O vice-ministro da Defesa da Suécia, Jan Salestrand, se reuniu nesta quarta-feira (27) com os principais assessores do ministro da Defesa, Jaques Wagner. Um dos temas em discussão foi o envio de 250 cientistas, engenheiros e técnicos brasileiros ao país europeu para treinamento e conhecimento de tecnologia dos caças. No Ministério da Defesa (MD), Salestrand conheceu a estrutura da pasta e também pôde estreitar parcerias estratégicas no setor.
A comitiva composta por militares e representantes civis da Suécia foi recebida pela secretária-geral do Ministério, Eva Chiavon; pelo chefe do Estado–Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general José Carlos De Nardi; e pelo secretário de Produtos de Defesa, Murilo Barbosa.
Para a secretária-geral, a visita foi um passo importante para aproximar ainda mais as relações entre Brasil e Suécia nas áreas estratégicas. “A nossa necessidade em estreitar a cooperação entre os países é importante na medida em que as tratativas feitas até aqui em todas as áreas e, em particular, um acordo já assinado com a nossa Força Aérea, está embutida à necessidade de trocarmos e avançarmos no desenvolvimento de tecnologias”, disse.
Para Eva Chiavon, o aprendizado adquirido no processo de troca de experiências, no caso do contrato dos Gripen com a Suécia, é fundamental, principalmente para os técnicos brasileiros no desenvolvimento de equipamentos e sistemas cada vez mais avançados. “Isso vai nos possibilitar sermos mais eficazes, eficientes e efetivos na nossa política e estratégia de defesa”, acrescentou.
Na ocasião, Jan Salestrand aproveitou para reforçar a questão do contrato do Programa F-X2, assinado em 2014 entre a Aeronáutica e o Ministério da Defesa sueco, que prevê a ida de cientistas, técnicos e engenheiros brasileiros, para a Suécia. “É muito bom voltar a este assunto aqui no Ministério da Defesa e dizer que não se trata apenas de aeronaves e sim de uma parceria estratégica”, acrescentou.
Neste cenário, deve existir outro acordo de preservação do sigilo. O PSI (Project Security Instructions – sigla em inglês) é o documento que ampara e protege a troca de informações sigilosas entre os dois países. O termo será produzido pelo Comando da Aeronáutica e deverá ser assinado pelas partes.
O vice-ministro explicou, também, que, por algum tempo, a Suécia não estava dando atenção suficiente para as suas Forças Armadas, mas com a atual situação vivenciada pelo país com relação à Rússia e Ucrânia, o setor passou a ocupar papel de destaque na agenda do governo.
“Nosso foco principal está nas questões de segurança e defesa, que, atualmente, são muito mais incluídas na agenda do governo”, afirmou. Nesse contexto, segundo ele, é que o Programa Gripen desponta como tema de interesse. “Desta forma, espero que possamos finalizar o nosso contrato com o F-X2, pois têm muitos engenheiros brasileiros indo para o nosso país participar do projeto.”
Ao final da reunião, o general De Nardi acrescentou que o Gripen é uma solução boa para os dois países e falou sobre a qualidade do material antiaéreo sueco. “Além da área do Gripen, vocês possuem um material de tecnologia muito importante que é utilizada pelo Exército e Marinha brasileiros, que é a artilharia antiaérea Bofor. No Brasil, nós ainda empregamos em canhões automáticos e que tem origem sueca. Espero que nas futuras reuniões de Estado-Maior possamos verificar algum estudo nesse sentido”, salientou o chefe do EMCFA destacando estar seguro de que os dois países ainda terão muitas outras “oportunidades de cooperação”.
FONTE: Asscom
Afinal, o financiamento foi assinado antes do vencimento ou não?
Basicamente a tecnologia de integração de componentes militares que tenhamos acesso num sistema feito por ti. Exatamente o que os suecos fazem.
É um degrau, mas se quisermos fazer nosso caça por nós mesmos no futuro vamos ter que desenvolver capacidades próprias em turbinas e radares militares. Neste ponto o Gripen nada vai acrescentar além das rotinas de manutenção dos fabricantes e eventualmente trazer para o Brasil toda a capacidade de manutenção em unidades da GE e da Selex-Galileo/Mectron para que as turbinas e radares dos Gripens Brasileiros nunca precisem sair do país para fazerem qualquer tipo de manutenção ou overall ou instalação de kit de avaliação.
Na MINHA opinião o contrato com a SAAB deveria NO MÁXIMO prever apenas uma turbina para cada aeronave (sem spares) e o governo brasileiro deveria abrir de imediato OUTRA negociação direta com os EUA e a fabricante da turbina (a GE) no sentido de obter um acordo similar ao obtido com a Índia para a turbina do Tejas Mark II (que usa o mesmo propulsor do Gripen E) e paralelamente apoiar o desenvolvimento da nova variante da Turbina F-414 Enhanced para a US Navy para uso futuro nos nossos Sea Gripen e com a opção de atualização dos Gripens da FAB através de kits.
Cesar acho que ficaremos só com a produção e integração de partes do Gripen, que pra min não é pouca coisa. Mais importante é o que faremos com esse conhecimento adquirido(comprado).
afinal qual tecnologia vai se transferida? já que turbinas radar boa parte dos eletrônicos sao de terceiros. e claro para ele o gripen e uma solução boa para o brasil eu tenho minhas duvidas mas melhor que nada
“Transferência” de tecnologia não significa que vamos aprender a montar todos os componentes do avião, mas vamos ter os códigos fonte, plantas e técnicos treinados para poder montar um Gripen desses quando quisermos! Usando componentes que já estão disponíveis no mercado como turbinas, radares e etc… Lembrando que o Brasil pesquisa em todas essas áreas com a AEL, EMBRAER, MECTRON… isso a passos lentos pois nesse país pesquisa científica não é prioridade. Agora Imagine se fosse, poderíamos substituir todos os componentes pelos nossos e aí sim teríamos um puro sangue brasileiro.
valor agregado. um caça não é a soma simples de seus componentes. para escolher e juntar todos os componentes em um conjunto harmonico é preciso muito cohcimento. alem disso existem as estruturas aeronauticas de nvel 3, que o Brasil não produz. Os aviões embraer usam estruturas de niveis menores.