Por Ivan Plavetz
Lennart Sindahl, diretor da divisão aeroespacial da sueca SAAB, informou na última segunda-feira (27) sobre o contrato assinado com o Comando da Aeronáutica (COMAER) no âmbito do programa de aquisição de 36 aviões de combate Gripen NG para a FAB. Além das aeronaves, o contrato contempla acordos de cooperação industrial e transferência de tecnologias para o Brasil ao longo dos próximos 10 anos.
De acordo com Sindahl, o valor anunciado de US$ 5,4 bilhões com relação ao valor de US$ 4,5 bilhões divulgado ao longo das negociações não poderia ser comentado naquele momento por força de acordos de confidencialidade. Algumas fontes indicam que o montante divulgado agora incorpora adendos em função de “adaptações da aeronave para as necessidades brasileiras”, entre elas, modificações na parte de aviônica e exigências correspondentes aos sistemas de comunicações eletrônicos, incluindo via rádio.
Sindahl comentou também que das 36 unidades planejadas para a FAB, pelo menos 15 exemplares serão totalmente montados no Brasil, sendo que oito deles serão de dois assentos. Essa versão biposto será desenvolvida com significativa participação da Embraer Defesa e Segurança (EDS), que absorverá expertises no âmbito de projetos de aeronaves supersônicas. Até o momento, a encomenda da variante para dois tripulantes é um requisito exclusivo da FAB. Vale lembrar que a Força Aérea da Suécia encomendou 60 Gripen NG, todos monopostos (ou modelo “E” de acordo com a designação local).
O executivo confirmou que os Gripen NG destinados para a FAB montados na Suécia também terão peças e partes produzidas no Brasil. Também contará com a participação de pessoal brasileiro na produção, entre engenheiros e técnicos, que receberão treinamento na Suécia e atuarão na montagem de algumas unidades. Sindahl confirmou que os componentes nacionais não terão réplicas produzidas no país europeu ou em qualquer outra nação, lembrando que a base industrial brasileira possui competências exitosas.
As entregas dos aviões estão previstas para ocorrer entre 2019 e 2024. O diretor não especificou o cronograma de produção e nem quando a primeira aeronave montada no Brasil ficará pronta. Os aviões Gripen NG bipostos deverão ser entregues no final.
A SAAB avalia que o comprometimento brasileiro no programa do Gripen NG, o primeiro país além da Suécia a encomendar o modelo, assegura um horizonte operacional para a aeronave.
Estão fazendo uma tempestade sem nem saber oque tem no contrato.
Podem ser tantas coisas que fizeram o preço se elevar em 900 milhões:
– Simuladores, treinamento
– Integração de futuros mísseis
– Juros do financiamento
– Aletrações na versão BR, ja confirmadas
– Alterações nos requisitos pela FAB, também já confirmados
– Apoio logístico já citado em algumas reportagens que custa uma boa grana
– Ferramental e equipamentos para manutençao a nivel de esquadrão
– Aumento do preço já que a propposta é de 5 anos atras
Provavelmente seja a soma de todos estes itens.
Meter o pau sem saber oque esta mesmo nom contrato é irresponsabilidade. Jamais saberemos oque de fato foi contratado já que o assunto é de segurança nacional.
Seja qual fosse o vencedor, haveria acerto nos valores e exigencias do contrato
Zorann, bom dia.
A questão não é “meter o pau por meter”, ou criticar por criticar.
Com dito por você e também anteriormente por mim, as questões de segurança nacional limitam a publicidade de alguns aspectos do contrato. Acredito que isso seja facilmente compreensível por todos.
Todavia, acredito igualmente ser acessível o entendimento de que, seja pela importância do contrato à defesa da soberania nacional, seja porque envolve vultosas quantias de dinheiro público, deve haver maior transparência. A divulgação de informações que justifiquem o aumento do valor é de rigor. Isso é um imperativo republicano. Quando e apenas quando a informação especificamente resvalar na segurança nacional (por exemplo, numa compra de mísseis não é necessário tampouco prudente divulgar a quantidade adquirida) é que se faz uma divulgação genérica, superficial. Mas a divulgação deve existir.
Sem essa mínima publicidade não dá para o cidadão contribuinte exercer o seu direito de fiscalizar a vida pública do Estado.
Além das necessidades radio normal que incluem a instalação de rádios para o LinkBR-2, deve ter sido incluídos sistemas de suporte para comunicação SATÉLITE para uso dos canais de banda X militares exclusivos do SGDC 1 (que em 2016 será lançado com vida operacional de 15 anos) e se bem sucedido acompanhará os Gripen brasileiros em boa parte de sua vida operacional. E certamente será sucedido por outros satélites.
Além de um painel totalmente diferente dos Gripen suecos incorporando um wide display único (F-35 style) que deve ter acrescido um novo valor de desenvolvimento de aviônica e inclui os valores de desenvolvimento da variante F com participação da Embraer.
Não há como o Governo pagar pelo serviço da Embraer como desenvolvedor/parceiro no Gripen F porque no FX-2 para este serviço ela é sub-contratada da SAAB (e a Embraer não vai trabalhar de graça para a SAAB receber 100% do valor dos 8 Gripen F do FX-2) parte deste pagamento a SAAB deve repassar a Embraer pelos serviços de engenharia de desenvolvimento prestados.
Prezados, bom dia.
É sempre bom observar que as justificativas sobre a grande majoração do contrato (US$900mi) venham à lume. Todavia, ainda falta muito o que justificar, em que pese partir do pressuposto de que, em matéria de Defesa, nem tudo pode ser revelado (imperativos de segurança nacional).
Antes que me acusem de algo que não sou e principalmente por algo que não prego, fiquei muito feliz, contente, satisfeito e orgulhoso de que o Gripen tenha sido o escolhido, o consequente contrato com a SAAB tenha sido assinado, que o futuro que desponta é promissor e de que as FFAA em geral estejam passando por um período de reaparelhamento (ainda que a conta-gotas, mas em aparente aceleração). Para o bem do Brasil e de seus legítimos interesses, da proteção de sua gente e da salvaguarda de sua integridade territorial.
Tomara que essa diferença seja para melhor é bom lembrar o que aconteceu com os AMX os nossos também foram diferenciados dos italianos e ficaram inferiores aos mesmos.
E…Vieram sem Radar….
Algumas fontes indicam, “adaptações da aeronave
para as necessidades brasileiras”,
entre elas, modificações na parte
de aviônica e exigências
correspondentes aos sistemas de
comunicações eletrônicos,
incluindo via rádio por isso ficou 900 milhões de dólares a mais. Mas isso já sabia será o (gripen ng brazuca) diferenciado de todos no mundo e quais as diferenças? Interessante fator surpresa em um conflito?. fica o mistério no ar.
todas as grandes aeronaves adotadas no mundo acabaram com modificaçoes mister
Esse acréscimo no valor, também não estaria relacionado ao desenvolvimento da versão Naval o SeaGripen? Bom o executivo da Saab, foi bastante superficial em relação a isso, não poderia ser diferente, só iremos saber com mais certeza com o passar do tempo !
Qual será o rádio? Rohde Scharwz ou ATT? Prefiro o primeiro. Tenho muito medo de ” backdoor” em sistemas eletrônicos.
Essa declaração esclarece muitos pontos, inclusive sobre a montagem de 21 das 36 aeronaves sendo feita na Suécia mas mesmo assim utilizará grande parte de componentes sendo fabricados no Brasil. E pelo que pude entender o acréscimo no valor do contrato contempla além das modificações na aviônica solicitadas pela FAB, também o custo de desenvolvimento da versão biplace.