Por Ariane Francisco
A Organização das Nações Unidas tem passado por diversas mudanças nos últimos meses: a posse do português Antonio Guterres como Secretário Geral no início do ano foi seguida de propostas e promessas de uma ONU diferente, mais eficiente e com foco no fim do sofrimento de populações (espelhando-se em sua experiência como Alto-comissário da Agência da ONU para Refugiados, ACNUR) e da cultura de impunidade dentro da organização.
Em 1º de abril, o diplomata francês Jean-Pierre Lacroix assumiu como Chefe do Departamento de Operações de Paz (DPKO). Dando continuidade a sete mandatos com franceses à frente do Departamento – o país é também o maior colaborador de tropas entre os países-membros permanentes do Conselho de Segurança – Lacroix tem como desafio a tentativa de dar sobrevida a missões que têm sido duramente criticadas, como a do Sudão do Sul, e finalizar, com sucesso, missões que recebem críticas mistas, como a do Haiti, liderada pelo Brasil.
Um exemplo desse desafio é que, no dia 13 de abril, o Conselho de Segurança votou, por unanimidade, o fim da MINUSTAH (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti). Criada em 2004 e com liderança brasileira desde seu começo, teve seu auge em 2010, com 8.940 militares, 4.391 policiais e mais de 1.500 civis. Depois de 13 anos, a missão será substituída pela Missão das Nações Unidas de Apoio à Justiça no Haiti (MINUJUSTH), que tem como objetivo a assistência na consolidação da polícia haitiana, a partir de outubro deste ano.
Com o fim da MINUSTAH, alguns especialistas têm atentado ao fato de que a maneira inédita e exitosa pela qual o Brasil fez uso da força em ações da Operação pode ser utilizada em outras missões. Tem sido cogitada a participação de tropas brasileiras no Mali, na República Democrática do Congo e no Líbano, onde o país já lidera a Força Naval da UNIFIL e dela participa com um navio. Mesmo passando por um momento de crise política e econômica, com significativos cortes no orçamento de Defesa, o Brasil não deve deixar de lado a experiência adquirida no Haiti, e sim voltar a empregá-la em outras missões da ONU, em prol não apenas da contínua melhora da imagem internacional do país, bem como do nível de treinamento de nossos militares para esse tipo de missão.
FONTE: Boletim GeoCorrente
Se tivesse que escolher, acho melhor o Congo.
Mali é problema dos Franceses e Libano é uma zona quente demais com Israel logo do lado.
Pelo menos no Congo você sabe que pode atirar no vagabundo sem causar um incidente internacional.