Por Virgínia Silveira
A despeito da crise econômica que afeta o Brasil, as principais fabricantes de jatos executivos no mundo chegam ao país esta semana para participar da Labace (Latin American Business Aviation Conference & Exhibition) e disputar uma parcela do mercado que ainda consideram como um dos três mais importantes do mundo.
A feira, que se realiza a partir de hoje, no Aeroporto de Congonhas, reduziu o número de participantes este ano de 190 para 154, mas as empresas tradicionais do setor, como a Embraer, Bombardier, Dassault Falcon Jet, Gulfstream, Cessna e Beechcraft participam em peso do evento, que ainda é visto como uma grande oportunidade de negócios.
Para o presidente da TAM Aviação Executiva, representante das marcas Cessna, Beechcraft e Bell Helicopter, Fernando Pinho, a Labace funciona como um catalizador de processos de vendas de jatos executivos, sendo fundamental para marcar a virada do segundo semestre, período que concentra mais de dois terços das vendas e entregas de aeronaves.
Para enfrentar a concorrência acirrada entre as marcas mundiais, as empresas investem em tecnologia, segurança e na expansão das capacidades de suporte e atendimento aos clientes.
O vice-presidente de vendas da americana Textron (dona da Cessna, Hawker e Beechcraft), Robert Gibbs, acredita que o peso da marca Cessna Citation, com mais de 6500 jatos em operação no mundo, aliado a menores custos de operação, estão entre as principais vantagens do novo jato Latitude, sua maior aposta para a Labace.
A aeronave, que custa US$ 16,2 milhões, é concorrente direto do novo Legacy 450 da Embraer (US$ 16,5 milhões), que tem alcance pouco menor que o Latitude, mas exibe recursos tecnológicos hoje disponíveis apenas em aeronaves de categoria superior.
Outro rival da fabricante brasileira que escolheu a Labace para sua primeira aparição é o HondaJet. O presidente e CEO da Honda Aircraft Co., Michimasa Fujino, afirmou que a empresa tem condições de competir com vantagem no mercado brasileiro. “O HondaJet tem um preço competitivo (US$ 4,5 milhões), além de uma cabine mais espaçosa e um custo operacional 20% mais baixo que as aeronaves da sua categoria”, afirmou.
As primeiras entregas, segundo Fujino, começam em 2017. A Líder Aviação foi escolhida para ser a representante exclusiva de vendas, serviço e suporte
ao HondaJet.
Para a Embraer, o jato da Honda chegará ao mercado em desvantagem. “O jato da Honda foi anunciado em 2006 e só conseguiu ser certificado este ano, enquanto o Phenom 100 (seu principal rival) foi anunciado em 2005 e já tem 300 unidades em operação no mundo”, afirma o presidente da Embraer Aviação Executiva, Marco Túlio Pellegrini.
Ao lado do México, o Brasil é também o mercado mais importante da Bombardier na América Latina. Segundo o vice-presidente regional de vendas da Bombardier para a América Latina, Stéphane Leroy, a empresa possui 145 jatos em operação no Brasil, desde a linha leve e média dos Learjet, aos modelos super médio e grande Challenger, além dos aviões super
grandes e de longo alcance, da família Global.
A crise econômica, na opinião do executivo, representa um desafio para os fabricantes no curto prazo, mas a perspectiva de mercado no longo prazo ainda permanece positiva. “Geralmente os períodos de crise são bons para as empresas criarem uma vantagem competitiva sobre a concorrência e o jato executivo é a ferramenta que ajuda a aumentar a eficiência dessas empresas.”
O vice-presidente mundial de vendas e marketing da americana Gulfstream, Scott Neal, disse que as atividades de prospecção de novos clientes na aviação executiva no Brasil continuam fortes, embora estejam levando mais tempo no planejamento e na conclusão dos negócios.
“Nossos investimentos são pensados para o longo prazo. Quando houve a crise de 2008, a empresa manteve a decisão de investir no desenvolvimento dos jatos G280 e G650”, afirmou. A solidez financeira da empresa, segundo ele, permitiu que a Gulfstream continuasse a investir durante esses anos difíceis e isso não será diferente no Brasil.
Subsidiária integral da General Dynamics, a divisão aeroespacial formada pelas empresas Gulfstream e Jet Aviation registrou faturamento de US$ US$ 4,366 bilhões no primeiro semestre deste ano, crescimento de 6% em relação a igual período do ano passado.
O crescimento da frota da Gulfstream no Brasil, de acordo com Neal, superou os 30% nos últimos cinco anos. Com mais de 40 aeronaves em operação no país, o executivo afirma que o mercado cresceu 10% nos últimos 12 anos. “A demanda existe, apesar de qualquer dificuldade econômica.”
A Gulfstream fabrica aviões de longo alcance, que permitem, por exemplo, voar de São Paulo a Moscou sem escala e uma rede de serviços de suporte ao cliente considerada a melhor do mundo.
FONTE: Valor Econômico, via NOTIMP.
Isso mostra que quem não cuida de seu quintal…
Não consigo entender como a Embraer não tem mercado na aviação doméstica. E vem a história de precisar se envolver com os EEUU em 65% de suas vendas.
Ela deveria diversificar seus clientes. Nada contra o uncle Sam, mas ela está vulnerável assim.
No caso da China, eles criam milhões de obstáculos para a Embraer não crescer por lá, e querem nos exportar produtos industrializados, em troca comprando comodities e produtos agropecuários do Brasil, de baixo valor agregado.
Esta é a consequência absurda de ser dependente de um só país. Estrategicamente é um imenso erro de política comercial, como se mostrou também quando a Rússia criou barreiras contra carne bovina, o maior importador do Brasil.
Em fim, o Brasil precisa de uma política comercial mais agressiva, Mais acordos comerciais ou bilaterais. Nada de por tudo num cesto só.
A crise é política e acaba se refletindo na economia justamente em um momento de mudança no contexto econômico mundial. Mas o Brasil nunca deixou de ser um mercado promissor e os empreendedores sabem disso.
Correto, a “crise”, insuflada por grande empresas de mídia que pintam um cenário apocalíptico só dando destaque ao negativo…É muito mais política do que econômica.
Apesar do ataque desvairado da Lava-Jato à economia nacional, que apura desvios de 2 ou 3 bilhões de reais em 10 anos e ao mesmo tempo provoca prejuízos de cerca de 140 bilhões de reais em 1 ano à economia brasileira…COISA DE LOUCO! KAFKA PURO É A LAVA-JATO…Conferir:
http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/08/impacto-da-lava-jato-no-pib-pode-passar-de-r-140-bilhoes-diz-estudo.html
Mesmo assim, se formos olhar os números reais da macro-economia nacional (ANTES DA LAVA-JATO…) e fizermos uma comparação com países como , Portugal, Espanha, Itália, França, Inglaterra, EUA, os números da economia brasileira estavam melhores do que os dos citados países…
EXATAMENTE