O pacote de transferência de tecnologia proposto pela sueca Saab teve um grande peso na escolha da empresa para o fornecimento dos 36 caças que irão equipar a Força Aérea Brasileira (FAB), a partir de 2018. A aquisição dos caças tem um custo estimado em cerca de US$ 4,5 bilhões. O contrato deve ser assinado no fim deste ano.
Segundo o vice-presidente sênior da Saab, Dan Jangblad, o valor dos projetos propostos no acordo de transferência de tecnologia apresentado para o programa F-X2 excede o preço do contrato em mais de 100%. A construção de uma fábrica de aeroestruturas em São Bernardo do Campo, de acordo com o executivo, foi um compromisso adicional incluído no pacote de “offset” originalmente oferecido pela empresa em 2009.
Pelo acordo feito pela Saab com o governo federal e a FAB, 40% do Gripen NG e 80% da sua estrutura serão produzidos no Brasil. A versão de dois assentos (biposto) do caça será inteiramente desenvolvida pela indústria brasileira.
A Akaer foi a primeira empresa contratada pela Saab para trabalhar no programa do Gripen NG, com o desenvolvimento das fuselagens posterior e central, bem como as asas e as portas principais do trem de aterrissagem do avião.
A empresa também será beneficiada pelo projeto KC-X2, da FAB, de conversão de aeronaves civis em cargueiras. A israelense IAI se comprometeu em capacitar a Akaer a projetar a modernização e fazer a conversão de aeronaves civis em cargueiras.
O contrato da IAI com a FAB prevê a conversão de 600 assentos de tropa e mais de 180 assentos executivos. “Com isso iremos nos tornar mais rapidamente a primeira fornecedora de nível 1 global da cadeia aeronáutica brasileira, o que ainda não temos”, disse o presidente da Akaer, Cesar Silva.
A oportunidade do “offset” da IAI, segundo Silva, acelerou os planos da Akaer, hoje focada em projeto de engenharia, de instalar uma fábrica em Botucatu (SP) em 2015, para começar a produzir conjuntos completos para a indústria aeronáutica. No parque tecnológico de São José dos Campos, a empresa vai instalar seu centro de engenharia. O pacote de “offset” da IAI para a Akaer, segundo informou o executivo, é da ordem de US$ 31 milhões.
“Nesse pacote, US$ 2,5 milhões são relativos à transferência de tecnologia para a Akaer e o restante em cooperação industrial para a produção de partes das aeronaves para a IAI”, explicou.
O pacote de transferências da Saab inclui ainda a Embraer e sua controlada Atech; a Mectron, do grupo Odebrecht Defesa; Inbra Aerospace; Ael Sistemas; e as unidades da Selex e GE no Brasil. Com a Embraer a Saab assinou um memorando de entendimento que assegura a posição de liderança da fabricante brasileira no programa de desenvolvimento do caça sueco no Brasil.
A participação da Embraer no programa F-X2 envolve a coordenação das atividades de produção e entrega das versões monoposto e biposto do Gripen, assim como desenvolvimento de sistemas, integração, testes em voo, montagem final e entregas. A Embraer também estuda a formação de uma parceria estratégica com a Saab para a promoção das vendas do Gripen NG no mercado global.
FONTE: Valor Econômico, Por Virgínia Silveira
“Nesse pacote, US$ 2,5 milhões são relativos à transferência de tecnologia para a Akaer e o restante em cooperação industrial para a produção de partes das aeronaves para a IAI, explicou.”
Me ficou a impressão, por favor me corrijam se eu estiver errado, de que a Akaer, será também fornecedora na produção de partes de aeronaves para a IAI?
Desde a escolha do Gripen NG, venho acompanhando notícias relacionadas ao novo caça da FAB e estou animado. Aparenta, diante da realidade do Brasil e das condições propostas pelos concorrentes ter sido de longe a melhor escolha. Entretanto, vi alguns comentários dizendo que era grande a possibilidade de a SAAB, agora na fase contratual, não cumprir o “combinado” durante as conversações. Alguém sabe me dizer se essa chance é mesmo real? Em que ponto essa transferência de tecnologia poderia não ser completa? E até onde, eventualmente os EUA poderiam “embargar” algum avanço brasileiro nesse projeto, tendo em vista ser fornecedor de boa parte ou maioria(?) das peças empregadas no Gripen?? Vejo cada vez o Brasil mais longe dos Norte americanos, o que não é de todo ruim…mas poderia nos complicar em relação a esse projeto.
Li e ouvi muitos comentários e comentaristas alegarem durante anos que transferência de tecnologia era uma coisa impossível de ocorrer, que nenhum país transferiria tecnologia para o Brasil fabricar seus submarinos, sistema de controle, de combate, de navegação, etc. Só esqueceram de dizer para esses indivíduos que os tempos são outros e que as necessidades estratégicas, geopolíticas, econômicas e sociais mudaram e com isso mudaram também todos os cenários até então conhecidos e praticado mundo a fora.
O Brasil ciente dessa mudança, está sabendo, como poucos, tirar proveito desta situação. Não obstante as suas limitações políticas e econômicas, tem feito um esforço incomensurável na área de defesa para aproveitar as oportunidades que estão surgindo e avançar no sentido de voltar novamente a conquistar o devido lugar nesse novo cenário. Podemos criticar, mas não podemos ignorar o trabalho e as conquistas realizadas, principalmente se levarmos em conta pelo menos as últimas três décadas ou pouco mais de total inércia nesse campo.
A necessidade gera a obrigação de agir, tanto lá como aqui. Temos o que os países desenvolvidos necessitam e eles têm o que precisamos, portanto é só uma questão de saber negociar. É bem verdadeiro afirmar que as nossas necessidades poderiam ser plena e mais rapidamente satisfeitas, mas esbarram, muitas vezes no nosso próprio despreparo, o que ocasiona retardos e impaciência em alguns, todavia creio que esta década está sendo muito proveitosa.
“…Podemos criticar, mas não podemos ignorar o trabalho e as conquistas realizadas…”
Muito bem Geraldo ! Esse é o pensamento certo, e além disso também devemos vislumbrar tempos melhores e buscar mais gente para o nosso lado, para passar a entender melhor o quesito de defesa da pátria e apoiar essa idéia.
De que adianta ficar sentando o pau e se auto-satirizando igual acontece em muitos sites por aí ??? Isso para mim é um bando de vira latas com complexo de inferioridade…Nossa recuperação ainda é lenta mas comparado a cinco anos atrás por exemplo, o Brasil está bem mais forte agora, e vai ficar ainda mais.
SE QUISEREM GUERRA, TERÃO…SE QUISEREM PAZ QUEREMOS EM DOBRO !!!
Tomara que este contrato seja realmente assinado no final do ano, estou louco por ver estes gripens formando esquadrões em nossa FAB. Que venham!!!
Show de Bola.