O ministro da Segurança Pública ressaltou, em evento no Correio, a dificuldade do governo em fiscalizar as fronteiras do país, que somam 17 mil quilômetros
Por Gabriela Vinhal
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, anunciou nesta terça-feira (4/9) que o governo federal vai adotar três medidas nos próximos dias para combater o contrabando e a pirataria nas fronteiras. As estratégias são o uso da Força Aérea Brasileira (FAB) para monitoramento do espaço aéreo nas fronteiras entre o Paraguai e a Bolívia, a maior fiscalização entre os portos do Rio de Janeiro e do Espírito Santo por meio de um reforço da Marinha do Brasil e a criação de uma plataforma virtual, em parceira com as Nações Unidas, que hospedará dados nacionais de segurança pública.
“É preciso ação integrada no âmbito da inteligência, da diplomacia e do legislativo para reforçar a segurança pública no país. Isso porque parte dos nossos problemas são plurais e complexos, ou seja, uma única ação nacional não dará conta de combater o mercado ilegal e seus desdobramentos”, acrescentou. O contrabando e a pirataria, segundo o ministro, resultam em uma perda para o sistema brasileiro de R$ 370 bilhões ao ano – não apenas em âmbito fiscal, mas no setor de empregos.
Durante o seminário Correio Debate: 10 medidas contra o mercado ilegal: os três poderes unidos no combate ao crime organizado, realizado pelo Correio, Jungmann ressaltou a dificuldade do governo em fiscalizar as fronteiras do país, que somam 17 mil quilômetros e se configura como a terceira maior fronteira do mundo. “São 11 estados do nosso lado e 10 países de outro.
Desses, ao menos quatro são produtores de drogas. Na nossa fronteira norte, a baxia amazônica é composta por rios de penetração, que trazem produto de fora para dentro do país”, justificou.
Outro fator de preocupação para o ministro é o da internacionalização das facções criminosas. O PCC, um dos maiores grupos de crime organizado do país, não só se estabeleceu como uma quadrilha nacional, como ultrapassou fronteiras terrestres e se firmou em países da América do Sul. “Hoje, essa facção tem seus recursos enviados via cabo para um país vizinho, via doleiros, para fugir do controle do sistema financeiro nacional. Isso aponta que esses tipos de crime não se resolverão com estratégia nacional”.
FONTE: Correio Braziliense
Não pode ficar só nas palavras, é necessário fazer algo urgente mesmo que seja passível de erro, entretanto é evidente que essa tarefa é hercúlea.