Nesta segunda-feira, a emoção tomou conta do teatro Pedro Calmon, no Setor Militar Urbano, em Brasília, com o lançamento do filme Bombagai, 13 anos do Brasil no Haiti. O documentário mostra, não apenas os detalhes operacionais da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti – MINUSTAH, mas, especialmente, a relação de amizade e de confiança desenvolvida entre militares brasileiros e a população haitiana, o que projetou a imagem do Brasil de forma extremamente positiva no cenário internacional.
Para o ministro da Defesa, o documentário é uma homenagem a todos os Peacekeepers, em especial aos mais de 37 mil militares brasileiros que passaram pela missão e aos que perderam a vida durante a MINUSTAH. “Isso é um tributo ao trabalho deles, e, também, aos que faleceram lá. Nós perdemos gente no terremoto, perdemos gente em acidentes. Então, é um tributo a eles, mostrar que o Brasil reconhece o esforço que eles fizeram”, afirmou o ministro.
De acordo com ele, após a MINUSTAH, o Haiti segue estável, de forma “que ele possa seguir com a determinação do seu próprio destino. Deixamos também muitos amigos e trouxemos saudades”. Na avaliação do ministro Silva e Luna, os 13 anos do Brasil no Haiti foram um grande aprendizado para as Forças Armadas, com lições que “até hoje são válidas, até para quando empregamos tropas em missões de Garantia da Lei e da Ordem”. A tolerância e o controle em situações de crise para evitar enfrentamentos foi uma das grandes lições para o Brasil, segundo o ministro.
O documentário
A partir de entrevistas feitas com militares que estiveram no comando da missão, além de representantes da ONU e do Ministério de Relações Exteriores, e de personagens locais, o documentário conta como foi realizada a missão, desde o seu planejamento, com o primeiro contingente, passando pelos desafios de combater a violência urbana que era imensa na região, até o seu final, já com o país estabilizado, como era o objetivo da Organização das Nações Unidas (ONU).
O filme também fala da importância dos militares brasileiros no processo de fortalecimento da autoestima da população haitiana, e mostra como a participação no Haiti foi relevante para o preparo e o emprego das tropas do Brasil.
Entre os fatos marcantes dos 13 anos de missão narrados pelos entrevistados, destacam-se, ao longo do filme, temas curiosos como o jogo da paz, realizado em 2004, onde foi montado um esquema especial para garantir a segurança dos jogadores da Seleção Brasileira de futebol durante a passagem pelo Haiti, e a grande comoção da população haitiana que vibrou com a presença de craques, como Ronaldo fenômeno e Ronaldinho gaúcho.
As vítimas dos desastres naturais, no Terremoto e no Furacão, que devastaram o país também foram lembradas com emoção durante o documentário, com o forte depoimento do sargento do Exército, Arlem da Silva. Ele contou a dificuldade e a generosidade em salvar a vida de uma criança que precisou ter o braço amputado, após o terremoto de 2010.
Além das entrevistas, imagens de arquivo mostram como a situação do país caribenho foi se estabilizando durante os 13 anos da Minustah e a gratidão aos militares brasileiros no sorriso do povo haitiano.
O evento de estreia do filme contou com as presenças ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna; dos comandantes da Marinha, almirante Eduardo Bacelar Leal Ferreira, do Exército, general Eduardo Vilas Boas; do chefe do Estado Maior-Conjunto das Forças Armadas, almirante Ademir Sobrinho; e do Comandante-Geral do Pessoal, brigadeiro Antonio Carlos Bermudez, representando o comandante da Aeronáutica. O ministro Conselheiro na Embaixada do Haiti no Brasil, Mario Chouloute, também compareceu ao lançamento.
FONTE: Ascom
FOTO: Alexandre Manfrim/MD
Ficou pendente uma homenagem ou simplesmente lembrar dos brasileiros que tombaram em missão.