A Grécia assinou hoje um contrato para a aquisição de 18 aviões de combate Rafale com a França, reforçando a parceria com Paris face às tensões com a vizinha Turquia, indicaram hoje fontes oficiais grega e francesa.
Segundo a agência noticiosa France-Presse (AFP), o montante da transação ascende a cerca de 2.500 milhões de euros (a agência Associated Press indica, por seu lado, que o valor é de 2.800 milhões de dólares (2.300 milhões de euros), e prevê que Paris forneça 12 aparelhos retirados do inventário da Força Aérea francesa, e seis outros novos ao construtor Dassault Aviation, bem como apoio logístico e armamento.
Evocando uma “parceria operacional muito densa” com Atenas, a ministra da defesa francesa, Florence Parly, que se deslocou à capital da Grécia para a assinatura do contrato, saudou a importância da venda dos Rafale que, pela primeira vez, foram vendidos a um país da Europa com quem a França pretende recentrar as suas exportações e cooperações.
A aquisição foi negociada em tempo recorde entre os dois governos. As primeiras conversações começaram em setembro de 2020 por iniciativa do primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, numa reação à exploração de hidrocarbonetos pela Turquia e às demonstrações de força de Ancara nas águas disputadas com a Grécia e com Chipre.
Nos últimos meses, a França posicionou-se ao lado de Atenas e enviou, durante o outono, vários Rafale e navios de guerra face à presença de navios militares e de exploração petrolífera e de gás turcos em águas reivindicadas pela Grécia no mar Egeu e no leste do Mediterrâneo.
Em dezembro de 2020, a União Europeia (UE) considerou “ilegais e agressivas” as ações turcas.
A entrega dos aviões de caça franceses à Grécia deverá começar em julho e prolongar-se por dois anos.
“Os primeiros pilotos e técnicos da Força Aérea grega vão seguir nos próximos dias para França para treinamento”, indicou o porta-voz do Governo de Atenas, Christos Tarantilis.
A Grécia e a Turquia concordaram em reiniciar as negociações com o objetivo de resolver a disputa pacificamente. Diplomatas dos dois países reuniram-se hoje em Istambul para retomar o processo interrompido há quase cinco anos.
No entanto, Atenas já indicou que continuará com um programa multimilionário para modernizar suas forças armadas após anos de cortes devido à crise financeira do país.
A França e os Estados Unidos estão competindo para fornecer à Marinha de guerra grega novas fragatas, enquanto Atenas aprovou recentemente planos para cooperar com a empresa israelita de componentes eletrónicos defesa Elbit Systems, para criar mais uma academia militar de voo no sul da Grécia.
“A atualização das capacidades da Força Aérea helênica por meio da aquisição de novos aviões de caça e de um novo centro de formação da última geração é fundamental para que a Grécia apresente uma dissuasão confiável”, disse Michael Tanchum, membro sênior do Instituto Austríaco de Política Europeia e de Segurança, em declarações à AP.
“Também fornece a Atenas uma capacidade aprimorada para exercer uma autonomia estratégica quando as estruturas da UE e da NATO são consideradas inadequadas, tornando a Grécia mais um ator por direito próprio”, acrescentou.
A partir de maio, o serviço militar obrigatório nas Forças Armadas gregas aumentará de nove para 12 meses.
FONTE: RTP
Isso se chama atitude. Tanto do governo grego quanto do governo francês.
Foi lá dar apoio e mostras o que tinha para vender.
O grego disse quero mas para ontem o vizinho aí ao lado não para de tacar pedra no meu telhado.
Francês vendeu 12 que estavam na garagem a preço quase de 0km na condição de levar mais 6 novinho que vai levar algum tempo para fabricar.
Pelo menos na questão aérea a Grécia terá uma superioridade aérea. Hoje as forças aéreas turca e helênica já são equivalentes, porém com esses Rafale a balança pende a favor da Grécia.
Vai pender mais ainda quando os F-35 chegarem
Lembro que no passado os gregos tiverem interesse pelo Eurofighter Typhoon, acho que era um acordo via Alemanha, antes da crise financeira grega explodir.
Ou tem bastante coisa nesse pacote ou a Grécia está pagando uma fortuna e meia pelos rafales…
Acredito que seja o risco elevado do contrato. A Grécia já deu um calote no FMI e está no limiar de outro (se já não deu).