Eurofighter com o Typhoon e o Dassault Rafale.
Ainda nas primeiras fases da competição, a Dassault e o consórcio Eurofighter retiraram seus caças da competição, deixando o caminho para a Boeing, Saab e a Lockheed Martin.
Quando se chegou na fase final da competição, o Canadá eliminou o caça F/A-18E/F Super Hornet da Boeing. O Public Services and Procurement Canada, declarou em 1 de dezembro que foram feitas avaliações rigorosas nas propostas, que teve inclusa uma avaliação do impacto econômico, sendo essa a última etapa do Projeto de Capacidade do Futuro do Caça.
O processo ainda não terminou e o Public Services and Procurement Canada poderá, caso avalie ser necessário, convidar as duas empresas a fazerem sua última e melhor oferta antes do martelo ser batido.
Atualmente a Royal Canadian Air Force (RCAF) possui 85 caças F/A-18A/B Hornets em operação e adquiriu 18 Hornets usados junto a Austrália, pois pretende manter esses caças operando até 2032. Para isso, fecharam um contrato de manutenção com a Boeing, e a aquisição de 7 Hornets que não voam mais para serem canibalizados.
Com as atenções voltadas para Ottawa, que afirmou anunciar a decisão em 2022, espera-se que o primeiro caça seja entregue em 2025.
Pacote de Armas e Sensores para a RCAF
O futuro caça canadense deverá operar bem equipado com os itens abaixo selecionados pela RCAF.
- 50 Sidewinder AIM-9X Block II;
- 50 Sidewinder AIM-9X Block II Captive Air Training Missiles;
- 10 Sidewinder AIM-9X Block II Special Air Training Missiles;
- 10 Sidewinder AIM-9X Block II Tactical Guidance Units;
- 10 Sidewinder AIM-9X Block II CATM Guidance Units;
- 38 APG-79(V)4 Active Electronically Scanned Array (AESA) radar units;
- 38 Kits APG-79(V)4 AESA Radar A1;
- 20 Joint Standoff Weapon (JSOW) C, AGM-154C;
- 46 F/A-18A Wide Band RADOMEs.
Também estão incluídos suporte técnico e logístico adicional para o radar AESA; atualizações do Sistema Avançado de Treinamento em Combate Distribuído (ADCTS) para garantir que os treinadores de vôo permaneçam atualizados com as novas tecnologias e desenvolvimento de software para integrar os sistemas listados na fuselagem F / A-18A e instalar o Sistema Automatizado de Prevenção de Colisão Terrestre (Auto GCAS). A lista não terminou ainda:
- 30 Bomb Release Unit (BRU) – 42 Triple Ejector Racks (TER);
- 30 Improved Tactical Air Launched Decoy (ITALD);
- 104 Data Transfer Device/Data Transfer Units (DTD/DTU);
- 12 Joint Mission Planning System (JMPS);
- 112 AN/ARC-210 RT-2036 (Gen 6) radios e equipamento de integração F / A-18; equipamento de apoio; ferramentas e equipamentos de teste; dados técnicos e publicações; Serviços de apoio técnico, logístico e de engenharia do governo dos EUA e contratados; e outros elementos relacionados de apoio logístico e do programa.
O custo total estimado do programa é de USD 862,3 milhões.
Competição na Finlândia
Na Finlândia a competição foi dura e a Força Aérea Finlandesa irá voar com o F-35A da Lockheed Martin. A derrota para o F-35 não foi o que a Saab esperava, já que sua oferta para 64 caças Gripen E (100 milhões de euros cada), com 2 aeronaves Globaleye inclusas, perfazendo um total de 9 bilhões de euros era considerada forte. A oferta da Saab era bem interessante, mas a Lockheed Martin trabalhou para baixar o preço do F-35.
Após o anúncio a Saab disse num comunicado que “respeita a decisão da Finlândia, embora o resultado não seja aquele que buscamos e pelo qual lutamos muito”. “A Finlândia é e continuará a ser um importante parceiro e mercado para a Saab, com programas existentes e oportunidades futuras.”
Em ambas competições a Saab ofereceu um pacote de participação industrial para criar capacidades nacionais finlandesas para apoiar o caça Gripen ao longo das décadas.
Acho que tem alguma coisa errada com a tradução. Todas esses equipamentos e armas são destinados, na verdade, à modernização de alguns dos Hornets ainda em uso (aprox. 38 deles) para permitir que o Canadá continue cumprindo as missões da NORAD e da OTAN sem sofrer desfalque durante transição entre os caças antigos e os caças novos.
Existe a expectativa de que possam ser incorporados ao futuro caça, porém foram adquiridos mesmo para os Hornets que serão modernizados.
Se o CF-105 Arrow tivesse entrado em serviço… possivelmente ainda estaria a voar nesta altura; quem sabe
O fato do Brasil ter aceito o Gripen já é um bom precedente para o caça (e para outros certames), já que não existe a justificativa de que não há clientes dele que não seja os suecos.
Depois da Finlândia, não creio que dara Gripen no Canada.
Lockheed Martin mostrou que tem caixa para competir com preços menores , sem contar o peso daa parceria dos EUA com o Canadá
Só pelo fato de ter chegado à final, o Gripen merece menção elogiosa. Mas vai dar F 35.
Também acho, mas há algo que a maioria não sabe que existe: fator político. Temos exemplo o F-104, o foguete com asas, que foi vendido por bastante pressão $$$$.
Como são inteligentes, os canadenses vão comprar um caça que tenha escala e garantia de fornecimento de peças, o que baixa custos de operação e manutenção: F-35.
O armamento tem que ser americano? Já tá claro quem vai levar. Precisaria ser feita a integração do armamento caso desse Gripen o que não é nada barato. Com isso, encaresse a proposta sueca.