Por Assis Moreira – De Linkoping (suécia)
A fabricante sueca Saab apresentou ontem o primeiro protótipo do jato de combate da nova geração Gripen E, três anos antes de entregar o primeiro dos 36 aparelhos encomendados pela Força Aérea Brasileira (FAB) por US$ 4,7 bilhões.
À margem da cerimônia de apresentação na fábrica de Linkoping, no sul da Suécia, o negócio não só foi reafirmado, como a intenção dos dois lados é aumentar a transação com mais jatos no futuro, quando a FAB tiver que substituir aparelhos que ainda utiliza.
Em entrevista ao Valor, o presidente executivo da Saab, Håkan Buskhe, foi indagado sobre uma declaração que fizera à imprensa especializada, de que o Brasil examinava a possibilidade de comprar mais dois lotes do Gripen E.
Buskhe confirmou que os dois lados discutiram o assunto, já na fase inicial da transação dos 36 já encomendados, sobre mais dois lotes de 36 aparelhos cada.
“Sempre temos discussões com os parceiros sobre os próximos passos, mas não há nada definido sobre quando pode ocorrer. (com o Brasil)”, ressaltou. “Claro que discutimos isso, porque tem impacto na nossa estrutura, porém não tem nenhum compromisso do governo brasileiro. Mas vemos isso como uma opção.”
Presente em Linkoping para a cerimônia, o Comandante da Força Aérea Brasileira, tenente-brigadeiro Nivaldo Luiz Rossato, afirmou que a aquisição de novos aparelhos não foi discutido formalmente com os suecos, “mas nosso plano sempre foi ter um avião único”.
Explicou que a encomenda atual de 36 jatos Gripen E é para substituição dos aparelhos que já foram desativados. E que a FAB opera com outros 53 AMX A-1 e 49 F-5, alguns já bem usados.
“Certamente, quando desativarmos os AMX A-1 e F5, que alguns são aviões já bem usados, pretendemos substitui-los pelos Gripen”, disse o comandante. Indagado sobre mais dois lotes de 36 jatos suecos, no futuro, o brigadeiro respondeu que o número depende dos estudos da FAB. Mas acredita que “o número (de outros Gripen) será expressivo”.
O governo brasileiro passou mais de uma década escolhendo o avião de caça que queria para o século 21. O comandante da Aeronáutica destacou os equipamentos inovadores, com tecnologia de ponta, como divisor de águas da defesa brasileira. “A tecnologia do sistema Gripen permite harmonizar o nivel de desenvolvimento de seus componentes à simplicidade das operações, e viabilizar assim sua atuação no território brasileiro”, disse.
Enquanto os dirigentes pensavam no futuro, a situação política no Brasil, com mudança de governo, os levou a serem indagados por jornalistas suecos e estrangeiros sobre eventual risco à encomenda atual da FAB, que é o maior contrato de exportação da fabricantes sueca.
“Não, estamos no prazo, com orçamento acertado e a cooperação com Embraer e o governo brasileiro está indo muito bem”, retrucou Buskhe. O brigadeiro disse ao Valor que o contrato foi avalizado pelo governo brasileiro e não há motivo para modificações. O projeto é todo financiado por bancos suecos e o pagamento só começa depois da entrega da última aeronave, em 2024.
A Saab destaca que o pacote para o Brasil inclui a venda do sistema de armas completo, treinamento, peças de reposição, planejamento e manutenção dos aparelhos. São 28 aparelhos de um lugar e uma encomenda de oito aparelhos de dois lugares. O primeiro Gripen E, recheado de novas tecnologias, será entregue em 2019 para a Força Aérea Sueca, que encomendou 60 aparelhos. O segundo será para a FAB. Depois, parte dos aviões serão montados no Brasil.
Para Saab, é uma enorme oportunidade tambem de abrir mercados nos outros países da América Latina. A empresa sueca reconhece que o contrato com o Brasil assegura suas atividades por um bom tempo.
Acredita que a Aeronáutica da Suécia e do Brasil poderão progredir em paralelo.
Também promete a transferência de tecnologia de maneira efetiva. Atualmente, cerca de 60 funcionários da Embraer já se encontram na Suécia, além de equipes da FAB e de uma empresa fornecedora brasileira, participando do projeto.
FONTE: Valor Econômico
Acho que depois de substituir os F-5 e AMX, a FAB deveria entregar na mão da Embraer o pedido de um caça bombardeiro assim como o AMX, Tornado e Su-34 mas com alcance, velocidade e pontos fixos maiores(comparado ao amx).
Acho que o atual governo não seria louco de cancelar o projeto Gripen para adquirir um caça americano, só que não há 100% de certeza em nada com esta turma.
A FAB claramente se encaminha para uma força monotipo Gripen, coisa comum em pequenos países que adotam por exemplo o F-16 como único caça.
Pela falta de maiores ameaças, se o panorama atual permanecer, talvez nas próximas duas décadas a FAB se transformará paulatinamente na sua aviação de caça uma força monotipo Gripen.
SE o Brasil for comprar mais dois lotes de 36 aeronaves (mais as destinadas a MB) acredito que a coisa mais prioritária a fazer é um acordo de Tranferência de Tecnologia com a General Eletric sobre as turbinas do Gripen e SE POSSÍVEL pelo lado americano incluir o licenciamento da nova versão ENHANCED com 18% a mais de empuxo para os Gripen F e Sea Gripen (que espero seja baseado na versão F).
O Brasil deveria pleitear o mesmo modelo de acordo oferecido a Índia para a produção do Tejas Mark II.
Com as instalações da CELMA um acordo deste tipo (se politicamente viável) poderia ser ainda mais fácil de implementar que na Índia que tem de partir do zero.
Quando a insuficiência do Gripen E/F para a dimensão territorial do Brasil, além da previsão da FAB de longo prazo de um novo F-X3 para um caça de 5ª geração, eu GOSTARIA de acreditar que uma vez dominado e maduro o programa Gripen e se concretize um programa ToT da turbina na segunda fase, não seria impensável que o governo Brasileiro contrate só a Embraer ou conjuntamente a SAAB para desenvolver uma maior aeronave (Super Gripen) com duas turbinas mais adequado ao tamanho do Brasil.
Um Super Hornet UPDATED, quem sabe, talvez a Boeing até possa ser uma parceira convidada daqui a 15 anos nesta maluquice…
kkkkkkkkkk !
Tenho bastante convicção que a aquisição de novos lotes vai acontecer… ainda mais depois que a linha de produção brasileira estiver toda instalada e entregando as 15 unidades destinadas a serem fabricadas aqui do pedido inicial, pelo menos mais um lote de 36 é praticamente certo tanto pela necessidade da FAB em substituir os vetores que inevitavelmente darão baixa quanto para manter a cadeia de produção que está sendo criada. 3º lote ainda tem muita água para passar embaixo dessa ponte, nem dá para prever o que pode acontecer.
Sendo realista, honestamente 72 unidades operacionais estará acima de tudo o que já tivemos na nossa história da aviação de combate. Já estará de bom tamanho, e acredito que no cenário sul-americano acompanhado de Meteors dentro outros, será a mais bem equipada força aérea do continente. Se o Sea-Gripen se tornar realidade e sua adoção pela Marinha o coisa ficará muito boa. Os vetores Super Tucano e Gripen serão provavelmente o únicos caças a operar no Brasil. Em termos de equipamento (Poderia se profissionalizar assim como as FAAs americanas em termos de pessoal) será uma força eficiente e enxuta. Más por hora são só os 36 mesmo. Gripen foi um a melhor escolha dentre os concorrentes? Acho que sim!
Tudo indica que antes de receber todos os caças a FAB vai ter que pedir outro lote com o cancelamento da reforma dos AMX e a maioria das nossas células dos F5M desgastadas. Em vez de ter comprado 36 Gripens a FAB poderia ter adquirido 50 caças ela ganharia mais folga e não precisaria num curto espaço de tempo pedir outro lote.
Seria bom, porém acho que traria um ar mais realista se ao invés de um vetor mais indicado para multimissão como é o gripen eleger um meio mais barato em termos incluindo a manutenção para substuir os A1. Nossa realidade estaria em meios leves para por exemplo abordar as missões hoje atribuídas ao T-29. Seria bom obter um meio parecido com o Aermachi 2 que tanto é treinador avançado quanto aeronave de ataque leve e vendo como seria uma luva para nós, talvez valesse tentar reduzir a ponta de lança e investir em um tipo de ” Tucano” a jato e de introdução.
abe jr,
Se estivermos pensando em cenários assimétricos, então o Super Tucano cumpre a missão com louvor. Se estivermos pensando em cenários convencionais, então o Gripen dá conta do recado… Não há mais nenhuma necessidade específica de um meio subsônico para isso ( ou no mínimo ela diminui consideravelmente ).
Onde certamente haveria espaço para uma aeronave subsônica como o Yak-130 ou M-346, seria para treinamento de caça. Seria possível preparar pilotos a custos menores do que usar somente os modelos biplaces dos caças principais. Contudo, o simulador hoje entrega muito, e é capaz de dotar o piloto de caça de considerável conhecimento. E creio que é nisso que a FAB aposta; isto é, dotar os pilotos de treinos avançados no próprio Super Tucano ( coisa que já vem fazendo ), complementar com simuladores e então passar direto aos biplaces. E isso faz sentido… Primeiro, pelo seguinte: o custo de um Gripen NG não será muito superior ao de um treinador avançado ( lembremos que o Gripen é hoje utilizado pela ETPS, no Reino Unido, treinando pilotos de teste ). A seguir… Hoje, mais que tudo, o piloto é um gerenciador de tarefas. Voar o avião é mais fácil que antes, posto que o piloto não precisa decorar os parâmetros da aeronave ( o fly by wire já fez isso por ele ). A tecnologia também faz a sua parte, “mastigando” dados dos sensores para o piloto. E logo, o treinamento pode focar mais em como utilizar a máquina para cumprir a missão, e não tanto em como mante-la no ar. Ou seja, a maior parte do seu intelecto pode ser desviado para o gerenciamento das demais atividades relacionadas a missão. E como o simulador é capaz de entregar hoje uma réplica virtual de uma aeronave, considera-se que não é mais preciso um aprendizado de forma tão escalonada como no passado. E tendo o Gripen como caça, então o custo/benefício de se ter um treinador avançado é, no mínimo, questionável…
Há, evidentemente, forças aéreas que darão preferência a um treinador avançado a jato. Mas são aquelas cujos custos das aeronaves principais haverão de ser excepcionalmente caros, além também de forças aéreas que não operarão caças principais que tenham variantes biplaces, como é o caso dos operadores de F-35 até aqui, de modo que entendo que precisarão obrigatoriamente de um meio a jato para treinamentos avançados para poderem adaptar seus pilotos.
Ótimo ! Que venham mais lotes em breve, pois a modernização do A-1 foi pro ” espaço “.
OBS: Alguém sabe de alguma novidade do Sea Gripen para a MB ? Abraços