Por Guilherme Wiltgen
O 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-1), é primeira unidade aérea da Marinha do Brasil e foi criado através do Aviso Ministerial 1.003, de 05 de junho de 1961, tendo como primeiro Comandante o Almirante-de-Esquadra (AvN) José Maria do Amaral Oliveira.
O HU-1 vem desde a sua ativação, em 17 de abril de 1962, participando de quase todas as operações aeronavais, tendo seus helicópteros presença constante nos exercícios e missões.
O Esquadrão ocupou, inicialmente, as instalações do CIAAN, no Km 11 da Avenida Brasil no Rio de Janeiro, que se encontravam desocupadas desde a transferência deste Centro para São Pedro da Aldeia.
Operacionalmente, o HU-1 começou a sua vida com cinco oficiais, trinta praças e três helicópteros WS-55 Whirlwind Série I, sendo que apenas um tinha condição de voo.
Nestes 60 anos, o HU-1 operou com doze aeronaves diferentes, entre elas o UH-2A Wasp, carinhosamente chamada de “ABELHA”, que participou da primeira Operação Antártica a bordo do NApOc Barão de Teffé (H 42) em 1982, sendo também a primeira aeronave brasileira a pousar no continente gelado.
No dia 31 de janeiro de 2016, uma aeronave UH-12 Esquilo embarcou na Fragata Independência (F 44) para, pela primeira vez, integrar o Destacamento Aéreo Embarcado da Operação Líbano IX.
No dia 08 de Abril de 2020, o UH-13 Esquilo Biturbina encerrou a sua última missão no Esquadrão HU-1, quando do seu retorno da Operação Antártica XXXVIII.
No regresso a São Pedro da Aldeia, as duas aeronaves UH-13 e os 13 militares da missão receberam as boas vindas incorporando-se em voo de formatura, que marcou um momento histórico, onde os três modelos de aeronaves do HU-1 puderam voar lado a lado, representando, no ar, a modernização e evolução da Aviação Naval Brasileira. As 7 aeronaves que compuseram a esquadrilha encenaram o passado, o presente e o futuro que vem sendo desenhado pelo Esquadrão. O voo em formatura foi uma homenagem às “valentes UH-13” que contribuíram para o sucesso de 33 missões na Antártica.
Hoje, o HU-1 possui no seu inventário helicópteros Helibras Esquilo monomotor (UH-12) e Airbus Helicopters H135 (UH-17), para emprego em missões de ligação e observação; esclarecimento; lançamento de paraquedistas e de mergulhadores de combate; transporte de tropa; serviços hidrográficos; busca e salvamento (SAR); apoio humanitário; apoio às atividades na Antártica e muitas outras, razão pela qual lhe foi conferido o título de “O FAZ TUDO” ou somente “TUDÃO”.
No dia 28 de Fevereiro, a primeira das três aeronaves UH-17 (H135), a N-7090, foi transferida para o Comando de Operações Navais, em cerimônia realizada no heliponto da Base Naval do Rio de Janeiro (BNRJ). A aeronave biturbina leve da Airbus Helicopters foi adquirida junto à empresa Helibras, podendo operar em períodos diurnos ou noturnos e sob condições de voo visual ou por instrumentos.
No dia 27 de março, o Destacamento Aéreo Embarcado (DAE) da OPERANTAR XXXIX, retornou ao Complexo Aeronaval de São Pedro da Aldeia, após 174 dias de missão pelo Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR). Na ocasião, o UH-17 operou pela primeira vez na Antártica, auxiliando no transporte de material dos navios para o abastecimento da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF). O DAE-OPERANTAR foi composto por 4 Oficias, 10 Praças e os helicópteros N-7090 e N-7091 a partir do Navio Polar Maximiano (NPo) Almirante Maximiano (H 41) do Navio de Apoio Oceanográfico (NApOc) Ary Rongel (H 44).
O UH-17 fez sua estreia junto aos meios operativos da Esquadra durante a Operação ADEREX-Anfíbia/Superfície 2021, em apoio logístico móvel ao Destacamento Aéreo Embarcado (DAE) do 1º Esquadrão de Helicópteros Antissubmarino (HS-1) a bordo do Navio Aeródromo Multipropósito (NAM) Atlântico (A 140) .
Devido às suas capacidades de busca e salvamento, esclarecimento visual, transporte de carga e de pessoal e Evacuação Aeromédica (EVAM), uma vez que possui o kit de UTI, o H135 vai ampliar ainda mais as capacidades dos hospitais de bordo do NAM Atlântico e do NDM Bahia.
A transferência para o setor operativo do UH-17 representa a renovação e ampliação de capacidades do Esquadrão HU-1, em especial em proveito das operações aéreas na Antártica.
Recentemente o Esquadrão HU-1 alcançou a marca de mais de 150.000 horas de voo, sendo mais de 42.000 sem acidentes.
Seu atual Comandante é o Capitão de Fragata Erikson Mendonça da Silva
” IN OMNIA PARATUS”
(PREPARADO PARA TUDO)
Obrigado, sr. Wiltgen.
👍🏻🚁⚓🇧🇷
Incrível a aeronave UH-17 não ter recebido um nome, ainda.
Wiltgen, 11 aeronaves diferentes operaram/operam no HU-1? Eu sei do Whirlwind, Widegeon, Wasp, FH-100, Jet Ranger, Esquilo mono, Esquilo bi e agora o H-135. Se considerarmos as variantes do Jet Ranger (a MB operou a II e opera a III atualmente) e do FH-100 (salvo engano, foram 2 versões)..mesmo assim, seriam 10 e não 11. Um abraço.
Flanker,
Obrigado pela observação. Realmente não foram 11 e sim 12, esqueci de acrescentar o UH-17.
Seguem os 12 modelos de helicópteros já utilizados pelo Esquadrão HU-1:
1) Bell 47J (Pertenciam ao CIAAN antes da criação do EsqdHU-1)1958-1974
2) Bell 47G (Eram orgânicos dos Navios Hidrográficos antes da criação do EsqdHU-1) 1958-1968
3) WS – 51/2 Widgeon (Pertenciam ao CIAAN antes da criação do EsqdHU-1) 1958-1968
4) WS-55 Whirlwind série 1 (Eram orgânicos do NAeL Minas Gerais antes da criação do EsqdHU-1) 1960-1968
5) Sikorsky S-55C 1964
6) UH-2/A Wasp 1965-1990
7) Whirlwind série 3 1966-1982
8) Hiller FH-1100 1968-1976
9) Bell Jet Ranger-II 1974-1985
10) UH-12 Helibras HB 350-BA Esquilo (Mono-Turbina).
11) UH-13 Eurocopter AS355F2 Esquilo (Bi-Turbina).
12) UH-17 Airbus Helicopters H135 T3
Obrigado, Wiltgen. Abraço.
👍🏻🚁⚓🇧🇷
Sr. Wiltgen, quando a MB receberá a 3ª e última aeronave UH-17 (N-7092), cuja previsão era até final de 2020 ? Pelo que sabemos, ela já está disponível na Helibrás.
Ainda não tenho a confirmação da data de entrega.