Foi realizado durante a madrugada de 17/03, o maior treinamento de busca e salvamento já executado com o uso de óculos de visão noturna (OVN), conhecido como NVG (do inglês night vision goggles).
A ação simulou um acidente aéreo com 30 vítimas, ocorrido próximo ao Aeroporto de Florianópolis – um cenário factível com a realidade de grandes eventos, como os Jogos Olímpicos Rio 2016. O exercício começou as 20h da quarta-feira (16/03) e avançou noite e madrugada adentro, sendo finalizado por volta das 8 horas do dia seguinte (17/03).
Durante toda a ação foram empregados 2 aviões, um SC-105 Amazonas e um P-95 Bandeirante Patrulha, e 3 helicópteros, um H-36 Caracal, um H-1H Iroquois e um H-60 Black Hawk, sendo que os dois últimos empregaram os NVG em 5 decolagens durante a madrugada. No nascer do sol, o H-36 Caracal decolou para o resgate das últimas vítimas.
No caso do H-60 e do H-1H, toda a tripulação utiliza os equipamento de visão noturna, exceto o homem SAR, que desce até o terreno para triar e içar as vítimas para o helicóptero. Por meio do aproveitamento da luz da lua e das estrelas, o NVG aumenta em até 50 mil vezes a percepção da luminosidade do ambiente, e permite aos pilotos e tripulantes a operação noturna a partir de referências visuais do terreno.
O cenário foi montado no meio no mato, em uma área totalmente escura e afastada de edificações. No local do acidente simulado uma equipe de sete militares, entre oficiais médicos e profissionais de saúde, acompanhou todo o exercício para avaliar a triagem e a evacuação dos acidentados. Cada vítima simulada tinha um quadro clínico diferente decorrente da queda da aeronave e demandou procedimentos diferentes para a evacuação, como é natural ocorrer no caso de um acidente real.
Na avaliação do diretor do exercício, Major Fabio Lourenço Carneiro Barbosa, a missão foi cumprida com êxito. “Conseguimos atender o cenário da operação de resgate em massa noturno com uso do equipamento de visão noturna. É uma situação extremamente complexa que requer muita cautela por parte das tripulações, que atuaram em um terreno desconhecido”, afirmou. Além disso, por meio do exercício com o emprego do NVG, foi atingido um dos objetivos previstos no Programa Sirius Brasil: o incremento da busca e salvamento noturno. “Fizemos isso de duas maneiras, ao associar ao exercício um cenário MRO, que é a operação de resgate de massa (MRO, do inglês Mass Rescue Operation) e ao promover a interoperabilidade entre dois esquadrões habilitados a voar NVG”, observou o Major Barbosa.
O Programa Sirius Brasil, gerenciado pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), foi criado em 2012 e reúne ações do Plano de Implementação do Gerenciamento de Tráfego Aéreo (ATM, do inglês Air Traffic Management) em conformidade com as regulamentações da Organização Internacional de Aviação Civil.
FONTE e FOTOS: FAB