Por Daniel Rittner
Otimista com as perspectivas de longo prazo do transporte aéreo no Brasil, em visita feita ao país no fim de 2014, o diretor-geral da Federal Aviation Administration (FAA), órgão americano correspondente à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), fez um comentário provocativo: por que o mercado com a segunda maior frota de aeronaves executivas do planeta e uma das taxas mais aceleradas de crescimento de voos comerciais ainda não tinha um salão aeronáutico nos moldes de Le Bourget (França) ou de Farnborough (Inglaterra)?
Os ventos favoráveis se transformaram em recessão e o setor vive hoje um cenário de crise, mas o comentário de Michael Huerta foi ouvido por um grupo de empreendedores entusiasmados. E eles decidiram se mexer: o Rio de Janeiro se prepara para entrar no restrito circuito de cidades que recebem grandes salões de aviação. A ideia do grupo é transformar o aeroporto internacional do Galeão, entre os dias 29 de março e 2 de abril de 2017, em uma espécie de “Le Bourget brasileira”. O evento, que ainda está em fase preliminar de organização, já conta com o apoio da Secretaria de Aviação Civil (SAC) e tem como objetivo tornar-se referência na América Latina.
O Galeão foi escolhido para abrigar o International Brazil Air Show (Ibas) porque era um dos únicos aeroportos no país com estrutura adequada para receber esse tipo de evento sem afetar sua rotina de operações. Viracopos (SP) era outra possibilidade, mas com menos vantagem. O aeroporto carioca, administrado por Odebrecht Transport e Changi, tem um pátio de cargas com mais de 40 mil metros e acesso que não compromete o terminal de passageiros. “Não pode haver nenhuma interferência operacional”, diz Paula Faria, diretora da Sator, que faz parte do grupo responsável pela organização do evento.
Outro que atua na linha de frente é o empresário Francisco Lyra, dono da CFly Aviation, consultoria especializada no mercado de jatos executivos. Ele é sócio do Naesp, o novo aeroporto para aviação geral que está sendo construído no município de São Roque (SP), em parceria com a JHSF. Adalberto Febeliano, ex-diretor da Azul e da Associação Brasileira de Aviação Geral, também participa do planejamento.
O plano é atrair 120 mil pessoas nos cinco dias de salão aeronáutico. Desse total, espera-se que 45 mil sejam o que os organizadores chamam de “público de negócios”. Ou seja: empresários e representantes de companhias dispostos a explorar parcerias comerciais. A expectativa é reunir ainda 200 empresas e pelo menos 50 aeronaves expostas.
Além de Le Bourget e Farnborough, outros dois salões já fazem parte do circuito internacional: Dubai e Cingapura. O Ibas deverá seguir a mesma sistemática dos outros eventos. “Queremos reunir toda a cadeia do setor”, diz Paula Faria, que durante cinco anos foi uma das responsáveis pela Labace, feira de aviação executiva que ocorre anualmente no aeroporto de Congonhas (SP).
Uma dos propósitos é colocar, lado a lado, companhias aéreas e concessionárias de aeroportos para negociar a criação de rotas. As operadoras aeroportuárias costumam usar esse tipo de encontro para “barganhar” vantagens, como a oferta de salas vip e descontos em taxas não reguladas, em troca de mais voos nos seus terminais. Fabricantes de aeronaves também aproveitam tradicionalmente as feiras como uma espécie de showroom dos seus modelos e frequentemente anunciam a concretização de vendas importantes nesses dias.
Os organizadores querem ainda ter seminários paralelos ao salão, com discussões sobre o futuro do mercado, e estandes de universidades e escolas de formação que ofereçam oportunidades de qualificação profissional no setor.
FONTE: Valor Econômico
Já estava na hora de recebermos um evento de porte internacional, acho um absurdo o Brasil não ser sede de uma feira do tipo. Temos a Embraer/Helibras e um gigantesca estrutura em volta com vários fornecedores dos mais variados itens para a aviação,mas o mercado não tinha um espaço real para expor apenas contando com pequenos eventos e segmentados.
Reunir os principais fabricantes e fornecedores do mundo vai muito além de expor e sim demonstrar todo o potencial do maior mercado da América Latina quando o assunto é aviação,da parte dos organizadores espero que consigam concretizar tal feito e consolidem a marca no calendário de eventos mundiais. A escolha do Galeão também é bem vida vide seu tráfego não tão grande e uma grande área para receber toda a estrutura de stands e aeronaves.
A FIDAE esta consolidada como o maior evento de aviação da região e eles tem os seus méritos afinal não corremos atrás o suficiente, existe espaço para as duas feiras e vamos poder viver em harmonia com os nossos vizinhos mas chegou a hora de tomarmos a liderança neste segmento.
Aguardando ansiosamente.