O primeiro Gripen E sueco (6002) voa lado a lado do primeiro Gripen brasileiro (6001), é muito mais do que uma bela imagem, é a concretização de uma grande colaboração entre o Brasil e a Suécia e as suas forças aéreas e indústrias.
O Comandante da Força Aérea Sueca, Major General Carl-Johan Edström, dá sua visão da colaboração e da importância de um caça que não apenas vence os oponentes de hoje, mas também permanecerá operacional por décadas. “Estou muito orgulhoso de ser o Comandante da Força Aérea Sueca, um país que fabrica seus próprios caças. Não é apenas algo notável entre as nações, mas também significa que posso dizer, com segurança, que já somos superiores taticamente com o sistema que temos hoje, o Gripen C/D. Quero garantir que estaremos na mesma situação daqui a 10 ou 15 anos, que meus sucessores também possam dizer, com a mesma confiança, que são taticamente superiores em qualquer situação e época. Seremos assim com o Gripen E, mas não podemos fazer isso sozinhos. É aí que entra a colaboração. Queríamos um parceiro e temos isso no Brasil. Essas belas fotos mostram exatamente isso. O Brasil é o parceiro perfeito. Não só isso, eles têm o conhecimento operacional e uma indústria de aviação experiente. Eles também fazem parte do desenvolvimento do Gripen. Eles são um parceiro que, assim como nós, tem visão e comprometimento de longo prazo e eles querem desenvolver sua capacidade pelos próximos 20 anos ou mais. Estou muito otimista quanto ao futuro”, concluiu o Comandante da Força Aérea Sueca.
Quando se trata do futuro, a que o Comandante da SwAFw se refere, pode-se dizer que ele está chegando. O programa Gripen E/F continua apresentando um progresso muito bom, enquanto atinge sua velocidade máxima no departamento de testes de voo da Saab.
Atualmente são sete Gripen E voando, e logo mais aeronaves se juntarão a estas. A parte crítica do programa de voo está praticamente concluída e a Saab agora está se concentrando nas questões táticas, ou seja, integração e testes de armas e sensores, entre outros.
A verificação e validação conjunta da primeira aeronave de produção em série para a suécia começou em 2019. As entregas de produção em série continuarão este ano. A primeira aeronave para o Brasil já foi entregue, tendo iniciado seus testes de voo em Linköping e ainda este ano continuará com operações no Brasil.
O Brasil não é o único novo local de teste em que a Saab está expandindo suas operações este ano, a base aérea de Malmen, em Linköping, também receberá uma aeronave Gripen E, como parte da estratégia de testes conjuntos com a Administração Sueca de Material de Defesa (FMV – Försvarets Materielverk) e as Forças Armadas da Suécia. Desse modo, a Saab começa a apresentar o Gripen E ao seu cliente sueco.
Paralelamente a essas operações de testes de voo, outras atividades relacionadas a produção do Gripen E, estão em alta velocidade, incluindo montagem estrutural, instalação e montagem final. Este trabalho emprega cerca de 1.200 funcionários na Saab Aeronautics. A taxa estável de produção de 24 aeronaves por ano será alcançada em 2020.
O programa brasileiro Gripen está impulsionando o desenvolvimento da indústria de defesa nacional no Brasil. Eles estão envolvidos no desenvolvimento de estruturas, sistemas, aviônicos, produção, testes de voo e treinamento para apoiar, manter e modernizar a frota de Gripen nas próximas décadas. Algumas dessas empresas foram incluídas na cadeia de suprimentos global da Saab para o Gripen E/F. Todo esse processo gerou um dos maiores programas de transferência de tecnologia já realizado para a Força Aérea Brasileira, e o maior já realizado pela Saab para outro país.
O Brasil, e sua indústria de defesa, tem grande participação no desenvolvimento do Gripen F. Ao todo, 400 engenheiros estão trabalhando no desenvolvimento do Gripen F (a versão biplace), a maioria está no Gripen Design Development Network (GDDN), localizado na fábrica da Embraer em Gavião Peixoto, São Paulo. Na mesma planta, o Gripen Flight Test Center começará a operar ainda este ano e a primeira aeronave deve deixar a linha de produção da Embraer em 2023.
FONTE: Saab
Suécia. Um pequeno pais que com pouco, faz muito.
Seria ótimo se o Brasil conseguisse fechar outras parceirias (e não restritas ao segmento militar), de mesmo grau de compartilhamento e comprometimento, com países em nívei tecnológico similar. Põem ai na lista: Israel, Japão e Coreia do Sul.