Por Francisco Pereira
A Força Aérea Brasileira (FAB) é pioneira no desenvolvimento de um dispositivo que permitirá que as aeronaves emitam sinais de maneira autônoma durante o voo sempre que alguma anormalidade na operação for identificada.
“Com o desenvolvimento de dispositivos mais modernos teremos um salto de qualidade na precisão e na diminuição do tempo da localização da posição das aeronaves, contribuindo diretamente para a eficiência no atendimento às emergências e ao salvamento de vítimas”, disse o Major Aviador Antonio Carlos Neves Trigueiro, chefe da Subdivisão de Busca e Salvamento do Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I). “Quanto mais rápido receber o sinal e localizar o objeto de busca, maior será a nossa chance de salvar vidas. Com a implementação do sistema de satélites de Procura e Resgate de Média Órbita Terrestre, a tendência é a de que o tempo de resposta seja muito menor”, afirmou o Maj Trigueiro em referência aos benefícios dos avanços tecnológicos nessa área.
Por meio desse sistema, a aeronave será capaz de identificar panes e enviar, a cada minuto, o sinal de emergência com a sua localização ainda em voo. Até mesmo em caso de falha elétrica total, a aeronave terá essa capacidade.
A proposta de criar um dispositivo mais eficiente partiu de um grupo de trabalho brasileiro dentro da Organização da Aviação Civil Interamericana, do qual o Brasil participa desde sua fundação.
A ideia é que, a partir do ano de 2021, o dispositivo esteja disponível para todas as aeronaves, o que deverá permitir a localização do avião desaparecido em um raio de até seis milhas. Dentro desse projeto, o Brasil está desenvolvendo atualmente uma adaptação em seu Transmissor Localizador de Emergência (ELT, por sua sigla em inglês) para criar uma tecnologia com a capacidade requerida para transmitir estes sinais.
A coordenação do projeto é do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), com a participação de empresas internacionais, já que o Brasil não fabrica o ELT. Os testes serão feitos em aeronaves da FAB.
Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico Brasileiro
O Brasil possui o avançado Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico Brasileiro (SISSAR), que é modelo para muitos países. Já na década de 1940, o país criou a Comissão Organizadora de Busca e Salvamento para cuidar desse tema, evoluindo para um sistema nacional de busca e salvamento aeronáutico no ano de 2005.
O SISSAR tem como objetivos localizar aeronaves desaparecidas e proporcionar socorro imediato aos tripulantes em risco, bem como providenciar seu resgate e retorno com segurança, além de ajudar nas ações complementares da FAB. O SISSAR também auxilia a sociedade em outros incidentes e atividades, como por exemplo, as ações da Defesa Civil em enchentes e desmoronamentos, como também compondo outras forças de defesa na terra ou no mar.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) é o órgão responsável pela investigação e prevenção de acidentes aéreos. O CENIPA foi criado em 1971 como órgão central do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos e por isso coordena e apura todos os incidentes envolvendo aeronaves no país.
O DECEA, por meio do CINDACTA I é responsável por passar todas as informações das aeronaves desaparecidas e a localização do alvo de resgate.
O CINDACTA I integra o Comando da Aeronáutica e faz o controle do espaço aéreo e das telecomunicações, auxiliando a radio navegação e o trânsito de aeronaves no espaço aéreo nacional. Apesar de ser um órgão militar, o CINDACTA I também colabora com o controle do tráfego aeronáutico civil, regulado pela Agência Nacional de Aviação Civil e pela Organização Internacional de Aviação Civil.
Estão sendo feitos investimentos na gestão do espaço aéreo e a indústria nacional de defesa tem acompanhado esse desenvolvimento dentro da sua capacidade produtiva e recursos disponibilizados.
“Esses recursos tecnológicos auxiliam o monitoramento do tráfego aéreo, garantem maior segurança nas aerovias e, caso ocorra algum acidente, reduzem o tempo de resposta na localização do alvo de resgate” disse Cristiano Torres do Amaral, especialista em Engenharia Elétrica e de Telecomunicações no Brasil. Para o especialista, “atualmente existem tecnologias de radares tridimensionais e localização por satélite que são importantes ferramentas de busca e salvamento aeronáutico; contudo, algumas dessas tecnologias não são amplamente difundidas no mercado nacional.”
Na Amazônia, conforme observado no histórico dos acidentes aéreos, a localização visual do alvo de resgate em plena mata fechada não é uma tarefa fácil e por isso pode resultar na dilatação do tempo de localização do alvo, bem como em vidas perdidas e no fracasso da missão de busca e salvamento. Investimentos nesse segmento podem potencializar a indústria nacional da defesa, bem como aumentar a segurança no controle do espaço aéreo, monitorando e vigiando com maior precisão as aerovias, as comunicações e a visualização nos radares para, se necessário, acionamento imediato do protocolo de busca e salvamento.
Por isso, essa lacuna tecnológica apresenta-se como excelente oportunidade para o desenvolvimento da indústria nacional da defesa, bem como revitalização e modernização do SISSAR na região amazônica. Entre essas oportunidades é possível destacar a ampliação de investimentos em radares tridimensionais, balizas de emergência com comunicação por satélite e equipamentos de Vigilância Dependente Cooperativa Automatizada.
O Brasil se destaca na América do Sul e figura entre os países que melhor se preparam para atender às vítimas de acidentes aeronáuticos e marítimos. Todos esses esforços combinados resultam em uma estrutura capaz de fazer frente aos desafios que se apresentam diariamente ao salvamento de vítimas em seu espaço aéreo.
FONTE: Diálogo Américas
Difícil acreditar….se dois simples transponders não funcionaram…nem o do piloto e nem o do assento ejetável….quanto mais a localização acompanhada pelo alvo dos treinos como também da segunda aeronave envolvida….um absurdo total este acidente com o A4 da marinha.
Beto Santos o sistema existe a muito tempo, este apresentado tende a identificar antecipadando o alarme que poderia ser disparado pelo piloto. Neste caso seria automático e mesmo que a aeronave não caísse o problema antecipado melhoraria a tomada de decisões dos pilotos. Quanto ao caso específico, certamente a marinha nos deve, enquanto sociedade, explicações sobre o porque nenhum dos dois sistemas não funcionaram, tanto da aeronave, quanto do assento dos pilotos. Este desdobramento me leva a quedtionar se as aeronaves estavam em condições de voar com 100% da segurança necessária?
Fico pensando se isso é um papinho pra encher linguiça como dizemos aqui no sul ou se é algo realmente muito bom já que eu sou somente um entusiasta e não entendo do assunto mas o que mais me incomoda é se isso tudo já estivesse funcionando será que aquele caça que caiu na água no Rio teria outra história, será que aquela pobre família teria o pai e marido são e salvo em casa hoje?
Não condeno os gastos militares mas acho que jogamos muito dinheiro e tempo fora em bobagens e discussões que não agregam nada e deixamos de desenvolver e agilizar projetos que nos dariam mais capacidade de combate, respeito perante as outras nações e principalmente segurança no trabalho como aquela do piloto que ainda esta desaparecido e nunca mais voltará sabe lá o porque pois nem o caça fomos capazes de achar.