EBlog – Como será a participação do Comando de Defesa Cibernética (ComDCiber) no Brazil Cyber Defence? O que será apresentado?
Gen Okamura – O ComDCiber apoiará, institucionalmente, o Brazil Cyber Defence. A agenda da “1ª Feira de Cibernética, Comunicações e Guerra Eletrônica” apresentará fóruns de discussão, painéis, workshops e palestras sobre a temática em questão, competições “capture the flag” e exposição de soluções e tecnologias. O site brazilcyberdefence.com apresenta maior detalhamento das atividades.
EBlog – Qual a importância de apoiar um evento dessa natureza?
Gen Okamura – É de grande importância o apoio da sociedade e das instituições públicas e privadas, pois o evento abordará temas relevantes e atuais nas áreas de cibernética, comunicações e guerra eletrônica, além de sensibilizar o poder político sobre a importância do tema.
EBlog – Como um evento desse tipo pode contribuir para o desenvolvimento da Defesa Cibernética dentro das Forças Armadas?
Gen Okamura – O evento pode contribuir para proporcionar ampla discussão em torno de questões importantes sobre segurança e defesa cibernética, guerra eletrônica e comunicações, por meio da interação de grandes nomes da indústria que representam suas empresas, de profissionais especialistas nas respectivas áreas, de importantes setores acadêmicos, de empresas startups e de estudantes nos mais diversos níveis.
EBlog – O senhor destacaria algumas das participações no Brazil Cyber Defence?
Gen Okamura – Sim. Kevin Mitnick, consultor e especialista em segurança; Paul de Souza, Presidente da Cyber Security Forum Iniciative; Demi Getschko, Diretor-Presidente do Núcleo de
Informação e Coordenação do Ponto BR; Patrícia Peck, advogada e especialista em Direito Digital, entre outros.
EBlog Representantes de Forças Armadas de outros países estão presentes?
Gen Okamura – Sim.
EBlog – Além do Brazil Cyber Defence, acontecerá, simultaneamente, a 7ª edição da “Conferência de Simulação e Tecnologia Militar” (CSTM). Qual a relevância de os dois eventos ocorrerem juntos?
Gen Okamura – A junção das potencialidades de cada setor e o aproveitamento de oportunidades para a integração e a colaboração.
EBlog – O Brazil Cyber Defence propõe debater assuntos de Defesa e Segurança entre as Forças Armadas e de Segurança Pública. Nesse contexto, como o senhor avalia a Defesa Cibernética, hoje, no Brasil?
Gen Okamura – A avaliação é positiva. O esforço de preparação e capacitação de pessoal, aliado aos investimentos no setor, permite afirmar que o Brasil evoluiu bastante no campo da Defesa Cibernética. Porém, como o setor cibernético encontra-se em constante evolução, é necessário que a qualificação de pessoal e os investimentos também sejam constantes, para que o Brasil continue evoluindo e se aprimorando.
EBlog – Recentemente, as três Forças Armadas uniram esforços para atuarem nesse setor, com a criação do ComDCiber. O senhor poderia explicar como funciona o Comando de Defesa Cibernética e como atua cada Força (Marinha, Exército e Aeronáutica) na Unidade?
Gen Okamura – O Comando de Defesa Cibernética é um Comando Operacional Conjunto dentro da estrutura regimental do Exército Brasileiro. Está organizado da seguinte maneira: Estado-Maior Conjunto, chefiado por um Contra-Almirante; Departamento de Gestão e Estratégia, chefiado por um Brigadeiro; e Centro de Defesa Cibernética, chefiado por um General de Brigada. O Comandante de Defesa Cibernética é um General de Divisão. O efetivo total, incluindo a Escola Nacional de Defesa Cibernética, deverá chegar a 300 militares, atuando nas atividades operacionais, doutrinárias, de ciência e tecnologia, de inteligência e de capacitação.
EBlog – Como a criação do ComDCiber ampliou a segurança cibernética do País?
Gen Okamura – A criação do ComDCiber vem contribuindo para que o Ministério da Defesa e as Forças Armadas tenham a capacidade de atuar no espaço cibernético, de forma conjunta, em rede e com a devida liberdade de ação. Importante destacar que essa criação impactou, positivamente, as áreas científico-tecnológica e industrial do País, além de maximizar o efeito dissuasório das Forças Armadas. No âmbito do Exército Brasileiro, o ComDCiber tem colaborado para o processo de transformação da Força, a fim de alcançar o grande objetivo, que é o de permitir a transição do EB, da era industrial para a era do conhecimento.
EBlog – O Brasil tem cooperação e integração com outros países nessa missão de realizar a defesa cibernética?
Gen Okamura – O ComDCiber está participando de parcerias estabelecidas pelo Ministério da Defesa e pelo Comando do Exército, assessorando-os quanto aos termos dessas colaborações. Nossos militares participam de cursos, feiras e exercícios internacionais, que permitem a obtenção de expertises para a condução de exercícios desse tipo pelo Brasil. Além disso, o ComDCiber realizará, em maio de 2018, o “III Estágio Internacional de Defesa Cibernética” e já tem confirmada a presença de representantes de diversas nações amigas, incluindo os países latino-americanos.
EBlog – Existe algum trabalho para ampliar a cultura de proteção cibernética dentro das Forças? De que maneira?
Gen Okamura – Sim, por intermédio da capacitação e sensibilização dos recursos humanos, evidenciando a importância da proteção cibernética.
EBlog – Qual a importância de se investir em defesa cibernética nas Forças Armadas?
Gen Okamura – A importância desse investimento é para resguardar a capacidade nacional e das estruturas de governo diante de possíveis ações cibernéticas hostis, além de reduzir os seus efeitos.